Titãs – Cabeça Dinossauro (1986)

Titãs – Cabeça Dinossauro (1986)

Olá pessoal, aqui é o Bruno Machado e hoje nosso blog apresenta um dos melhores discos dos Titãs, Cabeça Dinossauro.

A banda começou praticamente pela amizade dos integrantes dentro de uma escola paulista, e o primeiro nome da banda foi Titãs do Iê-Iê, e que contava com o integrante Ciro Pessoa, que posteriormente saiu da banda, mas ainda compunha junto aos colegas.

Em determinada época o integrante Nando Reis chegou a tocar bateria, mas depois os Titãs integraram André Jung, e Nando Reis assumiu o baixo. André Jung gravou apenas o primeiro disco dos Titãs e foi dispensado, posteriormente se tornou ícone como baterista da banda Ira. Charles Gavin, que era baterista do RPM, assumiu a bateria dos Titãs e deu nova cara ao grupo.

Terceiro disco de estúdio da banda paulista, Cabeça Dinossauro mostrou-se bem diferente dos dois primeiros discos, com uma pegada de protesto muito forte e contando com a produção de Liminha, esse que viria a se tornar um grande parceiro da banda.

Antes de o disco ser idealizado um fato muito polêmico cercou a banda, pois os integrantes Arnaldo Antunes e Tony Bellotto foram pegos com heroína. O primeiro foi preso por tráfico e o segundo por porte.

As polêmicas não pararam por aí, após saírem da prisão, o disco Cabeça Dinossauro foi produzido, concebendo faixas como “Polícia”, “Igreja”, “Estado Violência”, “Porrada” e “Bichos Escrotos”, ou seja, os Titãs mostravam que não estavam mais de brincadeira, o protesto estava mais que estampado no disco.

A faixa “Bichos Escrotos” foi censurada e sua execução pública foi proibida, inclusive no encarte do CD há este comunicado, entretanto, na época não existia a internet, só poderia ouvir a faixa quem comprasse o disco por exemplo. A saída poderia ser entrar em contato com as rádios e pedir a música. E não é que a ideia deu resultado? As rádios teriam que pagar uma taxa para que a faixa fosse executada, os pedidos eram tantos que as rádios se viram obrigadas a toca-la, e assim ela foi muito tocada na época.

A música “Igreja” quase se tornou alvo de conflito dentro da banda, o baixista Nando Reis, que é ateu, compôs a música e também a interpretava. Arnaldo Antunes era um cara muito religioso e não era adepto da música, quando ela era tocada nos shows, Arnaldo se retirava do palco.

As faixas “Cabeça Dinossauro”, “AA UU”,“Família” e “Homem Primata” ganharam o gosto popular, ou seja, o disco num todo englobava as influências dos Titãs, trazendo tanto músicas de protesto com letras fortes, como músicas de apelo pop que se tornaram hits da época.

Na década de 1990 o Titãs perdeu uma de suas referência em relação a composição, Arnaldo Antunes (compositor e vocalista) resolveu seguir carreira solo, depois da gravação do disco “Tudo ao Mesmo Tempo Agora”, este que foi totalmente idealizado e produzido pelos integrantes da banda. Posteriormente a mesma gravou o mais pesado de seus álbuns, “Titanomaquia”.

Em 2001, Marcelo Fromer (guitarrista) é atropelado por uma moto em São Paulo, e o Titãs perde mais um excelente compositor e guitarrista da banda. No ano seguinte depois de gravar “A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana” Nando Reis alega não estar bem, pela perda dos amigos Marcelo Fromer e da eterna parceira Cássia Eller, e se desliga do Titãs no meio da turnê do disco.

Em 2012 a WARNER, até então gravadora da banda, lançou uma edição comemorativa do Cabeça Dinossauro, contendo dois CDs, o original que foi lançado e a demo que conta com a música “Vai pra Rua”. Essa foi substituída por “Porrada” e acabou não indo para o CD original. Além disso, a demo conta com faixa “ A Face do Destruidor” reproduzida normalmente, sem ser ao contrário como no disco original.

No mesmo ano o Titãs resolveu presentear os fãs com um disco comemorativo e ao vivo do Cabeça Dinossauro, gravado no Circo Voador no Rio de Janeiro. A formação era bem diferente da de 1986, contando com Sérgio Britto (vocal, teclado e baixo), Branco Mello (vocal e baixo), Paulo Miklos (vocal e guitarra) e Tony Bellotto (guitarra), a bateria ficou por conta de Mário Fabre, baterista que é amigo do filho de Charles Gavin, este que se desligou da banda depois de gravar o disco “Sacos Plásticos” de 2009, alegando cansaço físico e mental.