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100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica (2001)

100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica (2001)

Fala galera do blog A História do Disco, eu sou o Alexandre Bottura, e primeiramente gostaria de agradecer ao amigo Bruno Machado, pela oportunidade de pode escrever esta matéria que contém histórias e acontecimentos relacionados a este disco que é o quarto álbum de estúdio do Charlie Brown Jr., e que pra mim é o melhor disco da banda.

Como ouvinte assíduo da banda desde seu primeiro disco, ‘Transpiração Contínua Prolongada’ (1997) , acredito que o ‘100% Charlie Brown Jr. – Abalando Sua Fábrica’ se destaca pela sua completa pegada rock, diferente de seus antecessores – em que a banda também incluía rap, hip hop e reggae – e de seus sucessores também, exceto o último álbum, ‘La Família 13’ (2013).

Meus amigos, este disco teve uma grande importância na evolução do Charlie Brown, mesmo porque a banda  passou por vários ‘fatos pesados’ nesta época, primeiro, houve a saída de um dos principais instrumentistas, compositor, e também arranjador da banda, o guitarrista Thiago Castanho. O integrante alegou que estava com problemas pessoais e que por isso ele estava deixando o grupo. É válido citar que, em 2005 o guitarrista retornou ao Charlie Brown Jr (nesta época já sem Champignon, Renato Pelado e Marcão) e fez um grande trabalho no disco ‘Imunidade Musical’. Outro fato ocorrido na época foi a morte do pai de Chorão, o vocalista sofreu um grande choque e sua vida pessoal teve várias mudanças.

O disco ‘100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica’ foi lançado oficialmente em 30 de Abril de 2001, contendo doze faixas, foi distribuído pela gravadora EMI, contando com direção artística de Torcuato Mariano e produção de Carlos Bartolini. A banda nesse disco passou a ser um quarteto: Chorão no vocal, Champignon no baixo, Marcão na guitarra e Renato Pelado na bateria. E assim como você caro leitor deve estar imaginando agora lendo isso, eu pensava na época: caralho, que time é esse!?

Como citado no início desta resenha, o fato de todas as faixas serem compostas por apenas guitarra, baixo, bateria e voz, faz com que o disco se torne diferenciado e de extrema qualidade. As letras das músicas deste álbum atravessam vários temas como, protesto e contestação política – que é uma das características do rock – , experiências de vida e diversão.

A primeira música deste disco que eu ouvi foi ‘Lugar ao Sol’ quando assisti o videoclipe na MTV, música alias, que com certeza é uma das mais bonitas da banda. Falando em MTV, ela teve um papel fundamental na divulgação do disco através da exibição dos clipes, das matérias sobre a banda e também de seus shows. O clipe de ‘Hoje Eu Acordei Feliz’ teve uma enorme repercussão, não só pela qualidade da música, mas também pelo fato de ter sido criado e dirigido pelo ator, músico e diretor, André Abujamra.

O que posso afirmar com toda a certeza meus caros leitores do blog A História do Disco é que, este é aquele  tipo de disco que você aperta o play, escuta da primeira a última faixa e tem a convicção que todas as canções são boas (pra não dizer que são fodas), o que torna o álbum um dos melhores já gravados pelo Charlie Brown Jr.

Sobre as faixas eu destacaria, ‘Eu Protesto’, ‘Lugar Ao Sol’, ‘Quebra-Mar’, ‘Você Vai de Limusine, Eu Vou de Trem’, ‘Tudo Pro Alto’ e ‘Como Tudo Deve Ser’. Após ‘100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica’ o grupo gravou mais seis álbuns de estúdio, além de um ao vivo e um acústico (considerado um dos melhores já feitos pela MTV no Brasil). Todos eles de grande repercussão e sucesso, e também contendo grandes canções. Infelizmente, no dia 06 de Março de 2013 o vocalista, Chorão, morre em decorrência de uma overdose por uso de cocaína, e interrompe a trajetória de sucesso da banda. O certo é que ele nunca será esquecido, por conta das canções que fez e por ter conquistado toda uma geração.

Resumindo:  coloque seu fone ou ligue seu aparelho de som e escute ‘100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica’ do começo ao fim, vale muito a pena.

Bom galera, essa é a resenha de hoje, valew e até a próxima.

Faixas do Disco

1 – Eu Protesto

2 –  Hoje Eu Acordei Feliz

3 – Sino Dourado

4 – Quebra-Mar

5 – Lugar Ao Sol

6 – Descubra o Que Há de Errado com Você

7 – Só Lazer

8 – Você Vai de Limusine, Eu Vou de Trem

9 – O Lado Certo da Vida Errada

10 – T.F.D.P

11 – Tudo Pro Alto

12 – Como Tudo Deve Ser

Confira o videoclipe da faixa ‘Hoje Eu Acordei Feliz’

Ouça o álbum ‘100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica’ inteiro.

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Cássia Eller – Rock In Rio III (2001)

Cássia Eller – Rock In Rio III (2001)

Olá pessoal, hoje eu, Bruno Machado, destacarei uma das apresentações mais antológicas da história do Rock In Rio, sim meus queridos hoje têm Cássia Eller no blog a História do Disco.

Desde o início deste blog eu sempre tive em mente fazer uma matéria sobre esse disco da Cássia, mesmo porque ele foi um marco na carreira da cantora, uma coragem enorme, já que vários cantores brasileiros já haviam sido hostilizados no maior festival de música do país. Cássia Eller praticamente pagou para tocar no Rock In Rio III, mas com certeza o investimento valeu muito a pena tanto para ela quanto para nós fãs de seu trabalho.

De início, quero destacar o quanto o próprio evento dá mais moral pras bandas e cantores de fora do que pros brasileiros, infelizmente sempre foi assim, desde o primeiro Rock In Rio. O line-up  do evento era montado sem nenhum critério, sempre prejudicando os músicos tupiniquins pois eles tocavam no dia de alguma banda de rock clássico ou mesmo alguma banda de metal, o que fazia com que os nossos músicos fossem hostilizados. Carlinhos Brown, Erasmo Carlos, Kid Abelha e Lobão sofreram com a falta de organização do evento e não tiveram o mesmo destaque de Cássia.

Bora voltar a falar da musa do rock nacional. Cássia Eller teve uma ascensão meteórica no cenário da música brasileira, primeiro com uma cantora tímida, de poucas palavras e com uma voz doce, depois de algum tempo ela se revelou e mostrou ao Brasil sua forte personalidade, sua voz imponente e seu dom em interpretar músicas dos outros como se fossem suas, uma prova disso é que muita gente acha que a música ‘Por Enquanto’ é dela e não da Legião Urbana.

Antes desse disco gravado no Rock In Rio, Cássia gravou pelo menos dois álbuns muito interessantes musicalmente falando, Veneno Antimonotonia (apenas com músicas do Cazuza) e Cássia Rock Eller, ambos bem pesados, engajados e que mostravam como Cássia tinha excelentes músicos a sua volta. No Rock In Rio não foi diferente, o palco ficou recheado de feras e nossa musa fez um show pra ficar pra história. Além de grandes músicos o palco também contava com a presença de seu filho,Chicão, este que sempre indagava sua mãe em relação a como ela cantava (ele alegava que quem cantava era a Marisa Monte, que sua mãe na verdade gritava rs), e foi ele que pediu para que Cássia colocasse ‘Smells Like Teen Spirit’ no repertório do show do Rock In Rio.

Entre os músicos que fizeram parte desse show estavam: Walter Villaça, Luiz Brasil, Fernando Nunes, Lan lan e João Viana (Filho de Djavan), o entrosamento no palco era sobrenatural e Cássia não demonstrou nervosismo, subiu ao palco e dominou a multidão. Nossa musa fez o impossível virar realidade no festival, em um mesmo ela cantou rock ‘and roll, baião, pop e manguebeat. Sim meus caros, o estilo criado por Chico Science foi destaque e a Nação Zumbi participou da parte final do show de Cássia. Além de Chico Science, Cássia homenageou Tim Maia, Renato Russo, Cazuza, Nirvana, Chico Buarque, Beatles e Luiz Gonzaga.

Na minha humilde opinião o melhor cover do show foi o de Come Together/ Corpo de Lama, a mistura seria improvável na cabeça de qualquer pessoa, Cássia foi capaz de surpreender à todos e fazer o Rock In Rio ir ao delírio. O ápice da apresentação de Cássia foi na última música, ‘Smells Like Teen Spirit’, que acabou de ferver o caldeirão e fechar com chave de ouro a participação da cantora no Rock In Rio. Posteriormente ela gravou um acústico MTV, que aliás foi muito bem aceito pelo público, seu eterno parceiro Nando Reis foi quem produziu o disco. Para não deixar de surpreender à todos, Cássia começou o acústico cantando em francês, mas isso ficará para uma próxima resenha.

No final de 2001 nossa musa se foi e deixou órfão a música brasileira e também seus fãs, seu filho Chicão ficou com Maria Eugênia, esta que era companheira de Cássia.  No começo de 2015 foi lançado um documentário sobre a carreira de Cássia Eller, confesso que é um dos mais belos que já vi, já que podemos ter a verdadeira visão sobre como era a cantora que encantou e surpreendeu todo o Brasil.

Bom pessoal eu vou ficando por aqui, espero que todos tenham gostado da matéria e que continuem curtindo o blog A História do Disco. Grande abraço e até a próxima!

Faixas do Disco

1 – 1° de Julho

2 – Partido Alto

3 – Pra Galera

4 –  E.C.T

5 – Obrigado (Por Ter Se Mandado)

6 – O Segundo Sol

7 – Faça o Que Quiser Fazer

8 – Infernal

9 – Malandragem

10 – Coroné Antônio Bento/ K@#o%!

11 – Come Together/ Corpo de Lama

12 –  Quando a Maré Encher

13 –  Smells Like Teen Spirit

Veja o show de Cássia Eller no Rock In Rio III.

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Ira! – Entre Seus Rins (2001)

Ira! – Entre Seus Rins (2001)

Salve galera do blog A História do Disco, depois de um tempo, eu, Bruno Machado resolvi escrever sobre uma banda brasileira que gosto bastante, e aprendi a gostar mais dela depois que ouvi o disco “Entre Seus Rins”. Quis escrever sobre esse disco pois ele foi gravado após o Ao Vivo MTV e antecede o Acústico MTV (este que teve uma turnê de um ano e meio, chegando a incríveis 200 apresentações) ou seja, a banda havia acabado de gravar um disco com seus maiores sucessos e meteu a cara em um novo disco de estúdio.

Antes de começar a falar sobre o disco, vou citar algumas curiosidades sobre o Ira! que talvez você leitor nunca tenha ouvido falar. Poucos sabem mas Edgard Scandurra foi guitarrista da banda Ultraje a Rigor e inclusive foi ele que criou o riff inicial da música “Inútil”, posteriormente o guitarrista deu prioridade apenas para o projeto Ira!.  Outra curiosidade muito interessante é que Charles Gavin (muito conhecido por ter sido baterista do Titãs por mais de 20 anos) foi um dos primeiros bateristas do Ira!, o mesmo deu lugar posteriormente à André Jung, que coincidentemente foi um dos primeiros baterista do Titãs e chegou a gravar o primeiro disco de estúdio junto da banda em 1984.

O disco “Entre Seus Rins” é bem diferente dos outros já gravados pela banda paulistana,  este álbum traz uma mistura muito bacana entre pop e rock, o que na minha visão não é ruim já que o disco tem uma excelente qualidade. Particularmente eu não era muito fã do Ira!, me interessei pelo som da banda quando ouvi o Acústico MTV, disco aliás que foi lançado após este que estou falando no blog. E a partir do acústico eu procurei saber mais sobre a banda, li a biografia do icônico vocalista ( conhecido como Wolverine Valadão) e a cada dia fui tendo mais curiosidade sobre o quarteto paulistano que marcou e muito a década de 80.

Em relação ao disco “Entre Seus Rins”, como citado acima o mesmo contém uma mistura de rock e pop, diferente da maioria dos discos da banda paulistana. O Ira! grava este disco com seu quarteto clássico – Nasi  (Vocal), Edgard Scandurra (Guitarra),  Ricardo Gaspa (Baixo) e André Jung (Bateria), e o álbum tem como destaque as músicas: Milhas e Milhas, o Bom e Velho Rock ‘n Roll e Entre Seus Rins (música que dá nome ao álbum).

A faixa “Mistério” é um lado B muito bacana, que tem uma batida muito pop e que conta com a parceria forte de Nasi e Scandurra nas vozes,aliás, pra mim a principal marca do Ira! é como as vozes dos dois “casam bem”, quase como uma fórmula que dá cara à banda. Outra faixa interessante é “Naftalina”, a mesma conta com uma guitarra “bem suja”, baixo e batera alinhados, e também contém efeitos de sinalizador que lembram um pouco a banda RPM no começo da carreira. A música “Pecado” também tem essa mesma pegada rock, com Scandurra sempre se destacando com sua enorme criatividade.

Uma outra curiosidade do disco é que a faixa “Superficial (Como um Espinho)” foi gravada originalmente no Ao Vivo MTV (2000) e ganhou uma versão de estúdio no álbum “Entre Seus Rins”. Normalmente o que acontece é o inverso, a música é gravada em um determinado álbum de estúdio para depois ser regravada em um álbum ao vivo ou mesmo em um acústico.

Por fim vou falar das faixas que mais se destacaram neste disco: Entre Seus Rins e também Milhas e Milhas. A primeira é uma balada: instrumentos bem alinhados, Nasi dando um ar de romantismo com sua voz de radialista que faz programa de madrugada (calma galera, é zuera, eu gosto da voz do Nasi hahaha) e por fim, uma letra simples mas muito romântica. Aliás, não deixem de assistir o videoclipe da música “Entre seus Rins” pois vale muito a pena, principalmente pelo fato dos integrantes do Ira! terem sido representados por marionetes. Mas atenção galera, tirem as crianças da sala pois há algumas partes “picantes” no videoclipe.

E vamos à faixa “Milhas e Milhas”, pra mim é uma das melhores, senão, a melhor faixa do disco. É aquele tipo de música que você escuta pela primeira vez e tem a sensação de que ela já faz parte da sua vida ou mesmo da sua playlist. Traz consigo uma batida pop e que te envolve pelo fato de ser contagiante, mesmo tendo uma letra que fala sobre o fim de um relacionamento e o início de uma vida nova.

O último disco gravado pelo Ira! foi “Invisível DJ” em 2007, pouco tempo após o lançamento do disco a banda se separou por conta do excesso de brigas, a principal delas envolveu: o irmão de Nasi, este era empresário da banda, Edgard Scandurra e o próprio Nasi. O álbum ainda ganhou destaque com duas músicas, Mariana foi pro Mar e Eu vou Tentar.

Em 2013 Scandurra e Nasi voltaram a se falar (o Wolverine Valadão ligou para o guitarrista e o chamou para participar de um show beneficente), assim a volta do Ira! estava ensaiada. Quando de fato a volta ocorreu, Jung e Gaspa não voltam à banda. O primeiro não voltou pois traiu a confiança de Nasi, já o segundo por conta de problemas pessoais.

Em 2014 o Ira! voltou á ativa  com nova formação, além de Edgard e Nasi a banda foi completada com Daniel Scandurra no baixo (filho de Edgard), Evaristo Pádua na bateria (esse que acompanha Nasi em sua carreira solo) e Johnny Boy como músico de apoio, tocando teclado e violão (o músico teve grande participação nos discos do Ira! na década de 90).

Bom galera, essa foi a resenha de hoje e eu espero que vocês gostem. Grande abraço e até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 – O Bom e Velho Rock ‘n Roll

2 – Entre Seus Rins
3 – Milhas e Milhas

4 – Naftalina

5 – Superficial (Como um Espinho)

6 – Para ser Humano

7 – Homem de Neanderthal

8 – Um Homem Só

9 – Mistério

10 – Pecado

11 – O Tempo

12 – A Vida por um Fio

Ouça o disco Entre Seus Rins do Ira! completo.