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Mr Big – Lean Into It (1991)

mr big –  Lean into it (1991)

Salve salve galera pessoal que curte o site  A História do Disco, aqui estou, Bruno Machado para mais uma matéria, depois de um longo tempo sem escrever aqui me veio a ideia de trazer uma banda que eu sempre conheci mas não afundo, passei a ouvir mais músicas dela a partir do momento que fui pai. Sim meus caros, eu me tornei pai no início de 2019 e meu filho dorme ouvindo músicas e vendo videoclipes no Youtube, e foi com ele que eu aprendi a apreciar ainda mais a banda Mr. Big. A partir daí fui pesquisar a discografia do conjunto e descobri um dos melhores álbuns – se não o melhor – deles foi lançado em 1991, ano em que esse que vos escreve nasceu. Aliás, todos sabemos que em 1991 foram lançados vários discos muito fodas como Nervemind do Nirvana e Ten do Pearl Jam, ambos já passaram aqui pela AHD inclusive, então bora fazer aquela viagem gostosa no tempo!?

Como citei no parágrafo acima, eu nasci em 1991, e por isso vou citar alguns acontecimentos muito legais que aconteceram nesse ano antes mesmo de chegar ao Mr. Big, para provar para vocês meu caros leitores que grandes coisas aconteceram nesse determinado ano, e olha, a arte em si agradeceu e muito. Após citar Nirvana e Pearl Jam, vale citar que o disco de maior sucesso do R.E.M também foi lançado em 1991, o Out Of Time. Já no cinema tivemos a estreia de The Silence Of Lambs (O Silêncio dos Inocentes, direção de Jonathan Demme), primeiro filme da saga Hannibal, e a produtora Walt Disney Studios lançava no mesmo ano um de seus títulos de maior sucesso: A Bela e a Fera. Agora pra você aí que curtiu muito a infância assim como eu, olha só os clássicos que estrearam na TV em 91: Família Dinossauros e Doug (na gringa é claro) e Glub Glub e Mundo da Lua (estes aqui no Brasil mesmo). Para os nerd’s de plantão eu mando essa: o Super Nintendo foi lançado em 23 de Agosto e logo em seguida a SEGA lançou o Sonic para concorrer diretamente com o Mario World. Por último, mas não menos importante, em 24 de Novembro a música perdia um dos ser maiores intérpretes – se não o maior – Freddie Mercury. Agora sim, depois desse resumo super bacana sobre 1991, vamos falar do Mr. Big e desse álbum fabuloso denominado Lean InTo It.

A primeira que eu queria citar é que ao ouvir o álbum todo parecia que eu estava ouvindo algum disco do Van Halen, não que isso seja ruim, muito pelo contrário. Mas acredito que essa impressão é devido ao leve grau de semelhança entre a voz Eric Martin e Sammy Hagar. Mesmo porquê a qualidade instrumental do Mr. Big é tão monstruosa quanto a do Van Halen (a banda toda não só a Van Halen tá pessoal? hahaha). O álbum começa com a faixa Daddy, Brother, Lover, Little Boy. Batera constante e riff de guitarra eletrizante dão o tom do que seria o restante do disco. Os vocalizes também são de cair o queixo viu!? E o entrosamento de Paul Gilbert e Billy Sheehan também parece ser fora do comum, como é bom ouvir uma banda que beira a perfeição.

A pegada hard rock continua com a faixa Alive And Kickin’, o legal nessa faixa é que rola um certo flerte com o country music por conta de toda a habilidade de Paul Gilbert, dando um timbre diferenciado à sua guitarra. E antes que eu me esqueça, a moda nessa época era o cabelo cumpridão, então pra confundir uma banda com outra era uma facilidade enorme, segue uma mini lista de bandas em que todos os integrantes usavam cabelo cumprido: Skid Row, Bon Jovi, Europe, Metallica, Iron Maiden, Whitesnake e Guns N Roses. Já me retratando, eu escrevi confundir no sentido da fisionomia ta pessoal, e não na sonoridade, mas convenhamos que todas as bandas citadas nessa lista tinham – e algumas ainda tem – uma qualidade enorme.

Continuando a falar das faixas temos, Green-Tinted Sixties Mind, que pra mim é uma das canções mais fodas do álbum. Conta com um instrumental absurdo, backing vocals poderosos, levada pop e refrão chiclete. Uma combinação perfeita que fez com que a música se tornasse uma das mais famosas do Mr Big. Em seguida temos mais balada que engana bem em seu início, CDFF – Luck This Time, o destaque é a guitarra dedilhadinha, música muito gostosa de se ouvir.

Em Voodoo Kiss temos mais uma vez Paul Gilbert flertando com o country e posteriormente toda a banda entrando num riff  pesado e com uma bela distorção. Posteriormente temos Never Say Never, tome-lhe riff foda pra você que gosta do singular timbre de uma guitarra. E depois chegamos a faixa Just Take My Heart, mais uma balada e claro, mais um grande sucesso do Mr. Big que ganhou destaque e também videoclipe, assim como as faixas Green-Tinted Sixties Mind e Alive And Kickin’.

O meu último destaque em relação ao disco Lean To It é a canção mais conhecida do Mr. Big, essa que eu aliás destaque no início da matéria pois meu filho já dormiu várias e várias vezes ouvindo ela: To Be With You. A mesma é a última faixa do disco, e é acústica. O videoclipe começa em preto e branco e na parte em que todos os guitarristas gostam – no solo é claro, – o clipe ganha cor. Acredito que a grande maioria das pessoas conhece o Mr. Big apenas por conta dessa música, e confesso que eu conhecia apenas ela e a canção Take Over que meu amigo Cleiton Bezinho, antigo parceiro de banda, me apresentou. A história mudou quando eu me tornei pai e tinha que criar hábitos para que meu filho dormisse, ao invés de optar pela Galinha Pintadinha, eu preferi escolher videoclipes no Youtube, a partir daí meu filho começou a se apaixonar por música e eu conheci um pouco mais sobre o Mr. Big. Com tudo isso veio a vontade de pesquisar mais sobre a banda e escolher um determinado álbum para trazer aqui para o AHD. 

Bom pessoal, por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da matéria, de todas as informações referentes ao ano de 1991 e também das faixas desse grande disco do Mr. Big, até a próxima 😉

Faixas do Disco

1 –  Daddy, Brother, Lover, Little Boy

2 – Alive And Kickin’

3 – Green-Tinted Sixties Mind

4 – CDFF – Lucky This Time

5 – Voodoo Kiss

6 – Never Say Never

7 – Just Take My Heart

8 – My Kind Woman

9 – A Little To Loose

10 – Road To Ruin

11 – To Be With You

Confira o videoclipe da faixa Green-Tinted Sixties Mind

E por quê não matar saudade do videoclipe de Be With You!?

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o álbum na íntegra, porém você pode

encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!

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Nirvana – Nevermind (1991)

Nirvana – Nevermind (1991)

Olá amigos e amigas que acompanham o blog A História do Disco, tudo bem com vocês? Espero que sim, hoje eu, Flávio Oliveira, falarei de um disco de extrema importância no cenário mundial, que levou o circuito alternativo ao grande público. Todos devem lembrar ou imaginar como era o cenário da década de 90, não é? Metallica, Guns n’ Roses, e… Nirvana! Pois bem, hoje nossa resenha destaca o segundo álbum de estúdio do Nirvana, uma das principais bandas do período, este período aliás, que muitos dizem que foi o de rompimento e quebra total do punk rock. Me desculpem pelo trocadilho e por utilizar como metáfora o documentário ‘1991: Year Punk Broke’ para dar início a esta matéria, mas o que vale é a intenção.

Antes de entrar no mérito do álbum ‘Nevermind’, vale apontar alguns acontecimentos do início da carreira do Nirvana. A banda surgiu em meio a uma decadência do cenário musical, do caos social, político,  e também de uma monotonia que habitava Aberdeen, em Washington. Jovens que estavam entediados com a morbidez do clima escolar e também com uma sociedade brejeira sem tem o que fazer, e esses jovens encontraram na música uma forma de fugir disso tudo e de se libertar da caretice. Em meio a tudo isso, estava o garoto Kurt Donald Cobain, um rapaz sempre solitário e sem amigos, que buscava algo que o motivasse a seguir a vida em meio a este contexto. Foi então com o auxílio de seu colega Buzz Osborne – que lhe indicou vários sons de rock e que fez o garoto “pirar o cabeção de vez no punk rock” – que Kurt decidiu tocar guitarra e ter uma banda.

A amizade criada entre Kurt Cobain e Krist Novoselic durante o período escolar foi de extrema importância, ambos se conheciam de vista, e nos ensaios da banda Melvins a relação foi ganhando mais força. O autor Charles R. Cross ressalta esse momento em seu livro (Heavier Than Haven, em português ‘Mais Pesado Que o Céu’ – lançado em 2001) como fundamental na consolidação do Nirvana.

Em meados dos anos 80 a banda se estabelece firmemente no grunge de Seattle (o grunge que muitas vezes foi chamado de ‘Som de Seattle’, é um subgênero rock alternativo inspirado no Hard Rock, Punk Rock, Indie Rock e Heavy Metal) com a primeira formação composta por: Kurt Cobain (vocal e guitarra), Krist Novoselic (baixo) e Aaron Buckhard (bateria). Nesse período o Nirvana ficou conhecido como uma banda que teve vários bateristas, isso talvez esteja ligado a ausência de um feeling de rock que os bateristas que passavam pela banda não tinham.

O primeiro disco da banda foi financiado pela gravadora alternativa Sub Pop, o álbum intitulado ‘Bleach’ de 1989, que foi gravado por Jack Endino (que posteriormente produziu dois discos do Titãs, o Titanomaquia em 1993 e o A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana em 2001), e neste álbum o Nirvana era integrado por: Kurt Cobain, Krist Novoselic, Jason Everman (segunda guitarra) e Chad Channing (na bateria). A recepção do público e da crítica na época não foi das melhores, mas a gravação do álbum trouxe satisfação à banda. A partir do segundo álbum de estúdio o Nirvana entrou nas paradas de sucesso e se consagrou no mundo do rock.

Nevermind é o segundo álbum de estúdio da banda, e é caracterizado como um dos momentos de ruptura do grupo em diversos sentidos. Primeiro, a banda dispensou Jason Everman (segundo guitarrista, que posteriormente ingressou no Soundgarden, se tornou soldado do exército americano e recentemente é professor de sociologia), que como reza a lenda, teria custeado o disco (eu acredito que é uma mera lenda), e houve também a saída do baterista Chad Channing. Segundo, a banda mudaria completamente as formas de criação das canções e Kurt passou a se inspirar bastante na banda Pixies (uma baita banda por sinal, fica aí a dica!).

O disco se concentrou apenas em um power trio (que podemos dizer que é a essência do rock) contando com uma novidade na banda: a entrada de Dave Grohl, assumindo a bateria. Quem apresentou Dave à Kurt Cobain foi Buzz Osborne. Não é porque sou baterista, mas nesse disco eu dou mérito integral à Dave Grohl, pois foi a partir de sua entrada que o Nirvana tomou forma e se consolidou como uma banda de rock de verdade.

Em 24 de Setembro de 1991 o disco foi lançado pela DGC Records (um selo da gravadora Geffen, na qual o Nirvana conseguiu entrar na major através da ajuda da banda Sonic Youth – que eu também recomendo), e foi produzido por Butch Vig. Inicialmente ninguém botou fé no disco, nem mesmo os integrantes da banda, mas no final de 91 as coisas começaram a mudar, graças ao enorme sucesso do single Smells Like Teen Spirit. A música foi inspirada em toda ideologia que Kurt vivia, ele teve um breve relacionamento com Tobi Vail, uma ativista feminista que integrou bandas como Bikini Kill, e foi com essa banda que eclodiu o movimento feminista Riot Grrl (ou riot girl), movimento esse que abrange fanzines, festivais, bandas de hardcore punk e feminismo. A intenção do movimento é informar às mulheres, seus direitos e incentivá-las a reivindica-los. Tudo isso incentivou demais Kurt a compor mais sobre o direito das mulheres na sociedade e também sobre a juventude.

Em meio a todo o contexto citado acima, tínhamos um momento em que o mundo conspirava para dias melhores – fim da Guerra Fria, queda do Muro de Berlim,  e o fim das ditaduras na América do Sul -, ou não. O álbum alcançou marcas extraordinárias com o single Smells Like Teen Spirit, desbancando artistas consagrados dos anos 90, como por exemplo, Michael Jackson com o disco Dangerous (1991) e o Nirvana decolou nas paradas da Billboard. Foi nesse contexto que a banda chegou ao tão inesperado estrelato, abalando mais e mais a vida de Kurt Cobain.

O álbum é recheado de sucessos, trazendo ‘Come As Your Are’, ‘In Bloom’ (com um videoclipe inspirado nos programas em que os Beatles se apresentavam nos anos 60), ‘Lithium’, ‘Territorial Pissings’, ‘Drain Train’, entre outros clássicos. Podemos afirmar que o álbum Nevermind literalmente desbancou várias bandas e também o mainstream, pois, desde o movimento punk  na Inglaterra, com a consolidação do Sex Pistols, nunca se tinha visto um movimento underground  alcançar o topo mais alto das paradas. E foi isso que deixou a banda enfurecida. O estrelato, a bajulação da mídia e rotulação foram coisas que deixaram Kurt furioso. Em um recente documentário sobre a vida de Kurt Cobain (Cobain: Montage of Heck – disponível na Netflix) , Krist fala que o sucesso repentino desestruturou  o lado emocional de Kurt, pois ele perdeu sua vida social e isso colaborou e muito para o uso abusivo de drogas por parte do vocalista.

O álbum Nevermind foi considerado pela revista Rolling Stones o melhor disco de todos os tempos, e esse título é justo, pelo menos na minha humilde opinião, pois o Nirvana mudou o cenário da música nos anos 90 e mexeu com toda uma geração. O disco em si pode ser rotulado como pop, mas ao mesmo tempo agressivo, com a fórmula inconfundível do Nirvana. Esse disco influenciou uma geração e trouxe novas formas de compor, e de se vestir – o jeans surrado e as camisetas de flanela listrada se tornaram trajes obrigatórios dos jovens dos anos 90 -, e ainda vale citar que, o disco vendeu mais de 30 milhões de cópias pelo mundo todo. E sem contar a capa do disco (um bebê nu nadando atrás de um nota de dólar) que é muito citada em várias entrevistas, mas não entraremos nesse mérito, o que quero ressaltar nesta resenha é a sonoridade da banda e a importância do disco.

Muitos sabem que, posteriormente o Nirvana gravaria discos mais ‘fodásticos’ que esse (na minha modesta opinião), como o In Utero (1993) e o MTV Unplugged (1994). Posteriormente teríamos o triste desfecho da banda, com o suicídio de Kurt Cobain. Mas deixando as tristezas de lado, eu recomendo esse grande disco à vocês, ouçam Nevermind pois ele é um álbum fundamental na história do rock, com certeza deixou um legado e é foda do começo ao fim.

Abraços pessoal, e até a próxima!

Faixas do Disco

1 –  Smells Like Teen Spirit

2 – In Bloom

3 – Come As You Are

4 – Breed 

5 – Lithium

6 – Polly

7 – Territorial Pissings

8 – Drain You

9 – Lounge Act

10 – Stay Away

11 – On A Plain

12 – Something In The Way

Ouça o álbum Nevermind completo!

Assista ao videoclipe da faixa Smells Like Teen Spirit

Confira o trailer do documentário ‘Cobain: Montage Of Heck’

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Temple Of The Dog (1991)

Temple Of The Dog (1991)

Salve galera do A História do Disco, aqui estou novamente, Denis Borges para mais uma resenha, sou fã da cena grunge que teve destaque no início dos anos 90 e hoje trarei à vocês blogonautas uma raridade.

Lembro-me de ter pirado quando escutei pela primeira vez a música ‘Hunger Strike’. O que era aquilo? Chris Cornell e Eddie Vedder juntos, seria algo do Soundgarden? Do Pearl Jam não poderia ser, eu achava que conhecia tudo dos caras, e eles tinham apenas dois discos de estúdio gravados, um recém lançado aliás. Quando a música chegou ao fim o locutor disse o nome da banda: Temple Of The Dog. Sim meus caros, estou relembrando o tempo em que as novidades musicais chegavam no rádio primeiro.

Voltando ao anúncio do locutor, eu ficava pensando: que diabos é esse tal de Temple Of The Dog?  Seria uma banda que terminou e se transformou em Pearl Jam e Soungdarden? Várias suposições brotaram em minha cabecinha adolescente naquela época, e como ainda não existia internet, era praticamente impossível conseguir informações.

Um tempo depois, graças a um amigo, descobri que o trabalho do grupo era uma espécie de tributo. Esse amigo também não sabia ao certo o que era, mas ele já tinha o CD. É claro que eu já gravei aquela ‘fita esperta’, acredito que boa parte dos fãs desse blog viveram o tempo em que ficávamos com a fita no ponto para gravar a música do momento e no final torcer para o locutor não entrar no final e estragar tudo.

Divagações a parte, alguns anos depois descobri que Temple Of The Dog foi uma banda formada em homenagem a Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone, banda dos atuais integrantes do Pearl Jam (Jeff Ament e Stone Gossard), além de Cornell que dividia uma casa com Andy. Já conhecido no underground de Seatlle, Andy era promissor na cena e também era muito carismático, mas assim como muitos desta época, sofreu uma overdose e teve sua jornada interrompida.

Abalado, Cornell começou a escrever algumas músicas em homenagem ao amigo falecido e chamou Jeff e Stone para gravá-las. A trupe foi fechada com: Matt Cameron (que assumiria a bateria do Soundgarden, e atualmente é baterista do Pearl Jam), Mike McCready (quase guitarrista do Pearl Jam e também amigo de Wood) e o caído de paraquedas na história, Eddie Vedder. Inclusive este último gravou os backing vocals do disco e dividiu os vocais na faixa ‘Hunger Strike’. Eddie tinha acabado de chegar a Seatlle para substituir Andy como vocal do agora Pearl Jam. Na verdade, Eddie foi meio que inserido no processo como forma de se enturmar com os novos companheiros de banda e de cena. Até então ele ainda era o “desconhecido introspectivo” da fita demo com ótimas três músicas. Caso você caro leitor queira saber mais a respeito, basta acessar a resenha que fiz sobre o disco ‘Ten’ do Pearl Jam, inclusive no fim da matéria há um link para o trailer do documentário PJ Twenty.

O nome do grupo surgiu de uma canção de Andrew chamada ‘Man O Golden Words’. O lançamento do disco (homônimo) aconteceu em abril de 1991 e apesar de ter sido bem aceito no mercado, o disco apenas estourou depois do lançamento de Ten (Pearl Jam) e de Badmotorfinger (Soundgarden).

O disco tem uma sonoridade diferente da que Cornell fazia no Soundgarden, se aproximando mais ao que o Pearl Jam faria no disco Ten. E logo na música de abertura percebemos um tom mais sentimental, a bela balada ‘Say Hello 2 Heaven’ (Diga Olá ao Paraíso – tradução livre), passando por ‘Reach Down’ – 11 minutos de boa música – onde temos todo o talento de Mike McCready empunhando uma guitarra. A terceira faixa é uma das melhores coisas que aconteceram no rock de Seatlle e mundial, por que não? A simbiose das vozes de Cornell e Vedder tornaram ‘Hunger Strike’um dos maiores hinos dos anos 90, e a música mostrou aos integrantes do Peal Jam que eles acertaram em recrutar aquele tímido rapaz da Califórnia (Eddie é natural de Chicago). A faixa ‘Call Me A Dog’ também fez se ouvir pelas rádios, uma belíssima balada cheia de sentimento.

Fazendo uma análise geral vemos um disco com muito sentimento empregado, principalmente nas canções de Cornell. Percebemos que todos os integrantes já estavam prontos em relação ao papel que desempenhariam no rock mundial. O poder e o controle que Cris Cornell tem de sua voz e também de suas composições, a guitarra de Matt McCready já muito poderosa, Matt Cameron com muita técnica e competência na batera, e os pilares  Ament e Gossard. Cada músico teve destaque e muito valor no disco, transformando o álbum em uma bela homenagem à um amigo em comum.

Aqui o destino prega mais de sua casualidades, o fim do ciclo de uma pessoa que provavelmente se tornaria um dos maiores vocalistas do grunge, se torna o surgimento de um maiores nomes do rock mundial, Eddie Vedder.

Valew pessoal e até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 – Say Hello 2 Heaven

2 – Reach Down

3 – Hunger Strike


4 – Pushin’ Foward Back 

5 – Call Me A Dog

6 – Times Of Trouble

7 – Wooden Jesus

8 – Your Savior

9 – Four Walled World

10 – All Night Thing

Ouça o disco completo do projeto Temple Of The Dog.

Conheça mais sobre a relação entre Pearl Jam e Temple Of The Dog.

Assista o videoclipe da faixa Hunger Strike.

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Pearl Jam – Ten (1991)

Pearl Jam – Ten (1991)

Olá blogonautas do A História do Disco!

Prazer, me chamo Denis Borges e pedi licença ao meu amigo Bruno para falar um pouco sobre um dos motivos de eu ter escolhido o Rock como meu estilo musical. Tudo começou em uma cidade fria e úmida, mas de uma cena musical extremamente quente. Nomes como Ray Charles, Quincy Jones e um tal de Johnny Allen Hendrix, ou para nós meros mortais, Jimi Hendrix, precederam o que viria a ser a cereja do melhor bolo que Seattle já fez, o movimento Grunge. Sim, não apenas um nome ou uma banda,  mas todo cenário que em minha humilde opinião deu a última grande revolucionada sonora no rock ‘n roll. Meninos de classe média que não tinham o que fazer (em uma cidade em que guarda-chuva não é acessório e sim um item obrigatório) escutam hardcore, punk, heavy metal e indie rock. Ficavam em seus porões tocando suas guitarras cheias de distorções que produziam, e algumas ainda produzem, um som sujo, o “grunge” e letras repletas de sentimentos como apatia ou descontentamento social.

Esse novo estilo de fazer rock dominou a cena musical dos anos 90, nos agraciando com bandas do quilate de: Nirvana, Soundgarden, Alice in Chains e a minha preferida, o Pearl Jam. E é sobre o Pearl Jam que vou falar um pouco, mais precisamente sobre seu primeiro disco, o Ten.

Lançado em 27 de agosto de 1991, o disco não foi um estouro de imediato, ao contrário de Nevermind – do Nirvana – ele precisou de pelo menos um ano para se tornar realmente um sucesso, alcançando até os dias de hoje aproximadamente 10 milhões de discos vendidos somente nos EUA. O nome Ten, não é uma referência ao número de faixas contida no disco, que na verdade são 11, mas sim, ao número da camisa do jogador de basquete Mookie Blaylock, ex-armador doNew Jersey Nets e Atlanta Hawks. A título de curiosidade, o primeiro nome da banda era exatamente, Mookie Blaylock, só que futuros problemas comerciais com o jogador e também por não ser um nome nada comercial para uma banda de rock fizeram com que os integrantes mudassem o nome para Pearl Jam, que em tradução livre seria Geleia da Pérola, segundo Eddie Vedder, sua avó fazia uma geleia com ingredientes indígenas que eram alucinógenos. Existem outras teorias sobre o significado do nome, mas isso fica para uma próxima resenha, pois agora vamos falar um pouco sobre as faixas desse sensacional álbum.

Depois de uma breve introdução sobre Seattle, Grunge e Pearl Jam vamos ao que realmente interessa aqui, as músicas. Podemos destacar logo de cara os três singles que tocaram nas rádios, não são necessariamente as melhores ou de maior sucesso, mas acredito eu, as que representariam melhor o som da banda no momento. O primeiro single foi exatamente a primeira música do Pearl Jam que escutei, Alive.

Alive tem uma história singular, já que a música foi criada por Stone Gossard – guitarrista – antes de Vedder entrar para a banda. Aliás, a música foi a porta de entrada para Vedder. Ela chegou até ele através do então baterista do Red Hot Chilli Peppers, Jack Irons. A letra Vedder compôs logo em sequência, após uma manhã de surf. O resto virou história. Um outro dado curioso é que parte da letra conta a história de vida de Eddie Vedder, onde ele descobre que seu pai biológico não é o seu pai de criação, isso aconteceu quando ele tinha 17 anos. Musicalmente falando acho Alive uma música poderosa que começa bem, com um belo e marcante riff e termina melhor ainda, com um solo final sensacional.

A segunda música que destaco é Even Flow. Segundo single comercial da banda, alcançou um sucesso maior do que Alive. É unanime entre os músicos que era uma das músicas mais desafiadoras de se tocar, modificaram-na cerca de 70 vezes até achar o ponto. Segundo McCready – guitarra solo – até hoje, Stone Gossard, o outro guitarrista, ainda não encontrou a maneira perfeita de tocá-la. McCready fala também que ele praticamente plagiou tudo o que sabia sobre Stevie Ray Vaughan e mesmo assim não ficou bom. Imagina se tivesse ficado. A letra ficou a cargo de Eddie Vedder e retrata bem o Grunge. Fala de problemas sociais, sobre pessoas que moram nas ruas e o preconceito que elas sofrem.

Para fechar a trinca dos singles comerciais, o mais comercial de todos, Jeremy. Posso afirmar isso pelo sucesso que seu videoclipe fez e faz desde que foi lançado em 92. A saudosa MTV, passava exaustivamente na sua programação. O clipe ganhou quatro MTV Vídeo Music Awards em 93. Jeremy é uma história verídica de um menino que cometeu suicídio em plena sala de aula. Ela foi criada após Eddie ler a pequena notícia em um jornal. Ali ele decidiu que coisas desse tipo aconteciam frequentemente e tinha que fazer algo para que as pessoas começassem a pensar a respeito. Hoje o conceitual clipe de Jeremy quase não é mais exibido, sob a alegação que o videoclipe poderia estimular jovens a cometerem esse tipo de atrocidade.

Poderia escrever páginas e páginas sobre o álbum, até agora falei apenas de três músicas, apenas três. Mas para não ficar cansativo vou escrever brevemente o que acho relevante e curioso. E como diria o outro: vamos começar do começo. E o começo é Once. Três fatos curiosos sobre ela. O primeiro e que Alive, Once e Footsteps (essa última entrou no disco, Lost Dog) fazem parte de uma miniópera que é intitulada de Mamasan. Alive fala do filho que não é filho – Vedder. Once fala sobre a revolta que essa informação trouxe para esse garoto o transformando em um assassino, descontando toda a sua fúria no mundo – ficção ou o que realmente Vedder queria fazer naquele momento – e Footstep, finaliza a trilogia com a prisão e depois a morte desse adolescente. A segunda curiosidade é que a introdução de Once e o instrumental após o final de Release – última música do disco – se completam em um verdadeiro inicio e fim. E a última curiosidade é exatamente sobre Release. Única música composta por todos os integrantes. Mas para quem já a escutou, principalmente ao vivo, percebe a emoção com que Vedder canta. Vendo a tradução percebemos que ele a escreveu para o seu verdadeiro pai. Aquele que sua mãe lhe conta em Alive.

Pra quem pensou que tinha acabado por aqui, mero engano meus caros. Parafraseando o Zagalo: vocês vão ter que me engolir… só mais um pouquinho e é por um bom motivo, acreditem.

O disco é digno de uma banda que vem atravessando gerações e que juntamente com o U2, Metallica e Red Hot Chilli Peppers completa o grupo de bandas acima de 20 anos com maior relevância dentro do rock internacional e que ainda estão em atividade.

Vou falar da música que é a mais marcante pra mim nesse álbum, Black. Ela com toda a certeza é a minha balada rock ’n roll predileta de todos os tempos. Eddie conseguiu sintetizar nessa balada o verdadeiro significado de tomar um toco, ou um fora como dizem hoje em dia. Para se ter uma ideia do significado dessa música, ele vetou a gravadora de lançar Black como o quarto single comercial do disco. A gravadora falava que Black era maior que Alive e que Jeremy e que a faixa iria alavancar o grupo a nível de super banda. Ele, avesso à popularidade, falou que não queria macular o verdadeiro significado que ela tinha, transformando-a em algo comercial, banalizando seu significado. Recomendo vocês escutarem a versão do Acústico MTV (chamado de Unplugged na MTV Americana) de 92, onde no final ele, do nada, sem fazer parte da letra oficial ou do script, emenda um: We, we, we, we, we belong together! Together! Ou. Nós, nós, nós, nós, nós deveríamos ficar juntos! Juntos! Totalmente sensacional e arrepiante. Tentei descobrir quem é a mulher por trás da letra, mas ele é totalmente vago quando fala sobre ela.

Bom galera é só isso ou tudo isso…rs. Me desculpem por não ter feito algo menor, mais objetivo, mas quando falo de PJ me empolgo e aí já viu. Espero que apesar de tudo tenham gostado e pra quem ainda não conhece o álbum ou todas as suas músicas, escutem, é uma bela obra. Pra mim, a melhor banda que o Grunge de Seattle já produziu. Um abraço a todos e quem sabe se for bem aceita, volto para contar A História – de algum outro – Disco.

Não deixem de assistir o documentário DVD PJ TWENTY dirigido por  Cameron Crowe que conta os 20 anos de história do Pearl Jam.

Para quem quiser saber mais sobre o Grunge e Seattle podem procurar pelo  filme chamado Single – Vida de Solteiro, também dirigido por Cameron Crowe que retrata “a Seattle” do ínicio dos anos 90 e do grunge. Várias bandas aparecem no filme com destaque para o Alice in Chains. Vocês podem assistir também o documentário em forma de série que o Foo Fighters fez para a HBO, chamado Sonic Highways, que percorreu oito cidades com fortes influências na música norte americana. O sétimo episódio fala de Seattle, sobre grunge e acima de tudo sobre Nirvana e Kurt Cobain.

Faixas do Disco

1 – Once
2 – Even Flow
3 – Alive
4 – Why Go
5 – Black
6 – Jeremy
7 – Oceans
8 – Porch
9 – Garden
10 – Deep
11 – Release

Ouça aqui o álbum Ten completo!

Assista ao polêmico clip da faixa Jeremy.

Confira aqui o trailer do documentário PJ Twenty.

Um abraço a todos e até a próxima!