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Johnny Cash at Folsom Prison (1968)

Johnny Cash at Folsom Prison  (1968)

Olá galera que curte o blog A História do Disco, me chamo Nelson Baldassarini, e assim como os idealizadores deste projeto eu também sou fascinado por música. Recebi o convite para escrever a resenha um artista que gosto muito que é o Johnny Cash, e aqui estou para apresentar à vocês um grande disco desse mito sagrado da música.

Hoje vamos falar de um disco histórico em vários sentidos, pois não se trata apenas de um disco ao vivo, aliás, está muito longe disso.  Pode parecer simples, mas é muito difícil escrever sobre um álbum, sobre um artista, ainda mais quando escrevemos sobre um gênio e um álbum diferenciado como esse. Hoje A História do Disco apresenta Johnny Cash at Folsom Prison.

Quando se fala em show logo se imagina o público indo de encontro ao artista e não o contrário, mas nesse caso Cash revolucionou e foi ao encontro de seu público, contra tudo e contra todos (principalmente sua gravadora) fez um show pra lá de histórico na penitenciária de Folsom Prison.

Johnny sempre teve uma ligação com “Folsom” pois quando serviu a Força Aérea ele assistiu um documentário sobre a prisão, logo em seguida compôs o sucesso Folsom Prison Blues lançado em 1955, no ano seguinte Cash apresentou a canção na própria prisão, fato que o aproximou dos detentos e que criou um laço com eles.

O cantor teve vários problemas com drogas ao longo de sua carreira, problemas aliás que o levaram à prisão algumas vezes, que somando com o visual sombrio (por se vestir apenas de preto) tornava Cash cada vez mais um Cowboy Fora da Lei. Depois de um tempo afastado dos palcos Johnny resolve voltar em grande estilo e lançando um álbum ao vivo. Até ai tudo maravilhoso, mas para desespero de sua gravadora ele quis registrar esse trabalho na penitenciária apenas para os detentos.

Como ninguém conseguiu mudar a ideia do Man in Black, ele e sua companheira (June) partiram para o show desafiador com algumas recomendações de não cantar músicas que remetessem aos presos a sensação de desconforto ou até mesmo que fizesse o local entrar em ebulição com uma possível desordem. Lógico que Cash ignorou toda e qualquer ordem e iniciou o show justamente com a faixa “Folsom Prison Blues”, ainda estiveram em seu repertório neste show “Cocaine Blues” e  “25 minutes to GO”, uma dispensa apresentações e a outra fala sobre os minutos finais de um condenado.

Esse álbum é tão importante na carreira de Cash que o filme ” Walk the Line” conhecido no Brasil como “Johnny e June” (lançado em 2005 pela Fox Filmes, e tendo como protagonista o ator Joaquin Phoenix) tem em seu início e também em seu fim menções ao histórico show citado hoje em nosso blog. Aliás, para quem não conhece o filme fica a dica, ótima oportunidade de conhecer mais a história do mito Johnny Cash.

Capa do Disco

Para finalizar Cash ainda fez uma surpresa à um dos detentos e cantou uma canção de autoria deste, o que levou o “público exclusivo” a um total delírio. Infelizmente não existe nenhum registro em vídeo desse show, apenas áudios e fotos. Depoimentos de quem esteve presente descrevem a noite em Folsom como inesquecível. Quem ouve o disco pode sentir um pouco do clima de euforia dos detentos e Cash talvez em sua melhor performance na carreira.

Enfim, quem conhece esse disco sabe do que estou falando e para quem não conhece, ótima oportunidade de ouvir e conhecer Johnny Cash, em minha opinião, um dos maiores cantores da história.

Abaixo minha tatuagem em homenagem à Johnny Cash:

Faixas do Disco

 
1 – Folsom Prison Blues
2 – Busted
3 – Dark as the Dungeon
4 – I Still Miss Someone
5 – Cocaine Blues
6 – 25 Minutes to GO

7 – Orange Blossom  Special

8 – The Long Black Viel

9 – Send a Picture of Mother

10 – The Wall
11 – Dirty Old Egg Sucking Dog
12 – Flushed from the Bathroom of Your Heart
13 – Joe Bean
14 – Jackson
15 – Give my Love to Rose

16 – I Got Stripes

17 – The Legend of John Henry’s Hammer

18 – Green, Green Grass of Home

19 – Greystone Chapel
Bom, isso é tudo pessoal! Espero que tenham gostado da resenha e agradeço a oportunidade de escrever nesse blog sensacional. Valeu Flávio e Bruno 🙂