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Nirvana – Nevermind (1991)

Nirvana – Nevermind (1991)

Olá amigos e amigas que acompanham o blog A História do Disco, tudo bem com vocês? Espero que sim, hoje eu, Flávio Oliveira, falarei de um disco de extrema importância no cenário mundial, que levou o circuito alternativo ao grande público. Todos devem lembrar ou imaginar como era o cenário da década de 90, não é? Metallica, Guns n’ Roses, e… Nirvana! Pois bem, hoje nossa resenha destaca o segundo álbum de estúdio do Nirvana, uma das principais bandas do período, este período aliás, que muitos dizem que foi o de rompimento e quebra total do punk rock. Me desculpem pelo trocadilho e por utilizar como metáfora o documentário ‘1991: Year Punk Broke’ para dar início a esta matéria, mas o que vale é a intenção.

Antes de entrar no mérito do álbum ‘Nevermind’, vale apontar alguns acontecimentos do início da carreira do Nirvana. A banda surgiu em meio a uma decadência do cenário musical, do caos social, político,  e também de uma monotonia que habitava Aberdeen, em Washington. Jovens que estavam entediados com a morbidez do clima escolar e também com uma sociedade brejeira sem tem o que fazer, e esses jovens encontraram na música uma forma de fugir disso tudo e de se libertar da caretice. Em meio a tudo isso, estava o garoto Kurt Donald Cobain, um rapaz sempre solitário e sem amigos, que buscava algo que o motivasse a seguir a vida em meio a este contexto. Foi então com o auxílio de seu colega Buzz Osborne – que lhe indicou vários sons de rock e que fez o garoto “pirar o cabeção de vez no punk rock” – que Kurt decidiu tocar guitarra e ter uma banda.

A amizade criada entre Kurt Cobain e Krist Novoselic durante o período escolar foi de extrema importância, ambos se conheciam de vista, e nos ensaios da banda Melvins a relação foi ganhando mais força. O autor Charles R. Cross ressalta esse momento em seu livro (Heavier Than Haven, em português ‘Mais Pesado Que o Céu’ – lançado em 2001) como fundamental na consolidação do Nirvana.

Em meados dos anos 80 a banda se estabelece firmemente no grunge de Seattle (o grunge que muitas vezes foi chamado de ‘Som de Seattle’, é um subgênero rock alternativo inspirado no Hard Rock, Punk Rock, Indie Rock e Heavy Metal) com a primeira formação composta por: Kurt Cobain (vocal e guitarra), Krist Novoselic (baixo) e Aaron Buckhard (bateria). Nesse período o Nirvana ficou conhecido como uma banda que teve vários bateristas, isso talvez esteja ligado a ausência de um feeling de rock que os bateristas que passavam pela banda não tinham.

O primeiro disco da banda foi financiado pela gravadora alternativa Sub Pop, o álbum intitulado ‘Bleach’ de 1989, que foi gravado por Jack Endino (que posteriormente produziu dois discos do Titãs, o Titanomaquia em 1993 e o A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana em 2001), e neste álbum o Nirvana era integrado por: Kurt Cobain, Krist Novoselic, Jason Everman (segunda guitarra) e Chad Channing (na bateria). A recepção do público e da crítica na época não foi das melhores, mas a gravação do álbum trouxe satisfação à banda. A partir do segundo álbum de estúdio o Nirvana entrou nas paradas de sucesso e se consagrou no mundo do rock.

Nevermind é o segundo álbum de estúdio da banda, e é caracterizado como um dos momentos de ruptura do grupo em diversos sentidos. Primeiro, a banda dispensou Jason Everman (segundo guitarrista, que posteriormente ingressou no Soundgarden, se tornou soldado do exército americano e recentemente é professor de sociologia), que como reza a lenda, teria custeado o disco (eu acredito que é uma mera lenda), e houve também a saída do baterista Chad Channing. Segundo, a banda mudaria completamente as formas de criação das canções e Kurt passou a se inspirar bastante na banda Pixies (uma baita banda por sinal, fica aí a dica!).

O disco se concentrou apenas em um power trio (que podemos dizer que é a essência do rock) contando com uma novidade na banda: a entrada de Dave Grohl, assumindo a bateria. Quem apresentou Dave à Kurt Cobain foi Buzz Osborne. Não é porque sou baterista, mas nesse disco eu dou mérito integral à Dave Grohl, pois foi a partir de sua entrada que o Nirvana tomou forma e se consolidou como uma banda de rock de verdade.

Em 24 de Setembro de 1991 o disco foi lançado pela DGC Records (um selo da gravadora Geffen, na qual o Nirvana conseguiu entrar na major através da ajuda da banda Sonic Youth – que eu também recomendo), e foi produzido por Butch Vig. Inicialmente ninguém botou fé no disco, nem mesmo os integrantes da banda, mas no final de 91 as coisas começaram a mudar, graças ao enorme sucesso do single Smells Like Teen Spirit. A música foi inspirada em toda ideologia que Kurt vivia, ele teve um breve relacionamento com Tobi Vail, uma ativista feminista que integrou bandas como Bikini Kill, e foi com essa banda que eclodiu o movimento feminista Riot Grrl (ou riot girl), movimento esse que abrange fanzines, festivais, bandas de hardcore punk e feminismo. A intenção do movimento é informar às mulheres, seus direitos e incentivá-las a reivindica-los. Tudo isso incentivou demais Kurt a compor mais sobre o direito das mulheres na sociedade e também sobre a juventude.

Em meio a todo o contexto citado acima, tínhamos um momento em que o mundo conspirava para dias melhores – fim da Guerra Fria, queda do Muro de Berlim,  e o fim das ditaduras na América do Sul -, ou não. O álbum alcançou marcas extraordinárias com o single Smells Like Teen Spirit, desbancando artistas consagrados dos anos 90, como por exemplo, Michael Jackson com o disco Dangerous (1991) e o Nirvana decolou nas paradas da Billboard. Foi nesse contexto que a banda chegou ao tão inesperado estrelato, abalando mais e mais a vida de Kurt Cobain.

O álbum é recheado de sucessos, trazendo ‘Come As Your Are’, ‘In Bloom’ (com um videoclipe inspirado nos programas em que os Beatles se apresentavam nos anos 60), ‘Lithium’, ‘Territorial Pissings’, ‘Drain Train’, entre outros clássicos. Podemos afirmar que o álbum Nevermind literalmente desbancou várias bandas e também o mainstream, pois, desde o movimento punk  na Inglaterra, com a consolidação do Sex Pistols, nunca se tinha visto um movimento underground  alcançar o topo mais alto das paradas. E foi isso que deixou a banda enfurecida. O estrelato, a bajulação da mídia e rotulação foram coisas que deixaram Kurt furioso. Em um recente documentário sobre a vida de Kurt Cobain (Cobain: Montage of Heck – disponível na Netflix) , Krist fala que o sucesso repentino desestruturou  o lado emocional de Kurt, pois ele perdeu sua vida social e isso colaborou e muito para o uso abusivo de drogas por parte do vocalista.

O álbum Nevermind foi considerado pela revista Rolling Stones o melhor disco de todos os tempos, e esse título é justo, pelo menos na minha humilde opinião, pois o Nirvana mudou o cenário da música nos anos 90 e mexeu com toda uma geração. O disco em si pode ser rotulado como pop, mas ao mesmo tempo agressivo, com a fórmula inconfundível do Nirvana. Esse disco influenciou uma geração e trouxe novas formas de compor, e de se vestir – o jeans surrado e as camisetas de flanela listrada se tornaram trajes obrigatórios dos jovens dos anos 90 -, e ainda vale citar que, o disco vendeu mais de 30 milhões de cópias pelo mundo todo. E sem contar a capa do disco (um bebê nu nadando atrás de um nota de dólar) que é muito citada em várias entrevistas, mas não entraremos nesse mérito, o que quero ressaltar nesta resenha é a sonoridade da banda e a importância do disco.

Muitos sabem que, posteriormente o Nirvana gravaria discos mais ‘fodásticos’ que esse (na minha modesta opinião), como o In Utero (1993) e o MTV Unplugged (1994). Posteriormente teríamos o triste desfecho da banda, com o suicídio de Kurt Cobain. Mas deixando as tristezas de lado, eu recomendo esse grande disco à vocês, ouçam Nevermind pois ele é um álbum fundamental na história do rock, com certeza deixou um legado e é foda do começo ao fim.

Abraços pessoal, e até a próxima!

Faixas do Disco

1 –  Smells Like Teen Spirit

2 – In Bloom

3 – Come As You Are

4 – Breed 

5 – Lithium

6 – Polly

7 – Territorial Pissings

8 – Drain You

9 – Lounge Act

10 – Stay Away

11 – On A Plain

12 – Something In The Way

Ouça o álbum Nevermind completo!

Assista ao videoclipe da faixa Smells Like Teen Spirit

Confira o trailer do documentário ‘Cobain: Montage Of Heck’

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100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica (2001)

100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica (2001)

Fala galera do blog A História do Disco, eu sou o Alexandre Bottura, e primeiramente gostaria de agradecer ao amigo Bruno Machado, pela oportunidade de pode escrever esta matéria que contém histórias e acontecimentos relacionados a este disco que é o quarto álbum de estúdio do Charlie Brown Jr., e que pra mim é o melhor disco da banda.

Como ouvinte assíduo da banda desde seu primeiro disco, ‘Transpiração Contínua Prolongada’ (1997) , acredito que o ‘100% Charlie Brown Jr. – Abalando Sua Fábrica’ se destaca pela sua completa pegada rock, diferente de seus antecessores – em que a banda também incluía rap, hip hop e reggae – e de seus sucessores também, exceto o último álbum, ‘La Família 13’ (2013).

Meus amigos, este disco teve uma grande importância na evolução do Charlie Brown, mesmo porque a banda  passou por vários ‘fatos pesados’ nesta época, primeiro, houve a saída de um dos principais instrumentistas, compositor, e também arranjador da banda, o guitarrista Thiago Castanho. O integrante alegou que estava com problemas pessoais e que por isso ele estava deixando o grupo. É válido citar que, em 2005 o guitarrista retornou ao Charlie Brown Jr (nesta época já sem Champignon, Renato Pelado e Marcão) e fez um grande trabalho no disco ‘Imunidade Musical’. Outro fato ocorrido na época foi a morte do pai de Chorão, o vocalista sofreu um grande choque e sua vida pessoal teve várias mudanças.

O disco ‘100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica’ foi lançado oficialmente em 30 de Abril de 2001, contendo doze faixas, foi distribuído pela gravadora EMI, contando com direção artística de Torcuato Mariano e produção de Carlos Bartolini. A banda nesse disco passou a ser um quarteto: Chorão no vocal, Champignon no baixo, Marcão na guitarra e Renato Pelado na bateria. E assim como você caro leitor deve estar imaginando agora lendo isso, eu pensava na época: caralho, que time é esse!?

Como citado no início desta resenha, o fato de todas as faixas serem compostas por apenas guitarra, baixo, bateria e voz, faz com que o disco se torne diferenciado e de extrema qualidade. As letras das músicas deste álbum atravessam vários temas como, protesto e contestação política – que é uma das características do rock – , experiências de vida e diversão.

A primeira música deste disco que eu ouvi foi ‘Lugar ao Sol’ quando assisti o videoclipe na MTV, música alias, que com certeza é uma das mais bonitas da banda. Falando em MTV, ela teve um papel fundamental na divulgação do disco através da exibição dos clipes, das matérias sobre a banda e também de seus shows. O clipe de ‘Hoje Eu Acordei Feliz’ teve uma enorme repercussão, não só pela qualidade da música, mas também pelo fato de ter sido criado e dirigido pelo ator, músico e diretor, André Abujamra.

O que posso afirmar com toda a certeza meus caros leitores do blog A História do Disco é que, este é aquele  tipo de disco que você aperta o play, escuta da primeira a última faixa e tem a convicção que todas as canções são boas (pra não dizer que são fodas), o que torna o álbum um dos melhores já gravados pelo Charlie Brown Jr.

Sobre as faixas eu destacaria, ‘Eu Protesto’, ‘Lugar Ao Sol’, ‘Quebra-Mar’, ‘Você Vai de Limusine, Eu Vou de Trem’, ‘Tudo Pro Alto’ e ‘Como Tudo Deve Ser’. Após ‘100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica’ o grupo gravou mais seis álbuns de estúdio, além de um ao vivo e um acústico (considerado um dos melhores já feitos pela MTV no Brasil). Todos eles de grande repercussão e sucesso, e também contendo grandes canções. Infelizmente, no dia 06 de Março de 2013 o vocalista, Chorão, morre em decorrência de uma overdose por uso de cocaína, e interrompe a trajetória de sucesso da banda. O certo é que ele nunca será esquecido, por conta das canções que fez e por ter conquistado toda uma geração.

Resumindo:  coloque seu fone ou ligue seu aparelho de som e escute ‘100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica’ do começo ao fim, vale muito a pena.

Bom galera, essa é a resenha de hoje, valew e até a próxima.

Faixas do Disco

1 – Eu Protesto

2 –  Hoje Eu Acordei Feliz

3 – Sino Dourado

4 – Quebra-Mar

5 – Lugar Ao Sol

6 – Descubra o Que Há de Errado com Você

7 – Só Lazer

8 – Você Vai de Limusine, Eu Vou de Trem

9 – O Lado Certo da Vida Errada

10 – T.F.D.P

11 – Tudo Pro Alto

12 – Como Tudo Deve Ser

Confira o videoclipe da faixa ‘Hoje Eu Acordei Feliz’

Ouça o álbum ‘100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica’ inteiro.

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Radiohead – OK Computer (1997)

Radiohead – OK Computer (1997)

Olá galera do blog A História do Disco! Aqui é o Denis Borges novamente, bora pra mais uma resenha? A de hoje é especial, um disco épico, singular e aclamado por todos. Então sem mais delongas, vamos à ele.

O disco OK Computer (1997) é um grande álbum, a obra-prima do Radiohead, que sempre marca presença em listas sobre os melhores álbuns de rock dos anos 90, e já foi considerado várias vezes como o melhor disco de todos os tempos. Sem entrar em méritos, se você não conhece o disco ou o histórico da banda e de seus mais recentes trabalhos, segue uma dica: antes de ouvir, abra sua mente, caso não o fizer você pode não estar preparado para o encontro. Definitivamente se você não é fã da banda de Oxford, mas está disposto a trafegar por esta sinuosa, surpreendente e ás vezes, nebulosa estrada, passear somente uma vez pela obra não fará você decorar o caminho de volta ou perceber as nuances do trajeto.

Hoje, olhando para o distante Pablo Honey, primeiro disco lançado pela banda em 93, e escutando A Moon Shaped Pool, último disco lançado em 2016, podemos afirmar que o Radiohead é a banda em atividade que mais evolui musicalmente , fazendo dos seus nove discos obras singulares e independentes uma das outras. A busca por novas sonoridades é o que torna o Radiohead uma banda única e admirada. É perceptível a forma conceitual com que a banda trabalha seus álbuns, OK Computer talvez seja o melhor exemplo disso. E muitas bandas beberam de sua fonte – Muse, Coldplay, Travis -, mas nenhuma alcançou a excelência dos caras.

Falando sobre o álbum, OK Computer (1997) é o terceiro disco do Radiohead, vindo após dois bons trabalhos: Pablo Honey(1993) e The Bends (1995). Como o nome sugere, umas das temáticas do disco é sobre como o ser humano interage com a tecnologia,  e também a clara insatisfação com o modo de vida que o homem já levava no final do século passado.

Com uma visão sempre crítica das coisas, Thom Yorke já enxergava a forma exacerbada como o mundo consumia tecnologia. A tão sonhada evolução de automatizar a nossa vida, deixando-a mais funcional, acaba sendo sufocada pelo uso excessivo e descontrolado da tecnologia, tornando raros os momentos de efetiva integração social. Hoje em dia é normal ouvir bandas relatando a falta de conexão que os celulares causam entre elas e o público. O simples ato de assistir um show acompanhado de seus amigos e torná-lo um momento único, se transforma em um mar de fotos, vídeos e likes. Posteriormente as pessoas apenas conseguem se lembrar desse “momento épico” que mal foi aproveitado, recorrendo a memória de seus celulares. Todas as músicas do álbum, de certa forma, nos levam a este tipo de questionamento. Thom Yorke ‘didatiza’ esse tema, transformando OK Computer em um disco conceito.

Em relação a sonoridade o álbum é totalmente fiel ao tema proposto. Uma mistura de rock com experimentos eletrônicos diversos, presentes em praticamente todas as músicas. Ao longo do disco percebemos as várias facetas de Thom Yorke com sua voz. A faixa, Filter Happier, é o melhor delas, na qual Thom emula sua voz feito a de uma máquina (computador), recitando um emaranhado de sugestões para se viver melhor.

O disco OK Computer começa com a enigmática Airbag, com seus efeitos eletrônicos disformes e assíncronos ao fundo. Yorke revela a aversão que possui por carros, e na letra ele relata um possível acidente sofrido onde ele foi salvo por um airbag. Logo em seguida temos a melhor faixa do disco, Paranoid Android, com seis minutos e vinte e sete segundos de diversas reviravoltas sonoras mesclando rock, um quase punk em alguns momentos, com eletrônico na sua melhor simbiose. Os vocais vão do sussurro aos gritos, para mim é uma obra perfeita.

A faixa, Subterranean Homesick Alien, começa calma e mantem-se em uma bela linha harmoniosa até o seu fim. As letras são carregadas de indagações como: Eu gostaria que eles descessem em meu caminho/ Tarde da noite quando estou dirigindo/ Embarcassem-me em sua linda nave/ E me mostrassem o mundo como eu gostaria de vê-lo. E essas indagações dão o tom de indignação do disco. A música mais lenta e melancólica do disco é Exit Music, algo que Thom Yorke sabe criar como poucos.

Let Down é mais uma bela e doce melodia onde Yorke despeja toda sua melancolia. Karma Police, um dos singles comerciais do disco, tem uma base simples de piano e violão onde, assim como em Creep (Pablo Honey), Yorke fala sobre o estranho, o esquisito, aquele que não se enquadra em nenhum lugar. Fitter Happier não chega a ser uma música, está mais para um texto narrado. Electioneering  é a mais popzinha do disco, mas nem por isso a menos interessante e vem cheia de riffs.

Clibimg  Up The Walls é um antônimo da  faixa anterior, mais calma, sombria e com um vocal distorcido, quase um lamurio, eu gosto muito do solo e do seu final. Outro single tocado nas rádios foi No Surprisesmelodia minimalista com letra que pode representar qualquer pessoa em um dia de questionamentos internos.

Uma de minhas faixas preferidas é Lucky que é extremamente bela em sua simplicidade, é uma faixa lenta, envolvente, bonita e ascendente.  A faixa The Tourist é mais limpa, lenta e hipnotizante, um belo fechamento para essa obra-prima que o Radiohead criou há quase 20 anos.

Um disco tão emblemático e único, gera uma certa preocupação ao tentarmos traduzi-lo em palavras, ainda mais quando você não as possui. Transformar sentimentos em palavras não é meu forte, ao contrário do compositor e vocalista, Thom Yorke.

Após OK Computer (1997) o Radiohead lançou Kid A (2000) e Amnesiac (2001), discos totalmente experimentais, onde predomina os elementos eletrônicos. Posteriormente a banda faz uma mescla de tudo que já haviam criado, com o disco Hall to the Tief (2003). Após um hiato de quatro anos eles lançam In Rainbows (2007), disco sensacional e com algumas particularidades, e que é merecedor de uma resenha própria. Já em 2011 lançam King of Limbs, outro bom disco. E em 2016 sai o último disco da banda até o momento, A Moon Shapad Pool, outro ótimo disco que ainda degusto quase que diariamente.

Eu, Denis Borges, acompanho a banda desde o seu segundo disco, The Bends (1994), e uma coisa eu posso dizer: experimentar, ousar, buscar o novo, isso é Radiohead! Espero que tenham gostado da matéria, e que ela tenha despertado em você caro leitor a vontade de ouvir este disco e consequentemente os outros álbuns da banda. Um forte abraço e até a próxima resenha, aqui no A História do Disco.

Faixas do Disco

1 – Airbag

2 – Paranoid Android

3 – Subterranean Homesick Alien

4 – Exit Music (For a Film) 

5 – Let Down

6 – Karma Police

7 – Fitter Happier

8 – Electioneering

9 – Climbing Up The Walls

10 – No Surprises

11 – Lucky

12 – The Tourist

Clique aqui e ouça o disco OK Computer completo!

 

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Roberto Carlos (1972)

Roberto Carlos (1972)

Olá pessoal, como estão vocês? Eu sou Flávio Oliveira e hoje falarei sobre um disco bem diferente dos já comentados até o presente momento em nosso blog. O motivo da escolha desse disco é simples: devemos celebrar esse grande artista da Música Popular Brasileira.

Falar de Roberto Carlos é simplesmente ver seus pais curtindo aquele som que serviu de base para os seus amores da juventude, mas que também embalou as suas desilusões e momentos épicos de nostalgia durante a vida. Sempre fui influenciado por minha mãe (Dona Rosa, aquele abraço!) e por minhas tias (Neuza, Orides e Maria – in memoriam) a ouvir Robertão desde pequeno. Poderia enumerar as diversas canções que fizeram e ainda fazem parte do patrimônio cultural brasileiro, tais como: Eu Te Darei o Céu, Garota Papo Firme, e Eu Sou Terrível. Mas nesta matéria, quero abordar um disco que retrata um Roberto Carlos mais maduro e adulto, e que retrata de forma bem realista as dificuldades da vida num tom bastante melancólico. Hoje minha resenha é sobre disco de 1972 do Rei Roberto Carlos (os discos do cantor não tinham título, exceto “Em Ritmo de Aventura”) e seus fãs sempre carregavam consigo um nome para cada disco do cantor, e o desse ano ficou conhecido como “A Janela”.

Como citado acima, o disco foi lançado em 1972, e Roberto sempre lançava seus discos no fim do ano, no dia do Natal. O álbum se mostra muito como biográfico, pois em várias canções há relatos da vida do cantor, tais como as dificuldades em um relacionamento com a chegada dos filhos (Quando as Crianças Saírem de Férias), a vontade de sair de casa e viver a liberdade (A Janela) e também o acidente ocorrido com o mesmo quando ele ainda era uma criança e que resultou na perda de sua perna direita.

As canções desse disco continuavam com uma determinada fórmula dos discos anteriores: a sólida parceria entre Roberto e Erasmo Carlos. O álbum trás uma sonoridade bem mais arranjada e marca o início de um novo modelo do cantor: mais romântico e introduzindo sua fé cristã em nas canções.

A primeira faixa do disco, que trás o nome do álbum (A Janela) marca o momento épico, pois é uma canção que retrata os momento de dificuldade da vida, na qual o jovem se presta a sair de casa para viver uma nova jornada. As melodias que seguem nesta canção são dignas de serem comentadas: orquestras que trazem uma climatização na canção e no roteiro da história, se misturam com as linhas de baixo de Paulo Cesar Barros (irmão de Renato, do grupo Renato e seus Blue Caps) e dão um toque de taciturnidade à canção. Seguindo, temos na próxima faixa a canção que foi sucesso na época “Como Vai Você”, do cantor Antônio Marcos.

As duas primeiras canções do disco se tornaram sucessos radiofônicos e serviram como motor para fazer o disco decolar nas paradas. A música “Como Vai Você” também ganhou notoriedade na voz de Antônio Marcos, que foi casado com Vanusa e que durante muito tempo (e acredito que até os dias atuais) cantou essa música em seus shows.

Outra canção que vale o destaque é ‘Você É linda’, que nos impõe um grande enigma até hoje. Nela fala-se sobre uma mulher desconhecida que está esperando um bebê, mas não sabemos quem é. Sendo assim, a canção pode nos trazer inimagináveis interpretações, mas isso eu deixo para vocês caros leitores.

O disco contém também uma canção que Roberto regravou do saudoso compositor Dorival Caymmi. A música tem um toque suavizado, mas que também é bem expressiva a melancolia do cantor. Outras faixas de sucesso deste disco foram ‘Por Amor’ e ‘A Distância’, canções bem representativas, afinal quem não se lembra daquele famoso verso, “Mas se não for por amor, me deixe aqui no chão”?, que expressa o sofrimento de um amor talvez não correspondido, ou que foi interpelado pela distância que castigava o coração do intérprete da canção. Já a faixa ‘A Montanha’ marca a introdução da fé cristã de Roberto Carlos em suas canções. Chega também a ser uma forma de agradecimento pelo sucesso que o rei fez com a música ‘Jesus Cristo.

Para finalizarmos, destaco a canção mais melancólica, ou melhor, a canção que é autobiográfica do cantor: O Divã. Essa canção chega a ser perturbante, podemos dizer que é o suprassumo da tristeza expressada nesse álbum. A capa do disco trás um Roberto Carlos com um olhar distante e a tristeza estampada em seu rosto angelical. Ainda sobre a canção citada acima, ela retrata a grande enfrentada por nosso intérprete e sua família em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo. Talvez essa canção seja um dos primeiros momentos da carreira do cantor em que ele relata como foi perder parte da perna direita em um acidente na linha do trem.

A música passa a impressão de que Roberto está conversando com um psicólogo no divã, porém, quem ouve esse desabafo em relação aos traumas enfrentados, porém superados, somos nós, ouvintes dessa belíssima obra do cantor e compositor Roberto Carlos.

Pode até parecer irônico, mas é a partir dessa tristeza estampada nas canções de Roberto e Erasmo Carlos, que percebemos como a melancolia pode transformar a dor em música, como pode exorcizar nossos problemas e por fim nos ajudar a superá-los.

Esse é um grande disco que recomendo à todos, valew pessoal!

Faixas do Disco

1 – A Janela

2 – Como Vai Você

3 – Você É Linda

4 – Negra

5 – Acalanto

6 – Por Amor

7 – A Distância

8 – A Montanha

9 – Você Já Me Esqueceu

10 – Quando as Crianças Saírem em Férias

11 – O Divã

12 – Agora Eu Sei

Ouça o disco de 1972 de Roberto Carlos completo!

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Bob Marley & The Wailers – Catch a Fire (1973)

Bob Marley & The Wailers – Catch a Fire (1973)

Olá galera, tudo bem por aí? Eu, Janaína de Sousa trago hoje para o blog  A História do Disco, um álbum que é cultuado no mundo todo: “Catch a Fire”, o quinto álbum (e primeiro não compilado) da banda de reggae jamaicana  The Wailers.

Para entendermos a importância deste disco para a história da música, devemos compreender que, em meados de 1970 o reggae na Jamaica era registrado de forma compacta, em disquinhos de vinil de sete polegadas: uma música no lado A e sua versão instrumental (dub) no lado b. Todos os álbuns lançados por lá eram nada mais que coletâneas de singles. A ilha era comandada por um mercado fonográfico de produtores e donos de estúdios ‘meio picaretas’, que exploravam os músicos, ficando com quase todo o lucro dos discos vendidos.

Contudo, os ‘rastas’ possuem uma força que até hoje nos encanta, aquela fusão perfeita de religiosidade e luta contra as injustiças sociais. Em 1971, um destes ‘rastas’ um músico jamaicano chamado Bob Marley recebeu convite para viajar até a fria Suécia e compor a trilha sonora de um filme estrelado pelo cantor norte-americano Johnny Nash. O projeto de Nash infelizmente não saiu do papel, mas serviu de porta para que, por intermédio de um empresário, Marley mandasse buscar na Jamaica sua banda, o Wailers. A banda era composta por Marley, Peter Tosh, Bunny Wailer e também pelos irmãos Aston e Carlton Barret. Aproveitando a oportunidade única, eles fizeram uma mini turnê pela Europa, que aliás, não deu muito certo. Eles acabaram perdidos em Londres, sem dinheiro e sem ter como voltar pra casa.

Por uma destas armações do destino, Marley conseguiu marcar uma reunião com Chris Blackwell, um empresário inglês, criado na Jamaica, dono da gravadora Island Records.  Marley pegou uma demo com registros da banda e bateu na porta  do poderoso empresário. O vocalista prometeu à Blackwell um álbum completo e não apenas uma coletânea de singles, deste modo, os integrantes do Wailers voltaram para o sol da Jamaica com um adiantamento  de algumas milhares de libras.

No início de 1972, dentro de três estúdios de Kingston (na Jamaica), foram gravadas as faixas do álbum que seria denominado “Catch a Fire”, nada mais do que uma gíria jamaicana para “Pegando Fogo”.

O engenheiro de som, Sylan Morris, trabalhou as fitas-mestre das faixas – que contaram com a participação de diversos músicos parceiros da banda – e a entregou a Marley, que no fim de 1972 retornou a Londres.

Após uma batalha judicial com a CBS e a Sims (com quem a banda já tinha um contrato firmado), foram remixadas as faixas que tiveram acréscimos de alguns arranjos de músicos ingleses, encantados com o som do reggae.

Lançado mundialmente em 1973, o álbum trouxe fama internacional para a banda. Até hoje as faixas tocam em feridas abertas e falam sobre propósitos incontestáveis que fomentam a igualdade, a união, a liberdade, o amor, o fim do racismo e das injustiças políticas e sociais.

Relançado em 2001 em edição de luxo e, ainda contando com a icônica arte gráfica de capa (de Rod Dyer e Bob Weiner), “Catch a Fire” conta com faixas como ‘Concrete Jungle’ (e sua linha de baixo que é a própria essência do reggae), ‘Stir It Up'(com seus solos cheios de “wah-wah”, que embalam o amor de muita gente), e a maravilhosa ‘No More Trouble’ e seu chamado: Make love and not war!

Como sabemos, o mundo infelizmente não deixo de ter problemas,entretanto, por 39 minutos e 39 segundos nós temos ferramentas para buscarmos a paz que os Wailers pregavam virtuosamente há mais de 40 anos. E isso, como dizem os rastafáris, é um “Presente de Jah”.

Por isso, se possível, ouçam esse álbum por toda a vida. É sempre um prazer escreve para o blog A História do Disco o/

Um grande abraço e até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 – Concrete Jungle

2 – Slave Driver

3 – 400 Years

4 –  Stop That Train

5 – Baby We’ve Goat A Date

6 – Stir It Up

7 – Kinky Reggae

8 – No More Trouble

9 – Midnight Ravers

10 – High Tide Or Low Tide

11 – All Day All Night

Assista o documentário sobre a gravação do álbum ‘Catch a Fire’.

Confira Bob Marley e The Wailers tocando Stir It Up!

Clique aqui e ouça o disco ‘Catch A Fire’ completo!

 

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Mamonas Assassinas (1995)

Mamonas Assassinas (1995)

Salve galera, que saudade de escrever no meu blog favorito, saudade de compartilhar com vocês mais um álbum que fez história. Hoje eu, Bruno Machado, vou destacar o único álbum (infelizmente) da banda Mamonas Assassinas, que foi em gravado em 1995 e que teve produção de Rick Bonadio.

Acima destaquei que Rick Bonadio produziu o Mamonas, entretanto, quem realmente era pra ter produzido os garotos era Carlos Eduardo Miranda, que estava a frente da Banguela Records, selo que ele havia criado junto com a banda Titãs. A banda inclusive quis levar os garotos de Guarulhos para o selo, mas Miranda não concordou com a ideia. Sendo assim, Bonadio e a EMI confiaram no projeto e lançaram o disco do Mamonas Assassinas.

O quinteto trouxe uma proposta de música nunca vista no Brasil: letras escrachadas falando de amor, maconha, homossexualismo, migração nordestina, entre outras coisas. Isso tudo com arranjos bem elaborados e com Bento Hinoto (guitarrista) se destacando muito, assim como Dinho (vocalista) que conseguia mudar a voz de maneira incrível e no palco tinha um carisma fora do comum. Júlio Rasec (tecladista) também se destacava muito nos shows da banda, aliás, mais como animador do que como instrumentista, animação que também ficava por conta dos irmãos Samuel Reoli (baixista) e Sérgio Reoli (baterista). Em suma, os cinco integrantes se completavam, e com isso a banda explodiu, caindo nas graças da mídia, de pessoas de idade, de jovens, adultos e também de crianças.

A mídia percebeu que o Mamonas era a bola da vez, e desta forma começaram a levar a trupe para os programas de televisão. Em 1995 tínhamos a ferrenha ‘briga’ por audiência nos domingos, com Gugu de um lado e Faustão do outro. Nessa época eu tinha 4 anos, e gostava muito do Mamonas Assassinas, tanto que minha mãe gravou em fita cassete o dia em que a banda foi no Gugu. Os caras ficaram o domingo inteiro no programa, e deram uma audiência monstruosa pra emissora do ‘Titio Silvio Santos’. Na época eu já tinha uma fita cassete do Mamonas Assassinas, e eu ouvia sempre, ainda mais que tínhamos um aparelho de som ‘monstruoso’ em casa.

Dá pra imaginar o resultado de grandes participações nos dois maiores programas de auditório da época!? Dá sim, após os programas o grupo explodiu de vez e passou a ser amado por todo o Brasil e o número de vendas do álbum da banda aumentou mais ainda. É interessante citar que em 1995 o axé estava ganhando grande espaço na mídia, assim como o sertanejo e o pagode, o rock estava sofrendo com a década de 90,  as bandas de 80 tinham dificuldade em se reinventar e fazer novos grandes discos.

Outro programa que acolheu os garotos foi o Programa Livre, comandado por Serginho Groisman. Na década de 90 o programa era um dos melhores da TV brasileira, era voltado aos jovens e continha debates e muita música boa. O Mamonas se apresentou com muita descontração (pra variar) e novamente deixou sua marca.

Uma banda que também se destacou nos anos 90 foi o Raimundos (produzidos por Miranda, junto ao selo Banguela) e muitas pessoas gostavam de fazer a comparação entre os dois grupos, entretanto, não há como comparar pois cada grupo tinha uma linha de pensamento em relação a música, e o Raimundos tinha uma sonoridade muito mais pesada. Particularmente, eu gosto das duas, e acho que cada uma deixou o seu legado.

Os estilos musicais que na época estavam em alta no Brasil sofreram na mão do Mamonas Assassinas, o grupo não perdoou e com muita qualidade fizeram sátiras ao sertanejo, na faixa Bois Don’t Cry, e ao pagode, na faixa Lá Vem o Alemão. Esta última ainda contou com a participação de Fabinho do Negritude Jr. na percussão e de Leandro Lehart do Art Popular tocando cavaquinho.

Infelizmente em 1996 o grupo sofreu um acidente aéreo e todos os integrantes faleceram, a notícia chocou o país e entristeceu à todos. Os garotos de Guarulhos se foram, mas deixaram seus nomes gravados na história da música brasileira, não há como esquecer a ‘Brasília Amarela’, eles vestidos de Batman, Robin ou mesmo de Chapolin Colorado em suas apresentações, e muito menos a alegria que eles nos traziam com sua simplicidade e carisma.

Os integrantes do Titãs gostavam muito do Mamonas e sentiram bastante a perda dos colegas. Homenagens não faltaram, em 1997 a banda paulista gravou seu acústico MTV e poucos sabem, mas no encarte deste disco eles dedicam o álbum aos Mamonas Assassinas. Já em 1999 o Titãs gravou um álbum chamado ‘As Dez Mais’ só com músicas de outros artistas, entre elas ‘Pelados em Santos’, interpretada por Nando Reis e Branco Mello. A faixa ganhou videoclipe, que inclusive foi censurado, e a crítica da época não gostou muito da roupagem que o Titãs deu pra música, mas o que vale com certeza é a homenagem.

Bom galera, essa foi a resenha de hoje, espero que vocês tenham gostado. Abraço e até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 – 1406

2 – Vira – vira

3 – Pelados em Santos

4 –  Chopis Centis

5 – Jumento Celestino

6 – Sabão Crá Crá

7 – Uma Arlinda Mulher

8 – Cabeça de Bagre II

9 – Mundo Animal

10 – Robocop Gay

11 – Bois Don’t Cry

12 –  Débil Metal

13 –  Sábado de Sol

14 –  Lá Vem o Alemão

Assista a apresentação do Mamonas Assassinas no Programa Livre.

Videoclipe da faixa Pelados em Santos.

Clique aqui e ouça o disco completo!

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Ramones (1976)

Ramones (1976)

Olá pessoal, tudo bem com vocês? Aqui é o Flávio Oliveira e hoje vou destacar um dos maiores marcos da música na década de 70, que não só realizou uma mudança radical na estética musical, mas também culminou na essência de um dos movimentos mais influenciadores e sólidos da música, o movimento punk.

O presente texto tem como objetivo apontar o movimento punk, bem como citar a importância que o primeiro disco do Ramones teve para várias bandas que surgiram após os anos 70.

Eu reservei um bom tempo para poder escrever sobre o Ramones pois não basta apenas comentar sobre o disco, é preciso destacar as causas que levaram os jovens da região de Nova Iorque a se organizarem e fazerem música. Em meados dos anos 70 a indústria fonográfica passava por algumas modificações que afetariam os consumidores de música da época. A música hippie que nos anos 60 eclodiu com os movimentos sociais e a luta pelos direitos civis perdera a sua essência, encorporando outras tendências no seio cultura. O rock tomou diferentes direções na qual a música ganhara toda uma complexidade, deixando as letras de paz e amor secundárias para aderir canções extensas, com solos imensos e absortos com as alucinações psicodélicas.

Grandes bandas tiveram importância considerável no rock progressivo, tais como: Emerson, Lake and Palmer; King Crimson e Yes. Vários jovens tiveram simpatia pelo novo gênero, enquanto outros não se identificavam com o mesmo. Também é importante ressaltar que, posterior ao período chamado de ‘verão do amor’ alguns ícones do movimento continuaram na ativa, como Lou Reed (que deixara o Velvet Underground) e também David Bowie. E também surgiram outros como: Marc Bolan e T-Rex, Iggy Pop and The Stooges, MC5 e New York Dolls.

Muito se comenta sobre o início do punk rock, e que o movimento nasceu na Inglaterra. Pois bem, essa mudança no rock já vinha ocorrendo nos anos 70 com as bandas citadas acima, por isso, os jovens do Queens (famoso bairro de Nova Iorque) foram influenciados por essa nova tendência que vários autores derem o nome de Proto-Punk. Esse embrião do punk, teve papel super importante na maneira de compor e tocar para os jovens Douglas Colvin, Jeffrey Hyman, John Cummings e Thomas Ederlyi.

Bandas como o New York Dolls tinham uma sonoridade que esses jovens procuravam: músicas pesadas com letras simples que abordavam o amor e fatos do cotidiano. Como o próprio Johnny Ramone comenta no documentário ‘End of The Century: The Story of The Ramones’, com solos muito complexos e com duração de mais de 20 minutos, eles iriam demorar anos para aprender a teoria toda daquilo, por isso a busca pela simplicidade foi um dos pontos importantes para a diferença musical do Ramones.

Voltando a polêmica do surgimento do movimento, podemos enfim concluir que, o punk surgiu nos EUA em meados dos anos 70 e imigrou na Inglaterra posteriormente graças ao Ramones que fez um show no Roundhouse. O show serviu de inspiração aos jovens ingleses que posteriormente iriam se consagrar na cena punk  com algumas bandas como: The Clash e Sex Pistols.

Os  futuros integrantes do Ramones foram influenciados pelo bom e velho rock ‘n roll e pela grande paixão em comum, que era a música, e decidiram formar uma banda. Joey Ramone iria assumir a bateria – pois é, aquele cara de dois metros de altura tocando deveria ser cômico -, Johnny Ramone na guitarra e Dee Dee no baixo e também na voz. Até ai tudo bem, se não fosse o fato de que Dee Dee não conseguia tocar e cantar ao mesmo tempo, e deste modo a banda não conseguia ir pra frente. Tommy ou Thomas era parceiro dos rapazes e dava vários conselhos à eles, e em uma tarde exaustiva de de audição de bateristas eis que o mesmo senta em frente ao instrumento e faz um som: aí surge a ideia de Thomas assumir a bateria e se tornar Tommy Ramone. A partir desta mudança a formação do Ramones ficou assim: Johnny na guitarra, Dee Dee apenas no baixo, Joey no vocal e Tommy na bateria.

O Ramones surgiu como qualquer banda iniciante: escassez de instrumentos, falta de espaço para ensaios e dificuldades em montar repertório, mesmo porque nenhum deles era músico. A partir dessas dificuldades, surge a ideia dos quatro se unirem para compor canções. A banda se consagraria com apresentações memoráveis no bar CBGB, localizado em Nova Iorque. Aliás, várias bandas passaram por este temático bar e alavancaram suas carreiras. Muitas pessoas presenciaram neste bar uma banda com muita adrenalina no palco, viam os quatro rapazes brigando e sendo selvagens em sua apresentação.

Com as apresentações se tornando frequentes, eis que surge a oportunidade da banda ter um empresário, que seria Danny Fields. Já em 1976 o Ramones entram em estúdio e lançam seu primeiro disco, que para muitos (inclusive pra mim) é um dos melhores discos dos anos 70. A capa do disco é muito emblemática, sendo considerada uma das mais importantes da história do rock. Quem nunca viu a famosa foto de quatro rapazes com calças surradas e rasgadas, cabelo estilo The Beatles e com jaquetas de couro encostados em um muro sujo, com pichações que retratam a margem da sociedade? Esta foto é a marca registrada da banda que influenciou muitas pessoas e também a moda na fabricação de calças com rasgos pré-fabricados.

É importante ressaltar que o nome Ramones veio de uma sacada dos rapazes. Paul McCartney no início dos Beatles, mais precisamente quando ingressou com a banda na Alemanha, se registrava nos hotéis com um nome diferente, Paul Ramón. Os rapazes viram a utilização do sobrenome em cada integrante como uma forma de solidificar a banda e também se tornar uma família.

O disco começa com um dos hinos do Ramones no qual muita gente acredita que o refrão é o nome da música: Hey! Ho! Let’s Go! – quem nunca ouviu isso!? Na verdade a música se chama Blitzkreig Bop. Cada música de todo o disco tem no máximo dois minutos, sem solos mas com uma intensidade muito forte. Seus shows em média duravam meia hora, ou seja, a banda tocava uma música atrás da outra, sem pausa e sem corpo mole. Essa característica aliás chamava a atenção de quem frequentava os shows da banda.

O disco é recheado de canções que retratavam o cotidiano dos jovens estadunidenses da época: tensão pós Guerra Fria, pobreza e banalização dos jovens. Por ser um disco memorável, vale muito a pena ser comentado e apreciado por todos que curtem um bom som.

Bom pessoal essa foi a minha matéria sobre um belíssimo disco que influenciou (e ainda influencia) várias bandas que queriam fazer um som do seu jeito: simples, agressivo e que retratasse aquilo que pensavam. Ou como a própria filosofia do movimento pregava: Do it yourself, ou seja, Faça você mesmo!

Valeu pessoal, até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 – Blitzkrieg Bop

2 – Judy Is A Punk

3 – I Wanna Be Your Boyfriend


4 – Chain Saw

5 – Now I Wanna Sniff Some Glue

6 – I Don’t Wanna Go Down To The Basement

7 – Loudmouth

8 – Havana Affair

9 – Listen To My Heart Walled World

10 – 53rd & 3rd

11 – Let’s Dance

12 – I Don’t Wanna Walk Around With You

13 – Today Your Love, Tomorrow The World

Ouça o primeiro disco de estúdio do Ramones.

Assista uma das primeiras apresentações do Ramones no CBGB.

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Temple Of The Dog (1991)

Temple Of The Dog (1991)

Salve galera do A História do Disco, aqui estou novamente, Denis Borges para mais uma resenha, sou fã da cena grunge que teve destaque no início dos anos 90 e hoje trarei à vocês blogonautas uma raridade.

Lembro-me de ter pirado quando escutei pela primeira vez a música ‘Hunger Strike’. O que era aquilo? Chris Cornell e Eddie Vedder juntos, seria algo do Soundgarden? Do Pearl Jam não poderia ser, eu achava que conhecia tudo dos caras, e eles tinham apenas dois discos de estúdio gravados, um recém lançado aliás. Quando a música chegou ao fim o locutor disse o nome da banda: Temple Of The Dog. Sim meus caros, estou relembrando o tempo em que as novidades musicais chegavam no rádio primeiro.

Voltando ao anúncio do locutor, eu ficava pensando: que diabos é esse tal de Temple Of The Dog?  Seria uma banda que terminou e se transformou em Pearl Jam e Soungdarden? Várias suposições brotaram em minha cabecinha adolescente naquela época, e como ainda não existia internet, era praticamente impossível conseguir informações.

Um tempo depois, graças a um amigo, descobri que o trabalho do grupo era uma espécie de tributo. Esse amigo também não sabia ao certo o que era, mas ele já tinha o CD. É claro que eu já gravei aquela ‘fita esperta’, acredito que boa parte dos fãs desse blog viveram o tempo em que ficávamos com a fita no ponto para gravar a música do momento e no final torcer para o locutor não entrar no final e estragar tudo.

Divagações a parte, alguns anos depois descobri que Temple Of The Dog foi uma banda formada em homenagem a Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone, banda dos atuais integrantes do Pearl Jam (Jeff Ament e Stone Gossard), além de Cornell que dividia uma casa com Andy. Já conhecido no underground de Seatlle, Andy era promissor na cena e também era muito carismático, mas assim como muitos desta época, sofreu uma overdose e teve sua jornada interrompida.

Abalado, Cornell começou a escrever algumas músicas em homenagem ao amigo falecido e chamou Jeff e Stone para gravá-las. A trupe foi fechada com: Matt Cameron (que assumiria a bateria do Soundgarden, e atualmente é baterista do Pearl Jam), Mike McCready (quase guitarrista do Pearl Jam e também amigo de Wood) e o caído de paraquedas na história, Eddie Vedder. Inclusive este último gravou os backing vocals do disco e dividiu os vocais na faixa ‘Hunger Strike’. Eddie tinha acabado de chegar a Seatlle para substituir Andy como vocal do agora Pearl Jam. Na verdade, Eddie foi meio que inserido no processo como forma de se enturmar com os novos companheiros de banda e de cena. Até então ele ainda era o “desconhecido introspectivo” da fita demo com ótimas três músicas. Caso você caro leitor queira saber mais a respeito, basta acessar a resenha que fiz sobre o disco ‘Ten’ do Pearl Jam, inclusive no fim da matéria há um link para o trailer do documentário PJ Twenty.

O nome do grupo surgiu de uma canção de Andrew chamada ‘Man O Golden Words’. O lançamento do disco (homônimo) aconteceu em abril de 1991 e apesar de ter sido bem aceito no mercado, o disco apenas estourou depois do lançamento de Ten (Pearl Jam) e de Badmotorfinger (Soundgarden).

O disco tem uma sonoridade diferente da que Cornell fazia no Soundgarden, se aproximando mais ao que o Pearl Jam faria no disco Ten. E logo na música de abertura percebemos um tom mais sentimental, a bela balada ‘Say Hello 2 Heaven’ (Diga Olá ao Paraíso – tradução livre), passando por ‘Reach Down’ – 11 minutos de boa música – onde temos todo o talento de Mike McCready empunhando uma guitarra. A terceira faixa é uma das melhores coisas que aconteceram no rock de Seatlle e mundial, por que não? A simbiose das vozes de Cornell e Vedder tornaram ‘Hunger Strike’um dos maiores hinos dos anos 90, e a música mostrou aos integrantes do Peal Jam que eles acertaram em recrutar aquele tímido rapaz da Califórnia (Eddie é natural de Chicago). A faixa ‘Call Me A Dog’ também fez se ouvir pelas rádios, uma belíssima balada cheia de sentimento.

Fazendo uma análise geral vemos um disco com muito sentimento empregado, principalmente nas canções de Cornell. Percebemos que todos os integrantes já estavam prontos em relação ao papel que desempenhariam no rock mundial. O poder e o controle que Cris Cornell tem de sua voz e também de suas composições, a guitarra de Matt McCready já muito poderosa, Matt Cameron com muita técnica e competência na batera, e os pilares  Ament e Gossard. Cada músico teve destaque e muito valor no disco, transformando o álbum em uma bela homenagem à um amigo em comum.

Aqui o destino prega mais de sua casualidades, o fim do ciclo de uma pessoa que provavelmente se tornaria um dos maiores vocalistas do grunge, se torna o surgimento de um maiores nomes do rock mundial, Eddie Vedder.

Valew pessoal e até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 – Say Hello 2 Heaven

2 – Reach Down

3 – Hunger Strike


4 – Pushin’ Foward Back 

5 – Call Me A Dog

6 – Times Of Trouble

7 – Wooden Jesus

8 – Your Savior

9 – Four Walled World

10 – All Night Thing

Ouça o disco completo do projeto Temple Of The Dog.

Conheça mais sobre a relação entre Pearl Jam e Temple Of The Dog.

Assista o videoclipe da faixa Hunger Strike.

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Cássia Eller – Rock In Rio III (2001)

Cássia Eller – Rock In Rio III (2001)

Olá pessoal, hoje eu, Bruno Machado, destacarei uma das apresentações mais antológicas da história do Rock In Rio, sim meus queridos hoje têm Cássia Eller no blog a História do Disco.

Desde o início deste blog eu sempre tive em mente fazer uma matéria sobre esse disco da Cássia, mesmo porque ele foi um marco na carreira da cantora, uma coragem enorme, já que vários cantores brasileiros já haviam sido hostilizados no maior festival de música do país. Cássia Eller praticamente pagou para tocar no Rock In Rio III, mas com certeza o investimento valeu muito a pena tanto para ela quanto para nós fãs de seu trabalho.

De início, quero destacar o quanto o próprio evento dá mais moral pras bandas e cantores de fora do que pros brasileiros, infelizmente sempre foi assim, desde o primeiro Rock In Rio. O line-up  do evento era montado sem nenhum critério, sempre prejudicando os músicos tupiniquins pois eles tocavam no dia de alguma banda de rock clássico ou mesmo alguma banda de metal, o que fazia com que os nossos músicos fossem hostilizados. Carlinhos Brown, Erasmo Carlos, Kid Abelha e Lobão sofreram com a falta de organização do evento e não tiveram o mesmo destaque de Cássia.

Bora voltar a falar da musa do rock nacional. Cássia Eller teve uma ascensão meteórica no cenário da música brasileira, primeiro com uma cantora tímida, de poucas palavras e com uma voz doce, depois de algum tempo ela se revelou e mostrou ao Brasil sua forte personalidade, sua voz imponente e seu dom em interpretar músicas dos outros como se fossem suas, uma prova disso é que muita gente acha que a música ‘Por Enquanto’ é dela e não da Legião Urbana.

Antes desse disco gravado no Rock In Rio, Cássia gravou pelo menos dois álbuns muito interessantes musicalmente falando, Veneno Antimonotonia (apenas com músicas do Cazuza) e Cássia Rock Eller, ambos bem pesados, engajados e que mostravam como Cássia tinha excelentes músicos a sua volta. No Rock In Rio não foi diferente, o palco ficou recheado de feras e nossa musa fez um show pra ficar pra história. Além de grandes músicos o palco também contava com a presença de seu filho,Chicão, este que sempre indagava sua mãe em relação a como ela cantava (ele alegava que quem cantava era a Marisa Monte, que sua mãe na verdade gritava rs), e foi ele que pediu para que Cássia colocasse ‘Smells Like Teen Spirit’ no repertório do show do Rock In Rio.

Entre os músicos que fizeram parte desse show estavam: Walter Villaça, Luiz Brasil, Fernando Nunes, Lan lan e João Viana (Filho de Djavan), o entrosamento no palco era sobrenatural e Cássia não demonstrou nervosismo, subiu ao palco e dominou a multidão. Nossa musa fez o impossível virar realidade no festival, em um mesmo ela cantou rock ‘and roll, baião, pop e manguebeat. Sim meus caros, o estilo criado por Chico Science foi destaque e a Nação Zumbi participou da parte final do show de Cássia. Além de Chico Science, Cássia homenageou Tim Maia, Renato Russo, Cazuza, Nirvana, Chico Buarque, Beatles e Luiz Gonzaga.

Na minha humilde opinião o melhor cover do show foi o de Come Together/ Corpo de Lama, a mistura seria improvável na cabeça de qualquer pessoa, Cássia foi capaz de surpreender à todos e fazer o Rock In Rio ir ao delírio. O ápice da apresentação de Cássia foi na última música, ‘Smells Like Teen Spirit’, que acabou de ferver o caldeirão e fechar com chave de ouro a participação da cantora no Rock In Rio. Posteriormente ela gravou um acústico MTV, que aliás foi muito bem aceito pelo público, seu eterno parceiro Nando Reis foi quem produziu o disco. Para não deixar de surpreender à todos, Cássia começou o acústico cantando em francês, mas isso ficará para uma próxima resenha.

No final de 2001 nossa musa se foi e deixou órfão a música brasileira e também seus fãs, seu filho Chicão ficou com Maria Eugênia, esta que era companheira de Cássia.  No começo de 2015 foi lançado um documentário sobre a carreira de Cássia Eller, confesso que é um dos mais belos que já vi, já que podemos ter a verdadeira visão sobre como era a cantora que encantou e surpreendeu todo o Brasil.

Bom pessoal eu vou ficando por aqui, espero que todos tenham gostado da matéria e que continuem curtindo o blog A História do Disco. Grande abraço e até a próxima!

Faixas do Disco

1 – 1° de Julho

2 – Partido Alto

3 – Pra Galera

4 –  E.C.T

5 – Obrigado (Por Ter Se Mandado)

6 – O Segundo Sol

7 – Faça o Que Quiser Fazer

8 – Infernal

9 – Malandragem

10 – Coroné Antônio Bento/ K@#o%!

11 – Come Together/ Corpo de Lama

12 –  Quando a Maré Encher

13 –  Smells Like Teen Spirit

Veja o show de Cássia Eller no Rock In Rio III.

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Guns ‘n Roses – Appetite For Destruction (1987)

Guns ‘n Roses – Appetite For Destruction (1987)

Olá pessoal, tudo bem com vocês? Eu sou o Flávio Oliveira e hoje vamos falar de mais um disco marcante. Em decorrência do sucesso da turnê dessa banda pelo Brasil, eu resolvi falar sobre um disco em particular que acredito que todos irão concordar comigo que é o melhor da banda. Sim amiguinhos, hoje minha resenha é sobre o primeiro disco de estúdio do Guns ‘n Roses, Appetite for Destruction.

O álbum foi lançado no dia 21 de Julho de 1987 e trouxe grandes expectativas para as bandas que surgiram que surgiram nos EUA. Vale citar que naquele momento o cenário americano passava por uma grande defasagem musical, com sons que muita gente não curtia. Poucos sabem mas o Guns veio da mistura de duas bandas: Hollywood Roses e LA Guns. No final das contas a mistura dos integrantes das duas bandas formou o Guns ‘n Roses.

Sem mais delongas, vamos direto ao disco que tem como primeira faixa ‘Welcome to the Jungle’, com os aqueles efeitos clássicos da guitarra de Slash. O clipe dessa música é muito interessante pois cada integrante tem um papel específico no mesmo. Em sua autobiografia Slash menciona que gravou o clipe totalmente chapado (que novidade hahaha), o videoclipe de Welcome to the Jungle é bem agressivo e faz jus ao conceito do disco.

Appetite for Destruction tem uma essência que poucas bandas conseguem expor em seu primeiro trabalho, geralmente a maioria das bandas não conseguem ter um álbum de estreia com o teor de virtuosidade e criatividade em ebulição como o Guns teve. Pra mim o maior destaque do disco é a formação clássica do grupo que com o passar do tempo vai se enfraquecendo e dando espaço para outra forma de expressão artística que é resumidamente da parte de Axl Rose, mas isso já é assunto para outra matéria.

O disco concebeu grandes clássicos que ficaram marcados no mundo todo, faixas como ‘Sweer Child O’ Mine’, ‘It’s So Easy’, ‘Mr. Brownstone (uma pequena gíria para heroína)’, ‘Paradise City’ e ‘Welcome to the Jungle’ – já citada no parágrafo anterior. Na época do lançamento o disco não obteve sucesso, mas depois vieram as turnês pelo interior dos EUA e a banda colheu bons frutos. Essas excursões são bem relatadas na autobiografia de Slash, nela ele cita as muitas bebedeiras, o excesso no uso de drogas e as farras junto dos caras do Motley Crue – deixo essa dica de leitura pra vocês.

Um ponto importante a ser citado é a volta da formação atual depois de muitos anos, o último show com a a formação clássica ocorreu na Argentina em 1993 e deixou várias marcas entre os integrantes. Durante um longo tempo, Slash e Axl trocaram ‘elogios’ publicamente, o que plantava na cabeça dos fãs da banda que a formação original nunca mais estaria junta em um palco, entretanto 2016 chegou e o que era dado como impossível aconteceu: Axl e Slash, depois de 20 anos ‘reataram’, a dupla se reencontrou em Los Angeles em Abril e o Guns ‘n Roses voltou a ativa com os ícones da banda juntos.

Axl não deu fim ao grupo depois de 1993, o Gun’s passou por outras formações (na minha opinião, nem tão satisfatórias), Slash gravou vários álbuns solo e também montou outra banda com o baixista Duff, o Velvet Revolver. Na volta da formação original do Guns o Brasil teve o privilégio de receber vários shows da banda que marcou época no fim da década de 80 e no início da década de 90.

Bom pessoal essa foi a matéria de hoje de nosso blog, e na minha visão ouvir Appetite of Destruction é um dever de todos, podendo assim apreciar o virtuosismo das guitarras de Slash e Izzy, as batidas inconfundíveis de Steven Adler, o vocal único de Axl e o baixo com levada punk de Duff.

Faixas do Disco

1 – Welcome to the Jungle

2 – It’s So Easy

3 – Nightrain

4 –  Out Ta Get Me

5 – Mr. Brownstone

6 – Paradise City

7 – My Michelle

8 – Think About You

9 – Sweet Child O’Mine

10 – You’re Crazy

11 – Anything Goes

12 – Rocket Queen

Ouça o disco Appetite For Destruction completo.