creed – my own prision (1997)
Fala galera do A História do Disco, Denis Borges aqui mais uma vez escrevendo sobre um disco que fez ou faz parte do meu mp3, vitrola, cd player, walkman, lista do Spotify ou afins. A banda que irei falar hoje me causa sentimentos controversos, sempre gostei dela, mas também sempre rolava pontinha de vergonha de falar que era/sou fã. Estranho não? Quem gosta de rock tem aquele lance de: vendeu demais, é porcaria, ou, está imitando tal banda pra fazer sucesso. Se a banda caiu em alguma dessas contradições do rock, pronto, fica malvista entre os roqueiros puritanos. Quem acompanha o blog – agora site – ou o programa na Planeta Verde FM, sabe que gosto muito de grunge e a banda de hoje em sua descoberta e repentino sucesso foi intitulada de pós grunge , neo grunge ou qualquer outra babaquice dessas. Diziam que que seu som imitava as bandas de Seattle, que seu vocalista forçava para cantar parecido com Eddie Vedder, ai já viram né!? Estavam fadados a cair no desagrado dos “grungeiros” mais puristas, dentre eles alguns dos meus amigos. Então, eu curtia o som dos caras na surdina, ali no meu quarto, sozinho, de boa. Particularmente vejo alguma influência sim, mas quem não não foi influenciado pelo último grande movimento do rock mundial? Ainda mais no final dos anos 90, difícil. Mas uma banda que vende mais de 60 milhões de discos no mundo não pode ser de toda ruim. Estou falando de uma banda de apenas quatro discos de estúdio e uma coletânea, que juntamente com mais duas ou três dominaram o mercado de 1997 a 2000 e alguma coisa. Seus três primeiros discos eram fábricas de singles e clipes na MTV, talvez daí venha certa implicância. Por essas e outras resolvi falar sobre o primeiro disco, My Own Prision (1997), o meu preferido e também o menos comercial dos três.
Antes de falar do disco, vamos falar um pouquinho da banda. O Creed é uma banda americana criada em 1995 por Scott Stapp (vocal) e Mark Tremonti (guitarra) na cidade de Tallahasse, EUA. Os outros dois integrantes que embarcaram depois são Brian Marshall (baixo) e Scott Phillips (bateria). Tudo aconteceu meio que rápido para os caras. Com a banda formada eles faziam covers pelas cidades da Flórida, até que decidiram apostar em suas próprias músicas. O pai do baixista financiou a primeira gravação dos caras. A pouca tiragem fez sucesso na região, chamou atenção de uma gravadora maior e o resto virou história. Em sua primeira semana de venda por todo o território americano My Own Prison vendeu 50 mil exemplares. Ótimos números. Esse sempre foi um diferencial do Creed, comercialmente eles eram muito fodas. Mas se engana quem pensa que o som dos caras era totalmente comercial, sempre houve muito peso em todos os seus discos, principalmente no primeiro, o “pulo do gato” é que eles sabiam fazer músicas mais comerciais para chamar atenção para o resto do disco. Isso o Creed fazia como ninguém. Vi apelo comercial apenas no Linkin Park. Não é uma citação pejorativa, gosto de Linkin Park.
Voltando ao que importa, a primeira música do disco foi a primeira que lembro de ter ouvido e, se não me engano, foi o primeiro single de trabalho também, Torn. A primeira impressão foi de ter visto um pouco de Aliche In Chains ali. Gostei na hora. A guitarra, a voz, o peso, toda a concepção musical. Ali naquela primeira música decidi comprar o cd para conhecer mais a banda. Um detalhe de Torn é que ela é uma música de 6min23seg, um pouco grande, um pouco grande pra ser uma música de trabalho. Mesmo assim naquele abençoado momento as rádios e a MTV eram abertas para o rock. Logo após Torn vem Ode, aqui a guitarra de Tremonti começa a tomar forma. Tremonti ganhou o prêmio de Guitarist Of The Year três anos consecutivos pela revista Guitar World. A música que dá nome ao disco, My Own Prision é mais um single do álbum, tem uma pegada mais melancólica, aqui Stapp fala um pouco sobre sua amargura, seus pecados. Uma outra característica marcante do Creed são suas letras com cunho espiritual, religioso e de esperança. No começo todos pensavam que o Creed era uma banda gospel, Stapp prontamente desmentiu dizendo que aquela era uma fase pela qual passava e que também procurava transmitir bons sentimentos através de seu som. Essa influência espiritual também se deu pelo fato do pai de Stapp ser pastor. Acredito que mesmo inconscientemente acabou influenciando um pouco. A quarta música é uma balada, Pity For a Dime. O restante do disco segue a mesma linha das primeiras músicas. Para não ficar longa a leitura podemos destacar outros singles como What’s Life For, o maior sucesso e a que eu mais gosto, uma bela letra que fala de perseverança. Temos One, a mais popzinha do disco, mas sem demérito na popzinha, tem uma levada leve e agradável. Além de Bound e Tied, trilha sonora do filme Dead Man On Campus (no Brasil, Morte na Univerdade, de 1998).Hoje, passado mais de 20 anos de My Own Prision , posso dizer que o Creed teve uma carreira sempre em ascendente que só não foi maior por questões pessoais de seus integrantes. Talvez com o passar do tempo a fórmula fosse se desgastando, mas esse fato pode ser questionado pelo fato de que em 2008 os quatro integrantes originais se juntaram e lançaram o seu último disco, Full Circle, que estreou em 2° Lugar na Billboard. O fato é que queiram ou não, nesse caso os números não mentem, e olhando os números podemos dizer que o Creed foi uma das maiores bandas do fim dos anos 90.
Caro leitor, se por acaso você se sentiu interessado , curioso pra saber mais, vai na fé, falei do disco menos pop do Creed, com certeza você já escutou algumas músicas dos outros discos. Eu vou ficando por aqui e nos encontramos aqui na próxima resenha aqui no…A História do Disco.
Faixas do Disco
1 – Torn
2 – Ode
3 – My Own Prision
4 – Pity For A Dime
5 – In America
6 – Illusion
7 – Unforgiven
8 – Sister
9 – What’s This Life For
10 – One