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Smashing Pumpkins – Mellon Colie And the Infinity Sadness (1995)

Smashing Pumpkins – Mellon Colie And the Infinity Sadness (1995)

O ano é 1995. O disco é singular, ou plural, depende muito do ponto de vista, afinal trata-se de um álbum duplo. Assim como outros diversos álbuns dos anos 90, esse carrega consigo uma marca muito importante: álbum duplo mais vendido de todos os tempos. Põe importante nisso, não? Afinal, qualquer marca alcançada por um disco – vendas no país natal, vendas na Europa, parada da Billboard, etc – logo já imaginamos que se trata de bandas como The Beatles, Led Zeppelin, Queen ou Nirvana. Mas não dessa vez meus caros leitores, o feito acima citado foi do Smashing Pumpkins com o álbum Mellon Colie And The Infinity Sadness.

Sobre a Banda

Pra quem é marinheiro de primeira viagem, meu nome é Denis Borges e hoje falarei sobre uma banda formada em Chicago – sim, na gélida Chicago também tem rock do bom -, mais precisamente de uma banda formada em 1988 por William Patrick Corgan ou apenas Billy Corgan (vocal, letras, baixo, guitarra, produção, bate o escanteio, faz o gol, etc) e James Iha (guitarra). Em 1991 já com o baixista D’arcy Wretzky e com o baterista Jimmy Chamberlain os Pumpkins lançam o médio Gish, seu primeiro álbum de estúdio. Em 1993 eles vão pra uma nova gravadora e são impulsionados pela abertura que o rock alternativo – vulgo grunge. Introduzidos no mainstream americano o Smashing Pumpkins lançam seu segundo disco, o ótimo Siamese Dream. Duas coisas sobre esse disco alias, Billy Corgan regravou praticamente todas as linhas de baixo e boa parte das guitarras do disco, evidenciando como era difícil manter uma relação amistosa com o metódico e perfeccionista vocalista. A segunda é a comparação que acontecia com todas as bandas de rock alternativo que faziam sucesso naquele período, tornando todas as bandas em Nirvanas e Pearl Jams.

Mellon Collie And The Infinity Sadness

Após o sucesso de Siamese Dream, já consolidados no mercado, o Smashing Pumpkins  lança em outubro de 1995 o seu maior e mais ambicioso disco, Mellon Collie And The Infinity Sadness. Um disco duplo que gerou certa desconfiança em seu lançamento, muitos diziam que somente o egocentrismo de Corgan para lançar um disco em um formato praticamente extinto no mercado. Contendo 28 faixas – 14 representando o dia em “Dawn to Dusk” e mais 14 representando a noite em “Twilight to Starlight”. Escutando os dois discos você não encontra referência direta ao dia (leve) ou à noite (pesado). Todas as canções do disco parecem dispostas aleatoriamente, sem nenhuma conexão, pois saímos de músicas altamente líricas com arranjos simples porém bem trabalhados, para encarar guitarras altamente distorcidas e vocais dilacerantes. Lembro-me que a minha primeira vez com o disco foi confusa e cheia de questionamentos.

O álbum é de difícil entendimento no primeiro momento, mas depois de um tempo na companhia do mesmo você dificilmente irá se desfazer de alguma faixa. Tudo parece perfeito em sua desordem e o vasto conhecimento musical que a banda possui beira a perfeição. A transição entre ritmos, nuances, texturas, instrumentos utilizados, impossibilita você rotular o disco. Ora leve e simples, ora pesado e complexo, ora melancólico, ora psicodélico, Mellon Collie And The Infinity Sadness realmente é dia e noite ao mesmo tempo. Através da belíssima capa e de todo o material gráfico criado para o álbum, percebemos o cuidado que Corgan & Cia tiveram ao tentar transportar a pessoa que está segurando o encarte para dentro daquela obra de arte de quase duas horas de som fazendo uma amalgama de som e imagem.

Este álbum é simplesmente sensacional, clipes como “Tonight, Tonight” nos dá a sensação de ligação entre áudio, vídeo e imagem gráfica, tudo se completando em perfeita sintonia, criando uma ambientação própria, seu próprio mundo. Que viagem! Mas esse disco é isso, pelo menos é o que captei e venho captando a cada vez que o ouço.

Agora falarei brevemente das músicas que mais se destacaram comercialmente, afinal, teríamos parágrafos e mais parágrafos se eu fosse falar sobre as 28 canções do disco. No “Dawn to Dusk” começamos com a faixa que dá nome ao disco “Mellon Collie And The Infinity Sadness”, uma bela música/introdução que conta somente com um piano nos deliciando e nos levando  até um dos maiores singles do disco e da banda, a já mencionada “Tonight, Tonight”, com sua linda melodia sendo amparada por uma orquestra e com uma linda mensagem de esperança (The impossible is possible, tonight/Believe in me as I believe in you, tonight). Temos a pesada e raivosa “Bullet With Buttrfly Wings” primeiro single a ser tocado nas rádios, faixa que soa totalmente diferente de “Tonight, Tonight”. Destaque também para a espetacular “Muzzle”. É difícil citar apenas três faixas tendo ainda músicas como:  “Jellybelly”, “Love”, “Zero”, etc. Em “Twilight To Starlight” tocaram e passaram seus clipes em exaustão a belíssima “Thirty-Three” e a saudosa “1979”.

Sem dúvida, Mellon Colie And The Infinity Sadness é um disco onde podemos tirar o que há de melhor do Smashing Pumpkins, Corgan disse inúmeras vezes que este álbum  seria o último como as pessoas veriam a banda, fechando assim um círculo perfeito. Hoje, após mais de  20 anos entendo o que Corgan quis dizer. Apesar de alguns outros  bons trabalhos, nada se compara ao que a banda entregou em Mellon Colie And The Infinity Sadness. A diversidade encontrada beirava a prepotência e arrogância para alguns, mas, na verdade, essa diversidade só mostra o quão a banda conseguiu transformar os seus sentimentos em música, e música de altíssima qualidade.

Queria agradecer mais uma vez a você que ficou até o final dessa resenha, eu espero ter despertado ao menos uma fagulha de curiosidade para que você meu caro leitor ouça esse sensacional disco. Afinal, ser o álbum duplo mais vendido da história tem que gerar algum sentimento. Um abraço à todos e encontro vocês na próxima resenha aqui no blog A História do Disco.

Faixas do Disco 

CD 1

1 –  Mellon Collie And The Infinity Sadness

2 – Tonight, Tonight

3 – Jellybelly

4 – Zero

5 –  Here Is No Why

6 – Bullet With Butterfly Wings

7 – To Forgive

8 – An Ode To No One

9 – Love

10 – Cupid De Locke

11 – Galapogos

12 – Muzzle

13 – Porcelina Of The Vast Oceans

14 – Take Me Down

CD 2

1 –  Where Boys Fear To Tread

2 – Bodies

3 – Thirty-Three

4 – In The Arms Of Sleep

5 –  1979

6 – Tales Of A Scorched Earth

7 – Thru The Eyes Of Ruby

8 – Stumbleine

9 – X.Y.U

10 – We Only Come Out At Night

11 – Beatiful

12 – Lily (My One And Only)

13 – By Starlight

14 – Farewell And Goodnight

Confira o videoclipe da faixa Tonight, Tonight 

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o disco (cd) na íntegra, porém você pode
encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!
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Oasis – (What’s The Story) Morning Glory? (1995)

Oasis – (What’s The Story) Morning Glory? (1995)

Fala galera blog A História do Disco! Hoje eu, Denis Borges, venho aqui para falar de mais um clássico dos anos 90, um disco que marcou uma cena importante que estava surgindo na época na Inglaterra, o Britpop.

Com a morte de Kurt Cobain,e por consequência o fim do grunge, todos estavam havidos pelo o que viria. O que emplacaria no mercado? Qual a nova tendência? Que nova cena musical preencheria aquele vazio ali estava? Foi quando em 1994 uma banda britânica chamada Oasis respondeu essas questões com o lançamento de seu primeiro disco, Definately Maybe. Sucesso no Reino Unido, o álbum não teve grande repercussão do outro lado do Atlântico, mas ainda apresentou o grupo ao mundo. Bandas como Supergrass e em seguida o Blur já davam o tom do que seria o movimento Britpop, que alias, se fez realmente presente no mundo todo em outubro de 1995 com a chegada do segundo, mais famoso e para muitos, melhor disco do Oasis: (What’s The Story) Morning Glory?

Sobre a Banda

O Oasis foi uma banda inglesa criada em Manchester, que tinha como pilares os irmãos Gallagher – Noel (guitarra) e Liam (vocal). Ao contrario do que possam imaginar o Oasis foi formado a partir de uma banda chamada The Rain, onde dois amigos de Liam, Paul Arthurs e Paul McGuigan, o chamaram para assumir os vocais, o baterista Tony MacCarrol completava o time. Após um tempo juntos veio de Liam a sugestão para mudar o nome da banda para Oasis.

Nessa mesma época Noel era rodie de uma banda chamada Inspiral Carpets, e após assistir a um show da banda do irmão mais novo vê potencial nos garotos e decide entrar para a banda após o convite de Liam. A única condição para entrar na banda era ser responsável pelas letras e melodias da banda a partir de então. Proposta aceita. A partir daí temos a formação original do Oasis. É fato que o grupo não ficou famoso apenas por suas canções, mas também pelas diversas brigas entre os irmãos Gallagher. No documentário Supersonic, disponível na Netflix, vemos um pouco da vida pessoal, da infância e do começo da carreira dos irmãos. A partir daí passamos a entender um pouco dos porquês dos dois irmãos terem essa personalidade singular.

Finalizando esse resumo sobre o que foi/é o Oasis vale citar que após o álbum (What’s The Story) Morning Glory? o grupo lançou mais cinco discos de estúdio, o último foi Dig Out Your Soul, lançado em 2008.

Sobre o Disco

Depois de um ótimo primeiro disco muito se esperava do Oasis, a expectativa era grande a banda não decepcionou. Lançado em 2 de outubro de 1995, (What’s The Story) Morning Glory? foi sucesso de público, crítica e alcançou números impressionantes – terceiro álbum mais vendido do Reino Unido de todos os tempos – entretanto, mais importante que os números é a qualidade do disco. Temos pelo menos cinco singles de sucesso e três músicas que se tornaram clássicos do rock, que garantem presença facilmente em qualquer lista de clássicos rock dos anos 90 , quiçá de todos os tempos.

A primeira faixa do disco é Hello, bem sugestivo para se abrir um álbum, após belas batidas de violão – que parra nosso deleite , voltaríamos a ouvir na introdução de Wonderwall – a música muda de tom e segue de maneira segura até o fim. Seguindo, Roll With It é uma daquelas músicas explicitamente Oasis de ser, encontramos facilmente a influência dos Beatles nessa faixa, e o bom uso da guitarra e dos backing vocals ditam o ritmo da música. Um fato curioso é que o lançamento de Roll With It foi um dos motivos para a tão falada animosidade entre Oasis e Blur, já que a faixa foi lançada no mesmo dia em que o Blur lançaria Country House, criando assim a primeira rivalidade entre seus conterrâneos. Quem venceu? O Blur, seu single vendeu mais cópias, porém a história mostra qual disco foi mais vendido.

A terceira faixa nada mais é que a música mais conhecida da banda, Wonderwall. Com uma simples e bem elaborada harmonia em consoante com a bela voz de Liam essa balada se tornou um clássico mundial. Dois fatos interessantes sobre a música: a palavra wonderwall não existe, Noel é disléxico (distúrbio mental que compromete a memória e a capacidade de concentração) e na verdade queria escrever wonderful (maravilhosa (o) em português) pois compôs a música para a sua então namorada, Meg Matthews, mas quando foi apresentá-la à banda saiu wonderwall, os caras curtiram e o nome ficou. Outro fato curioso é que Noel queria cantar Wonderwall ou Don’t Look Back Anger, então deu a opção de Liam escolher qual delas gostaria de cantar.

Don’t Look Back Anger é outro clássico dos clássicos , começa com uma bela plagiada de piano, – escutem Imagine de John Lennon e saberão do que estou falando – mas se torna uma bela canção, uma das melhores letras já escritas por Noel. O povo de Manchester “adotou” a música como uma espécie de hino após o atentado ocorrido durante o show da cantora Ariana Grande no dia 22 de maio de 2017. A faixa também é a primeira em que Noel assume os vocais do Oasis.

Após duas baladas nos deparamos com Hey Now, uma espécie de introdução para Some My Say, o primeiro single da banda a atingir o number one  das paradas britânicas. As duas músicas fazem parte do “Made in Oasis” de ser, guitarra e vocal marcantes, respectivamente de Noel e Liam. Posteriormente temos uma homenagem da banda à Richard Aschcroft, vocalista do The Verve e parceiro de Britpop, na faixa Cast No Shadow – mais uma bela balada do disco.

Na faixa She’s Eletric nos deparamos com a influência do Beatles sobre o Oasis, aliás, se tratando de Oasis isso fica evidente em várias canções. Já em Morning Glory, faixa que dá nome ao disco, temos logo de cara um ótimo riff de guitarra que se transforma em uma poderosa música.

A última música é o terceiro clássico do álbum: Champagne Supernova. São mais de sete minutos de pura viagem, uma introdução que começa ao som de águas correntes e em seguida entra a bela voz de Liam acompanhada de acordes de violão. Já no refrão da música Noel e o participante especial da faixa, Paul Weller (The Jam) – amigo e fonte de inspiração para Noel – nos brindam com belos solos de guitarra. Realmente são sete minutos de pura viagem para fechar com chave de ouro a maior obra da banda que dominou o rock de 1995 até 2000 e alguma coisa.

Bom galera, eu fico por aqui e encontro vocês numa próxima resenha aqui no AHD.

Faixas do Disco

1 –  Hello

2 – Roll With It

3 – Wonderwall

4 – Don’t Look Back Anger

5 –  Hey Now!

6 – Bonehead’s Bank Holiday

7 – Some Might Say

8 – Cast No Shadow

9 – She’s Eletric

10 – Morning Glory

11 – Champagne Supernova

Ouça álbum (What’s The Story) Morning Glory completo!

Confira o clipe de Wonderwall.

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Alanis Morissete – Jagged Little Pill (1995)

Alanis Morissete – Jagged Little Pill (1995)

Olá amigos do blog A História do Disco! Aqui é o Denis Borges trazendo mais uma resenha pra vocês. Novamente vamos mergulhar nos anos 90, mais um disco dessa década que foi maravilhosa para o rock. Hoje eu falarei sobre uma grande cantora e compositora, isso porque vocais femininos no rock não são habituais, mas quando aparecem sempre roubam a cena. A “menina” que está hoje em nosso blog detém até os dias atuais uma marca importantíssima:  álbum de rock mais vendido por uma mulher em sua estréia. No ano de 1995, a ainda “menina”, com seus apenas 21 aninhos, deixou o Canadá (seu país natal) e também sua curta carreira no pop (tendo dois discos gravados), para conquistar os EUA e posteriormente o mundo. Estou falando de Alanis Morissete e seu ótimo disco Jagged Little Pill.

O álbum Jagged Little Pill impulsionou Alanis, e a “menina” se tornou uma das mulheres mais influentes da música. Além dessa importante marca, o disco da canadense conquistou grandes marcas, como: 35 milhões de cópias vendidas em todo o mundo, diversos Grammy’s, melhor disco de rock alternativo lançado no século 20, além de disco internacional mais vendido no Brasil na década de 90, 550 mil cópias. Aliás, a química da cantora com o nosso país foi bem forte, teve participação especial na novela Malhação da Rede Globo, e também uma super apresentação no Programa Livre de Serginho Groisman no SBT. Aaah que saudade dessa época!

Aos 21 anos, Alanis já alcançava o status de Rockstar com seu jeito nada comercial de ser, mas com uma empatia incrível com o público, principalmente o feminino. Vocês podem se perguntar, como é que uma jovem de 21 anos alcançou grandes feitos tão rapidamente? Alanis emplacou seis singles nas paradas, sendo que seu álbum continha 12 faixas, e ainda vale citar que dos feitos citados nesta resenha, poucos foram superados após 22 anos. Eu acredito que a resposta está na sinceridade das músicas de Alanis, não somente neste álbum, mas sim em todos os discos da cantora. Vejo Jagged Little Pill como um diário que em um momento de descuido, Alanis deixou aberto em sua escrivaninha e seu irmão passou por ali e leu por curiosidade, assim percebemos que, cada uma das experiências da cantora foram transformadas em letra e melodia.

Quando você meu caro leitor for ouvir o disco Jagged Little Pill – tendo um bom entendimento da língua inglesa, ou mesmo não tendo, e assim acompanhando a tradução – você terá a mesma sensação que eu, de estar se deparando com um livro aberto. Este álbum é um misto de emoções, assim como Alanis, assim como todas as mulheres são. Musicalmente essas emoções são transferidas para a sonoridade do álbum.

O disco começa com All I Realy Want, uma espécie de epílogo para o que viria. Posteriormente temos ‘You Oghta Now’, minha faixa preferida, que vem cheia de raiva:  An older version of me/ Is she perverted like me?Algo como: Uma versão mais velha de mim/ Ela é pervertida como eu? E há uma curiosidade que faz com que a faixa fique melhor, Flea e Davi Navarro (ambos integrantes do Red Hot Chilli Peppers na época) tocam respectivamente baixo e guitarra na música. Em seguida temos uma faixa mais calma, Perfect. Posteriormente temos Hand In My Pocket, que traz a perspectiva do amadurecimento, e ‘Forgiven’, uma crítica de Alanis em relação a sua criação religiosa.

Dando sequência as faixas temos, ‘Your Learn’, que como o próprio nome diz: Você Aprende. Posteriormente, Head Over Feet, faixa romântica que tem o trecho: And don’t be alarmed if I fall over feet/ And don’t be surprised if I love you for all that you are. Que em português seria: Não se assuste se eu me apaixonar da cabeça aos pés/ E não fique surpreso se eu te amar por tudo que você é . Já a faixa ‘Ironic’ fala sobre as ironias que a vida nos reserva, é a tão conhecida Lei de Murphy, saca? Quando o pão cai com o lado que está a manteiga pra baixo ou mesmo quando você pega uma fila menor em algum estabelecimento e fica enroscado nela um tempão enquanto a fila do lado vai diminuindo mais rápido. ‘Ironic’ é uma faixa muito icônica e pra mim é um dos clipes que mais representa a MTV dos anos 90.

Vale ainda citar que em 2005 a cantora lançou o álbum Jagged Little Pill acústico, comemorando os 10 anos de aniversário de lançamento do disco, que aliás, pode ser considerado o maior da carreira da cantora.

Enfim, Jagged Little Pill é um disco criado por uma jovem de 21 anos com uma coragem que mulheres com o dobro de sua ainda não tem, principalmente na questão de expor os assuntos que são abordados nesse álbum. Mesmo depois de tanto tempo os questionamentos e frustrações abordados no disco são bem contemporâneos. Hoje, eu olho para as cantoras – principalmente as roqueiras – e, infelizmente, não encontro ninguém que bebeu da fonte chamada Jagged Little Pill. É uma pena para mulheres, homens e principalmente para o rock.

Bom galera, eu fico por aqui. Espero que todos tenham gostado de ler esta matéria tanto quanto eu gostei de escrevê-la, este disco me traz ótimas recordações, apesar de eu ter perdido o álbum Dirt do Alice In Chains no lance de trocar CD’s com uma amiga. A troca era pra ser somente por uns tempos, mas dura até hoje, sabem como é né? Alanis, Jagged Little Pill, amiga…

Faixas do Disco

1 –  All I Realy Want

2 – You Oghta Know

3 – Perfect

4 – Hand In My Pocket

5 –  Right Through You

6 – Forgiven

7 – You Learn

8 – Head Over Feet

9 – Mary Jane

10 – Ironic

11 – Not The Doctor

12 – Wake Up

Ouça todo álbum Jagged Little Pill

Ouça o álbum Jagged Little Pill Acustic!

Assista o videoclipe da faixa Ironic

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Mamonas Assassinas (1995)

Mamonas Assassinas (1995)

Salve galera, que saudade de escrever no meu blog favorito, saudade de compartilhar com vocês mais um álbum que fez história. Hoje eu, Bruno Machado, vou destacar o único álbum (infelizmente) da banda Mamonas Assassinas, que foi em gravado em 1995 e que teve produção de Rick Bonadio.

Acima destaquei que Rick Bonadio produziu o Mamonas, entretanto, quem realmente era pra ter produzido os garotos era Carlos Eduardo Miranda, que estava a frente da Banguela Records, selo que ele havia criado junto com a banda Titãs. A banda inclusive quis levar os garotos de Guarulhos para o selo, mas Miranda não concordou com a ideia. Sendo assim, Bonadio e a EMI confiaram no projeto e lançaram o disco do Mamonas Assassinas.

O quinteto trouxe uma proposta de música nunca vista no Brasil: letras escrachadas falando de amor, maconha, homossexualismo, migração nordestina, entre outras coisas. Isso tudo com arranjos bem elaborados e com Bento Hinoto (guitarrista) se destacando muito, assim como Dinho (vocalista) que conseguia mudar a voz de maneira incrível e no palco tinha um carisma fora do comum. Júlio Rasec (tecladista) também se destacava muito nos shows da banda, aliás, mais como animador do que como instrumentista, animação que também ficava por conta dos irmãos Samuel Reoli (baixista) e Sérgio Reoli (baterista). Em suma, os cinco integrantes se completavam, e com isso a banda explodiu, caindo nas graças da mídia, de pessoas de idade, de jovens, adultos e também de crianças.

A mídia percebeu que o Mamonas era a bola da vez, e desta forma começaram a levar a trupe para os programas de televisão. Em 1995 tínhamos a ferrenha ‘briga’ por audiência nos domingos, com Gugu de um lado e Faustão do outro. Nessa época eu tinha 4 anos, e gostava muito do Mamonas Assassinas, tanto que minha mãe gravou em fita cassete o dia em que a banda foi no Gugu. Os caras ficaram o domingo inteiro no programa, e deram uma audiência monstruosa pra emissora do ‘Titio Silvio Santos’. Na época eu já tinha uma fita cassete do Mamonas Assassinas, e eu ouvia sempre, ainda mais que tínhamos um aparelho de som ‘monstruoso’ em casa.

Dá pra imaginar o resultado de grandes participações nos dois maiores programas de auditório da época!? Dá sim, após os programas o grupo explodiu de vez e passou a ser amado por todo o Brasil e o número de vendas do álbum da banda aumentou mais ainda. É interessante citar que em 1995 o axé estava ganhando grande espaço na mídia, assim como o sertanejo e o pagode, o rock estava sofrendo com a década de 90,  as bandas de 80 tinham dificuldade em se reinventar e fazer novos grandes discos.

Outro programa que acolheu os garotos foi o Programa Livre, comandado por Serginho Groisman. Na década de 90 o programa era um dos melhores da TV brasileira, era voltado aos jovens e continha debates e muita música boa. O Mamonas se apresentou com muita descontração (pra variar) e novamente deixou sua marca.

Uma banda que também se destacou nos anos 90 foi o Raimundos (produzidos por Miranda, junto ao selo Banguela) e muitas pessoas gostavam de fazer a comparação entre os dois grupos, entretanto, não há como comparar pois cada grupo tinha uma linha de pensamento em relação a música, e o Raimundos tinha uma sonoridade muito mais pesada. Particularmente, eu gosto das duas, e acho que cada uma deixou o seu legado.

Os estilos musicais que na época estavam em alta no Brasil sofreram na mão do Mamonas Assassinas, o grupo não perdoou e com muita qualidade fizeram sátiras ao sertanejo, na faixa Bois Don’t Cry, e ao pagode, na faixa Lá Vem o Alemão. Esta última ainda contou com a participação de Fabinho do Negritude Jr. na percussão e de Leandro Lehart do Art Popular tocando cavaquinho.

Infelizmente em 1996 o grupo sofreu um acidente aéreo e todos os integrantes faleceram, a notícia chocou o país e entristeceu à todos. Os garotos de Guarulhos se foram, mas deixaram seus nomes gravados na história da música brasileira, não há como esquecer a ‘Brasília Amarela’, eles vestidos de Batman, Robin ou mesmo de Chapolin Colorado em suas apresentações, e muito menos a alegria que eles nos traziam com sua simplicidade e carisma.

Os integrantes do Titãs gostavam muito do Mamonas e sentiram bastante a perda dos colegas. Homenagens não faltaram, em 1997 a banda paulista gravou seu acústico MTV e poucos sabem, mas no encarte deste disco eles dedicam o álbum aos Mamonas Assassinas. Já em 1999 o Titãs gravou um álbum chamado ‘As Dez Mais’ só com músicas de outros artistas, entre elas ‘Pelados em Santos’, interpretada por Nando Reis e Branco Mello. A faixa ganhou videoclipe, que inclusive foi censurado, e a crítica da época não gostou muito da roupagem que o Titãs deu pra música, mas o que vale com certeza é a homenagem.

Bom galera, essa foi a resenha de hoje, espero que vocês tenham gostado. Abraço e até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 – 1406

2 – Vira – vira

3 – Pelados em Santos

4 –  Chopis Centis

5 – Jumento Celestino

6 – Sabão Crá Crá

7 – Uma Arlinda Mulher

8 – Cabeça de Bagre II

9 – Mundo Animal

10 – Robocop Gay

11 – Bois Don’t Cry

12 –  Débil Metal

13 –  Sábado de Sol

14 –  Lá Vem o Alemão

Assista a apresentação do Mamonas Assassinas no Programa Livre.

Videoclipe da faixa Pelados em Santos.

Clique aqui e ouça o disco completo!

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Raimundos – Lavô Tá Novo (1995)

Raimundos – Lavô Tá Novo (1995)

Olá galera, eu Denis Borges estou eu de volta ao blog e na matéria de hoje nós continuaremos na década de 90 mas pra falar de uma grande banda brasileira. Em 1996 se vocês me perguntassem qual a melhor banda de rock nacional de todos os tempos, fatalmente ei iria lhes dizer: Raimundos! Tudo que um adolescente que gostava de rock nesta época queria ele encontrava no som que a banda brasiliense fazia. Letras escrachadas, som pesado e integrantes afinados com seu público alvo.

Como citado acima continuaremos na década de 90, com aquela nostalgia que nós do A História do Disco adoramos, dessa vez falarei sobre  a melhor de banda de rock nacional do período de 1993 a 2000, pelo menos na minha humilde opinião. Pra quem não sabe “os Raimundos” são de Brasília e banda tem esse nome  porque além deles serem fãs de Ramones , eles tinham familiares em estados da região nordeste, como a Paraíba por exemplo. Além de influenciar no nome da banda, a raiz  nordestina também era notada em suas músicas que misturavam hardcore, hard rock e uma pitada de forró, ficando conhecidos por tocarem “forrocore”. Era escutar um triângulo (instrumento típico do forró) junto com uma guitarra pesada que já sabíamos que era o som do Raimundos que tava rolando,  e detalhe: não precisava nem escutar a voz do Rodolfo (vocal) pra saber que era Raimundos que tava rolando.

A banda nasceu da amizade entre Digão (até então baterista) e Rodolfo (guitarra e vocal) lá em 1987. Carentes de um baixista, Rodolfo convida Canisso para entrar na banda. Depois de alguns shows aqui e ali ainda na cena brasiliense, cada um foi pro seu lado e o Raimundos ficou pra depois. Esse “depois” foi exatamente em 92, agora com Digão na guitarra e com um novo baterista, Fred, assim “os Raimundos” voltavam à ativa. Assim como a maioria das bandas, depois de muito tempo ralando os caras começaram a ganhar destaque no underground.

Uma coisa que me fez não gostar de Mamonas Assassinas era a comparação póstuma que faziam com o Raimundos. Musicalmente muito melhor, o Raimundos despontou antes do Mamonas Assassinas, quem escutava rock na época há de concordar comigo. Logo após o acidente que matou os integrantes do Mamonas suas viúvas mais pops esbravejam para todos os cantos que o Raimundos era uma banda oportunista. Eu, adolescente e já fã de Raimundos virei hater do Mamonas Assassinas de 90 rolava uma comparação póstuma muito grande entre Raimundos e Mamonas Assassinas. Mas vamos voltar a falar do Raimundos, depois de começar a se destacar na cena os “malucos de Brasília” receberam o convite para gravar seu primeiro disco pelo selo Banguela, este foi criado pela banda Titãs e pelo produtor musical Miranda. A mistura de hardcore e hard rock com influências nordestinas e letras repletas de palavrão começou a se espalhar, músicas como “Puteiro em João Pessoa, “Nega Jurema” e “Palhas do Coqueiro” começaram a chamar a tenção da molecada, mas as músicas citadas não tinham apelo comercial, sendo assim, coube a “Selim” ganhar as rádios, música que entrou no primeiro disco da banda aos 48 do segundo tempo.

A nossa resenha de hoje é sobre o segundo disco de estúdio Raimundos, o Lavô Tá Novo, de 1995. Nesta época a banda já era vista como promissora e esse segundo disco veio por uma grande gravadora, a Warner. Mesmo em uma grande gravadora as letras escrachadas e com duplo sentido ainda estavam presentes, contando com o peso do hard rock junto a velocidade do hardcore e de maneira mais sutil. Tudo isso ainda contando com aquela pitada de elementos nordestinos aliados a uma produção de banda gringa, e o resultado dessa equação foi o Raimundos fazendo grande sucesso.

Apesar de ainda novo, lembro bem daquela época e acredito que este disco deu o último grande fôlego para o rock nacional. Bandas que vieram depois do Raimundos beberam muito da fonte que os calangos lapidaram no meio dos anos 90. E já que citei o disco vale citar que o mesmo começa com uma pedrada a lá Raimundos: Tora Tora. São quase cinco minutos de hard rock dos bons. A segunda faixa seguramente tornou-se um hino do rock nacional, estou falando da faixa “Eu Quero Ver O Oco”, afinal, quem nunca tentou tocar a introdução desta música quando estava começando a tocar violão!? A letra é uma sátira de Canisso (baixista) referente a vez que estava ensinando Rodolfo (vocal) a dirigir, alias, o incidente ocorreu com Rodolfo dirigindo um fusca e sim, realmente teve um acidente.

A terceira faixa, “Opa!, Peraí, Caceta” não tinha como ser ruim, a mesma começava com o saudoso Costinha dizendo assim na introdução: Ela gosta de saco grande porque quando balança enche o cu de terra. O álbum Lavô Tá Novo ainda conta com mais estes clássicos da banda: O Pão da Minha Prima, Bestinha, Esporrei na Manivela e Sereia da Pedreira.

Pra fechar o disco e a resenha de hoje com chave de ouro vamos à mais um hino do rock nacional, afinal, quem nunca ficou curioso pra saber a tradução deste refrão: I Saw You Saying ( That You Say That You Saw). E o videoclipe dessa música passou muito na MTV Brasil, os integrantes do Raimundos todos vestidos de terno branco e com óculos escuros. Na época Rodolfo usava dreadlocks, Canisso e Fred eram cabeludos, e Digão tinha bastante cabelo ainda.

Bom galera, eu fico por aqui e prometo que logo mais estarei presente no blog com mais resenhas. Até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 – Tora Tora

2 – Eu Quero Ver o Oco

3 – Opa! Peraí, Caceta

4 – O Pão da Minha Prima

5 – Pitando no Kombão

6 – Bestinha

7 – Esporrei na Manivela

8 – Tá Querendo Desquitar (Ela tá Dando)

9 – Sereia da Pedreira

10 – I Saw You Saying (That You Say That You Saw)

12 –  Cabeça de Bode

13 – Herbocinética

Ouça o disco Lavô Ta Novo completo.

Confira o videoclipe de I Saw You Say (That Say That You Saw)

Assista a participação do Raimundos no VMB de 1996.

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Planet Hemp – Usuário (1995)

Planet Hemp – Usuário (1995)

Salve galera do blog A História do Disco, depois de um tempo eu, Bruno Machado venho escrever uma nova resenha para vocês. A última foi criada pelo nosso brother Flávio Oliveira que iniciou os trabalhos escrevendo sobre o primeiro disco dobeatle Paul Mccartney.Como minha especialidade é o cenário nacional passaram pela minha cabeça vários discos, clássicos de 80 e 90, várias bandas consagradas e que estão em atividade. O que tenho a declarar de início é que essa banda é muito polêmica pelo tema que ela sempre abordou em todos seus discos, a História do Disco apresenta Usuário, primeiro álbum da banda Planet Hemp.

Sim meus caros, agora viajaremos diretamente a 1995 quando esse grande disco foi concebido, aos que são mais jovens eu jogo a questão: Se hoje falar sobre a legalização da maconha já é um tabu imaginem em 1995? Sim, era mil vezes pior, mas os caras do Planet Hemp enfrentaram todo o preconceito, lançaram o disco e realmente deram a cara pra bater.

Vale também citar que o disco contém críticas severas à polícia e também a questão da alienação da população, sendo assim o disco pode ser interpretado como de protesto,  não faz apologia à maconha, apenas cita a droga em grande parte das canções por conta do estilo de vida que os integrantes da banda viviam (ou ainda vivem), pelo menos esta é a minha opinião em relação ao contexto geral do disco.

Marcelo D2 e BNegão são os frontmen do Planet dividindo os vocais das músicas numa sintonia muito bacana, não à toa ambos são os nomes mais conhecidos da banda que contou também com a participação de Black Alien nos vocais do disco Usuário. Este que substituiria BNegão como vocalista no disco “Os Cães Ladram mas a Caravana não Para”.  Já que citei uma participação de peso no disco, vou citar mais uma, Marcelo Lobato da banda “O Rappa”que fez os teclados em várias músicas do disco e que inclusive foi empresário do Planet Hemp. É importante citar que o baterista deste primeiro disco é o Bacalhau (hoje baterista do Autoramas) e não o Pedrinho que entrou na banda apenas a partir do disco “A Invasão do Sagaz Homem Fumaça”. Fechando a trupe, tínhamos o baixista Formigão, que hoje em dia está participando da turnê de 30 anos do primeiro disco da Legião Urbana junto de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.

Mas vamos falar sobre as faixas principais do disco como:  Mantenha o Respeito, Legalize Já, Dig Dig Dig (Hempa), A Culpa é de Quem? e Porcos Fardados. Para quem achava que todas as letras foram escritas pela dupla D2 e BNegão se engana, elas contaram sim com D2 mas fazendo parceria com Rafael Crespo, o guitarrista da banda. Talvez a música mais conhecida da banda seja “Mantenha o Respeito”, até mesmo quem não gosta do conjunto carioca conhece a música ou já ouviu ela pelo menos uma vez.

A MTV Brasil colaborou e muito para a consolidação do disco “Usuário” no cenário nacional, na década de 90 os artistas brasileiros enxergaram o valor da gravação e veiculação de um videoclipe e o Planet Hemp usou muito bem este artifício gravando os clipes de “Legalize Já” e “Dig Dig Dig (Hempa)” que sempre estavam na programação da emissora, eu Bruno Machado era muito fã dela.

Ao todo a banda gravou 4 discos de estúdio (Usuário, Os Cães Ladram mas a Caravana não Para, A Invasão do Sagaz Homem Fumaça e Happy New Year) e um Ao Vivo MTV (gravado em 2001), esse que foi o último disco gravado pela famosa “ex-quadrilha da fumaça”.  Depois a banda se separou, e Marcelo D2 e BNegão deram continuidade as carreiras solo que ambos já tinham, D2 chegou a gravar um bom Acústico MTV (gravado em 2004) e BNegão consolidou sua carreira solo com o grupo Seletores de Frequência.

Em 2010 a MTV Brasileira completou 20 anos e o Planet Hemp se juntou em um show  para comemorar o aniversário da emissora, que foi muito importante pra música brasileira principalmente na década de 90. Marcelo D2 na época alegou que era apenas uma reunião e não uma volta da banda carioca. Isso porque daí pra frente a banda se apresentou várias vezes, claro esporadicamente mas se apresentava, e sempre dizendo que não era uma volta definitiva.

Entretanto em 2015 ocorreu a tão sonhada volta da banda que os fãs tanto esperavam, principalmente os que nunca puderam ver um show do conjunto (eu me incluo nesse grupo rs).  Não gravaram álbum novo na volta, mas mostraram que a energia no palco continua a mesma, com uma pegada forte demonstrando que o Planet Hemp escreveu sim sua história na música brasileira.

Essa foi mais uma matéria do Blog a História do Disco, espero que vocês tenham gostado e que continuem nos acompanhando galera. Muito Obrigado J

Faixas do Disco

1 – Não Compre Plante

2 – Porcos Fardados

3 – Legalize Já

4 – Deisdazseis

5 – Phunky Buddha

6 – Maryjane

7 – Planet Hemp

8 – Fazendo a Cabeça

9 – Futuro do País

10 – Mantenha o Respeito

11 – P…Disfarçada

12 –  Speed Funk

13 – Muthafuckin’

14 – Dig Dig Dig (Hempa)

15 – Skunk

16 – A Culpa é de Quem?

17 – Bala Perdida

Assista ao clipe da faixa Legalize Já.

Assista ao clipe da faixa Dig Dig Dig (Hempa).

Ouça aqui o disco “Usuário” inteiro!

Leia matéria sobre foto que Marcelo D2 postou no Facebook, supostamente cercado por maconha.

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Engenheiros do Hawaii – Simples de Coração (1995)

Engenheiros do Hawaii – Simples de Coração (1995)

Olá galera do Blog A História do Disco,  estamos de volta para apresentar à vocês mais um maravilhoso álbum, depois de falar de várias bandas clássicas e de artistas muito conceituados, vamos resenhar sobre um disco um tanto quanto conceitual de uma banda que é caraterizada pelos limites, você a ama ou a odeia, é meus queridos, estamos descrevendo nada mais nada menos que a banda Engenheiros do Hawaii.

Vamos dissertar sobre o disco Simples de Coração, este foi gravado em 1995 e não continha mais a formação original (Gessinger, Licks e Maltz), entretanto um novo guitarrista estava a postos, e era nada menos que o caro Fernando Deluqui, ex integrante do RPM que havia se desfeito da banda após a gravação do péssimo disco Quatro Coiotes.

Você deve estar se perguntando: Poxa mais por quê a galera do blog não vai dissertar sobre um disco com a formação clássica do Engenheiros ao invés da formação do disco de 1995? Bom meus caros, na minha concepção, Simples de Coração foi um marco na carreira do Engenheiros, um divisor de águas, e mostrou todas as influências da banda, coisas que os outros discos escondiam, é um disco que dá para ouvir inteiro sem cansar, não há como não se apaixonar por ele.

Um ponto interessante desse disco é que a cultura do Rio Grande do Sul ainda se encontra muito presente, principalmente na faixa Ilex Paraguarienses. Nela você tem total visão sobre a cultura gaúcha, Gessinger nunca abriu mão disso nos discos do Engenheiros, mas em Simples de Coração chega a ser emblemático.

Quando falamos de Engenheiros do Hawaii pensamos automaticamente nas músicas temas do trio, O Papa é Pop, Pra Ser Sincero ou mesmo Era um Garoto que Como Eu, Amava os Beatles e os Rolling Stones. Mas nem só de hits se faz uma grande banda, o interessante é que o Engenheiros fez com que uma geração se apaixonasse pelo trabalho da banda, coisa que eu tenho em vista que somente a Legião Urbana conseguiu fazer de melhor forma. Ou seja, quem gostava/gosta da banda realmente seguia os passos da mesma e começando a partilhar de gostos da cultura gaúcha, como tomar o tererê por exemplo.

Voltando ao disco Simples de Coração, temos uma faixa muito bacana chamada Castelo dos Destinos Cruzados, essa é interpretada por Carlos Maltz, começa com um dedilhado sereno e do nada vira uma música bem pegada, com backing vocals muito bem encaixados de Humberto Gessinger. A faixa tem um ar medieval muito interessante, e a performance de Fernando Deluqui dá o ar da graça na música.

Tirando Simples de Coração que dá nome ao disco a outra faixa que se tornou hit radiofônico foi A Promessa, inclusive foi a primeira música do Engenheiros do Hawaii que eu Bruno Machado ouvi em minha vida.

Além de sair da formação trio clássica do Engenheiros e de contar com o guitarrista Fernando Deluqui, o disco Simples de Coração ainda contou com pelo menos dois excelentes músicos que fizeram uma grande diferença na qualidade sonora do mesmo: Ricardo Horn e Paolo Casarim. O primeiro gravou no disco bandolim, viola caipira, violão de XII cordas, guitarra e voz. Já o segundo gravou acordeon, gaita, piano e voz.

Ou seja meus queridos leitores, Simples de Coração reunia um time de peso nos instrumentos e nas vozes, contava com toda a tradição do Engenheiros e contava com canções absurdamente conceituais, vai de cultura gaúcha a indagação política. O álbum mostrou para os amantes da banda que ela não era boa apenas com o trio Gessinger, Licks e Malts, a mesma ainda tinha muito gás para produzir bons discos.

É importante citar que a segunda metade década de 90 não foi um mar de rosas para o rock nacional, afinal, o apogeu do estilo foi em 80, (inclusive quando o Engenheiros teve Terra de Gigantes tocada nas rádios, faixa do disco Revolta dos Dândis, gravado em 87) e as bandas tinham que se reinventar para continuar na mídia. Fora isso, um tal ritmo chamado axé estava sendo introduzido no mercado. Mesmo com todos estes fatores o Engenheiros conseguiu produzir um excelente disco sem mesmo ter a formação trio original que consagrou a banda entre o fim de 80 e o começo de 90. Discos como O Papa é Pop (1990) e Várias Variáveis (1991) introduziram a banda gaúcha na década de 90.

A História do Disco apresentou o álbum Simples de Coração de 1995 do Engenheiros do Hawaii, espero que vocês tenham gostado, até a próxima galera!

Faixas do Disco

1 – Hora do Mergulho

2 – A Perigo

3 – Simples de Coração

4 – Lance de Dados

5 – A Promessa

6 – Por Acaso

7 – Illex Paraguarienses

8 – O Castelo dos Destinos Cruzados

9 – Vícios de Linguagem

10 – Algo por Você

11 – Lado a Lado

Ouça o disco Simples de Coração completo!