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Skank – O Samba Poconé (1996)

Skank – O Samba Poconé (1996)

Olá galera que acompanha o blog A História do Disco, aqui estou eu, Bruno Machado, para escrever pra vocês mais uma matéria. Há tempos eu estava afim de escrever sobre essa banda, grupo mineiro que marcou época nos anos 90 e que se renovou e continuando fazendo sucesso nos anos 2000, hoje falarei sobre um dos maiores discos do Skank.

Antes do álbum ‘O Samba Poconé’ o Skank já tinha se destacado com o disco ‘Calango’ de 1994, segundo álbum de estúdio da banda, e que teve várias músicas tocando nas rádios, destaque alias pra regravação da clássica ‘É Proibido Fumar’ do Rei Roberto Carlos.

Eu me lembro quando tínhamos em casa a fita cassete desse álbum, o que me chamava a atenção de cara era a capa que continha um gorila e uma moça loira seminua. Vale lembrar que na década de 90 moças seminuas era algo bem comum na cultura tupiniquim, basta você caro leitor lembrar-se dos programas de auditório da época

A década de 90 tinha tudo pra ser dura para ritmos como o pop, o rock e o reggae, e o Skank flertava com todos eles. O sertanejo, o axé e até mesmo o pagode davam as cartas neste período e os representantes do rock dos anos 80 não vinham bem na nova década. Apesar desse cenário obscuro o Skank fez questão de se fazer presente e criar um dos maiores discos da década e se consolidar de vez na música brasileira.

Pra você cara leitor que conhece pouco sobre o Skank vou primeiramente citar alguns sucessos que fizeram parte desse disco: É Uma Partida de Futebol, Garota Nacional e Tão Seu. A primeira faixa do álbum ganhou de cara o público, já que falava de futebol, a grande paixão do brasileiro. O videoclipe é legal demais, mostra as fanáticas torcidas do Atlético/MG e do Cruzeiro em um clássico no Mineirão. Vale lembrar que nessa época existia um campeonato chamado Rockgol, criado pela MTV Brasil e que contava com a participação de cantores e bandas de nosso país. Aliás, foi desse campeonato que surgiu a música É Uma Partida de Futebol,  letra que conta com a parceria de sucesso: Nando Reis e Skank. Já as faixas Garota Nacional e Tão Seu são baladas bem charmosas que mostram mais ainda que os instrumentos de sopro dominariam o terceiro álbum de estúdio do Skank.

Outras faixas como Zé Trindade e Eu Disse a Ela também merecem destaque, já que as duas tem um swing diferente e fazem com que a primeira metade do disco seja bem agitada. Destaque também para a faixa Os Exilados, que pra mim é uma das mais bonitas do disco, e pode ser considerada como lado B. Aliás, o lado B desse disco é muito interessante, mesmo porque ele tem a mesma pegada do lado A, na minha visão ele não fica devendo nada ao lado A, faixas como Um Dia Qualquer, Los Pretos e Sul da América escancaram a vontade do quarteto mineiro fazer história com o que seria o maior disco de estúdio da banda.

Além das faixas, há dois pontos legais de serem citados: a afinação de Samuel Rosa e as linhas de baixo de Lelo Zaneti. Samuel se diferencia da maioria dos cantores da década de 90 por conta de sua voz jovial e imponente que contrasta com seu enorme talento a postos de uma guitarra (o mesmo já dividiu palco com o grande guitarrista mexicano Santana). Já Lelo é uma figura cômica em cima do palco, tem o dom de tocar baixo, dançar (de forma bem esquisita alias) e fazer backing vocal ao mesmo tempo, mais marcante que os instrumentos de sopro no disco ‘O Samba Poconé’, só suas linhas de baixo.

Posteriormente o Skank produziu três bons discos: Siderado (1998), Maquinarama (2000) e o Ao Vivo MTV (2001). Nessa época o Skank já tinha se consolidado no cenário nacional e também internacional, a banda não sentiu a virada da década e continuou colecionando hits. O que as músicas Jackie Tequila e Te Ver foram para a geração de 90, Vou Deixar e Dois Rios foram para a geração de 2000. O Skank continuava produzindo balanços e também baladas românticas, prova disso é o sucesso de Sutilmente e Ainda Gosto Dela (que conta com a participação de Negra Li), sucessos do álbum Estandarte (2008).

O álbum ‘O Sambá Poconé’ completou 20 anos em 2016 e foi relançado contando com mais dois discos que contém ensaios, remix, demos e também a faixa Minas com Bahia que o quarteto havia criado para Daniela Mercury na mesma época da produção do disco ‘O Samba Poconé’.

Ah, não poderia deixar de citar que em 2012 eu assisti a um show do Skank em Ribeirão Preto/SP,  confesso que foi um dos melhores shows da minha vida – se não o melhor. Foram quase duas horas de show, contando com um repertório sensacional e também com muita simpatia dos quarteto mineiro.

Bom galera, essa foi minha resenha sobre o terceiro álbum de estúdio do Skank, O Samba Poconé, eu espero que vocês tenham gostado, até a próxima o/

Essa matéria é dedicada à grande amiga Karolina Braccialli, grande fã do Skank e do projeto A História do Disco.
Faixas do Disco

1 –  É Uma Partida de Futebol

2 – Eu Disse A Ela

3 – Zé Trindade

4 – Garota Nacional

5 –  Tão Seu

6 – Sem Terra

7 – Os Exilados

8 – Um Dia Qualquer

9 – Los Pretos

10 – Sul da América

11 – Poconé

Leia matéria sobre os 20 anos do álbum O Samba Poconé.

Confira o videoclipe da faixa É Uma Partida de Futebol.