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Smashing Pumpkins – Mellon Colie And the Infinity Sadness (1995)

Smashing Pumpkins – Mellon Colie And the Infinity Sadness (1995)

O ano é 1995. O disco é singular, ou plural, depende muito do ponto de vista, afinal trata-se de um álbum duplo. Assim como outros diversos álbuns dos anos 90, esse carrega consigo uma marca muito importante: álbum duplo mais vendido de todos os tempos. Põe importante nisso, não? Afinal, qualquer marca alcançada por um disco – vendas no país natal, vendas na Europa, parada da Billboard, etc – logo já imaginamos que se trata de bandas como The Beatles, Led Zeppelin, Queen ou Nirvana. Mas não dessa vez meus caros leitores, o feito acima citado foi do Smashing Pumpkins com o álbum Mellon Colie And The Infinity Sadness.

Sobre a Banda

Pra quem é marinheiro de primeira viagem, meu nome é Denis Borges e hoje falarei sobre uma banda formada em Chicago – sim, na gélida Chicago também tem rock do bom -, mais precisamente de uma banda formada em 1988 por William Patrick Corgan ou apenas Billy Corgan (vocal, letras, baixo, guitarra, produção, bate o escanteio, faz o gol, etc) e James Iha (guitarra). Em 1991 já com o baixista D’arcy Wretzky e com o baterista Jimmy Chamberlain os Pumpkins lançam o médio Gish, seu primeiro álbum de estúdio. Em 1993 eles vão pra uma nova gravadora e são impulsionados pela abertura que o rock alternativo – vulgo grunge. Introduzidos no mainstream americano o Smashing Pumpkins lançam seu segundo disco, o ótimo Siamese Dream. Duas coisas sobre esse disco alias, Billy Corgan regravou praticamente todas as linhas de baixo e boa parte das guitarras do disco, evidenciando como era difícil manter uma relação amistosa com o metódico e perfeccionista vocalista. A segunda é a comparação que acontecia com todas as bandas de rock alternativo que faziam sucesso naquele período, tornando todas as bandas em Nirvanas e Pearl Jams.

Mellon Collie And The Infinity Sadness

Após o sucesso de Siamese Dream, já consolidados no mercado, o Smashing Pumpkins  lança em outubro de 1995 o seu maior e mais ambicioso disco, Mellon Collie And The Infinity Sadness. Um disco duplo que gerou certa desconfiança em seu lançamento, muitos diziam que somente o egocentrismo de Corgan para lançar um disco em um formato praticamente extinto no mercado. Contendo 28 faixas – 14 representando o dia em “Dawn to Dusk” e mais 14 representando a noite em “Twilight to Starlight”. Escutando os dois discos você não encontra referência direta ao dia (leve) ou à noite (pesado). Todas as canções do disco parecem dispostas aleatoriamente, sem nenhuma conexão, pois saímos de músicas altamente líricas com arranjos simples porém bem trabalhados, para encarar guitarras altamente distorcidas e vocais dilacerantes. Lembro-me que a minha primeira vez com o disco foi confusa e cheia de questionamentos.

O álbum é de difícil entendimento no primeiro momento, mas depois de um tempo na companhia do mesmo você dificilmente irá se desfazer de alguma faixa. Tudo parece perfeito em sua desordem e o vasto conhecimento musical que a banda possui beira a perfeição. A transição entre ritmos, nuances, texturas, instrumentos utilizados, impossibilita você rotular o disco. Ora leve e simples, ora pesado e complexo, ora melancólico, ora psicodélico, Mellon Collie And The Infinity Sadness realmente é dia e noite ao mesmo tempo. Através da belíssima capa e de todo o material gráfico criado para o álbum, percebemos o cuidado que Corgan & Cia tiveram ao tentar transportar a pessoa que está segurando o encarte para dentro daquela obra de arte de quase duas horas de som fazendo uma amalgama de som e imagem.

Este álbum é simplesmente sensacional, clipes como “Tonight, Tonight” nos dá a sensação de ligação entre áudio, vídeo e imagem gráfica, tudo se completando em perfeita sintonia, criando uma ambientação própria, seu próprio mundo. Que viagem! Mas esse disco é isso, pelo menos é o que captei e venho captando a cada vez que o ouço.

Agora falarei brevemente das músicas que mais se destacaram comercialmente, afinal, teríamos parágrafos e mais parágrafos se eu fosse falar sobre as 28 canções do disco. No “Dawn to Dusk” começamos com a faixa que dá nome ao disco “Mellon Collie And The Infinity Sadness”, uma bela música/introdução que conta somente com um piano nos deliciando e nos levando  até um dos maiores singles do disco e da banda, a já mencionada “Tonight, Tonight”, com sua linda melodia sendo amparada por uma orquestra e com uma linda mensagem de esperança (The impossible is possible, tonight/Believe in me as I believe in you, tonight). Temos a pesada e raivosa “Bullet With Buttrfly Wings” primeiro single a ser tocado nas rádios, faixa que soa totalmente diferente de “Tonight, Tonight”. Destaque também para a espetacular “Muzzle”. É difícil citar apenas três faixas tendo ainda músicas como:  “Jellybelly”, “Love”, “Zero”, etc. Em “Twilight To Starlight” tocaram e passaram seus clipes em exaustão a belíssima “Thirty-Three” e a saudosa “1979”.

Sem dúvida, Mellon Colie And The Infinity Sadness é um disco onde podemos tirar o que há de melhor do Smashing Pumpkins, Corgan disse inúmeras vezes que este álbum  seria o último como as pessoas veriam a banda, fechando assim um círculo perfeito. Hoje, após mais de  20 anos entendo o que Corgan quis dizer. Apesar de alguns outros  bons trabalhos, nada se compara ao que a banda entregou em Mellon Colie And The Infinity Sadness. A diversidade encontrada beirava a prepotência e arrogância para alguns, mas, na verdade, essa diversidade só mostra o quão a banda conseguiu transformar os seus sentimentos em música, e música de altíssima qualidade.

Queria agradecer mais uma vez a você que ficou até o final dessa resenha, eu espero ter despertado ao menos uma fagulha de curiosidade para que você meu caro leitor ouça esse sensacional disco. Afinal, ser o álbum duplo mais vendido da história tem que gerar algum sentimento. Um abraço à todos e encontro vocês na próxima resenha aqui no blog A História do Disco.

Faixas do Disco 

CD 1

1 –  Mellon Collie And The Infinity Sadness

2 – Tonight, Tonight

3 – Jellybelly

4 – Zero

5 –  Here Is No Why

6 – Bullet With Butterfly Wings

7 – To Forgive

8 – An Ode To No One

9 – Love

10 – Cupid De Locke

11 – Galapogos

12 – Muzzle

13 – Porcelina Of The Vast Oceans

14 – Take Me Down

CD 2

1 –  Where Boys Fear To Tread

2 – Bodies

3 – Thirty-Three

4 – In The Arms Of Sleep

5 –  1979

6 – Tales Of A Scorched Earth

7 – Thru The Eyes Of Ruby

8 – Stumbleine

9 – X.Y.U

10 – We Only Come Out At Night

11 – Beatiful

12 – Lily (My One And Only)

13 – By Starlight

14 – Farewell And Goodnight

Confira o videoclipe da faixa Tonight, Tonight 

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o disco (cd) na íntegra, porém você pode
encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!
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Cindy Lauper – She’s So Unusual (1983)

Cindy Lauper – She’s So Unusual (1983)

Salve salve galera, eu Bruno Machado estou de volta pra trazer à vocês mais uma matéria especial aqui no AHD. Volto novamente para a década que mais me fascina e que sempre me surpreende, a década de 80, uma das mais influentes na música e na arte em si. Aproveitem a leitura meus queridos, pois hoje temos o primeiro álbum de estúdio de Cindy Lauper.

Pra quem não conhece, Cindy Lauper foi uma das cantores mais influentes da década de 80, que era dominada por ícones como Madonna e Michael Jackson. Com essas duas feras na ponta dos cascos seria difícil pensar que uma jovem faria tanto sucesso já com seu primeiro disco, certo? Errado, Cindy foi à luta e de cara vendeu 16 milhões de cópias com She’s So Unusual. Um disco de estreia maravilhoso que levou à rádio vários sucessos e fez com a carreira da cantora começasse da melhor forma possível.

Um dos fatores mais relevantes é que a MTV ajudou – e muito – a propagar a música de Cindy Lauper pois praticamente metade das faixas do disco ganharam videoclipe, que aliás, tinham bons roteiros e também boas produções. Isso mostra mais uma vez que só gravar um álbum e partir pras turnês não era o suficiente na década de 80 meus caros leitores.

Um dos motivos de eu ter escrito essa matéria foi o fato de que uma música não saia da minha cabeça, eu fiquei ouvindo ela por semanas todo santo dia. Essa música é Money Change Everything, a levada da bateria, o efeito do teclado e principalmente a entrada de Cindy na música me intrigavam todo santo dia. Aliás, nessa entrada na música ela diz, “She Said, I’m sorry baby, I’m leaving you tonight”, que quer dizer, “Ela disse, me desculpe amor, Estou deixando você esta noite”. E acreditem meus caros ela realmente disse isso para o seu ex namorado assim que recebeu convite de uma gravadora para gravar seu primeiro disco solo, Cindy começou sua carreira com uma banda chamada Blue Angel, essa que não durou muito.

A segunda faixa do disco é Girls Just Wanna Have Fun, que eu duvido que você caro leitor nunca tenha ouvido, seja no rádio dos seus pais ou em numa chamada para um evento de Flash Back. Essa pode ser considerada uma das maiores músicas da carreira da Cindy Lauper, ganhou videoclipe sensacional onde a cantora e suas amigas fazem uma verdadeira farra nas ruas e também em sua casa. Posteriormente temos When You Were Mine, particularmente não é minha canção preferida, mas também teve o poder de deixar sua marca por conta da qualidade no conjunto dos instrumentos com aquele swing pop gostoso.

Agora vamos para parte romântica desse clássico disco, inclusive em minha opinião a afinação de Cindy nessa faixa é simplesmente espetacular, estou falando da faixa Time After Time, que tem ganhou videoclipe – muito bonitinho por sinal – em que a cantora atua muito bem.

Depois de tanta diversão e romantismo, vamos para a parte mais polêmica do disco. Confesso que a faixa que citarei agora não me agrada muito, em termos de qualidade ela está bem abaixo das demais citadas, mas ela acabou ganhando destaque pois aborda um tema muito pesado: masturbação. A música em questão é She Bop, que alias, também ganhou videoclipe, mas não com roteiro pesado como a canção. Admiro a coragem que Cindy sempre teve em sua carreira, pois se hoje em dia falar de masturbação é enorme tabu, imaginem em 1983?

Completando a coleção de clássico do disco temos All Through The Night, também contando com um teclado marcante – assim como em Money Change Everything e Girls Just Want to Have Fun -, repleta de romantismo e claro, com um refrão muito marcante. Depois temos uma faixa não muito conhecida, estou falando de Witness,  um Lado B que ouvi com atenção em minha pesquisa e que tem uma qualidade interessante, um swing que lembra bastante o que as bandas brasileiras de pop rock faziam aqui nos anos 80, vale a pena curtir esse ponto fora da curva.

Saindo um pouco do disco pra falar sobre a carreira de Cindy, é extremamente importante citar que nos anos que vieram a cantora continuou se destacando. Em 1985 com a faixa The Goonies Are Good Enoguh que foi tema do filme Goonies, no mesmo ano participou das gravações de We Are The World no projeto USA For Africa – projeto que contou com os maiores cantores da época e que é reverenciado até hoje em todo o mundo. Já em 1986 a cantora lançou seu segundo álbum de estúdio, True Colors, um disco que também vale muito a pena conferir.

Bom meus queridos, eu vou ficando por aqui, espero que vocês tenham gostado da matéria, até a próxima 😉

Faixas do Disco

1 –  Money Changes Everything

2 – Girls Just Want To Have Fun

3 – When You Were Mine

4 – Time After Time

5 –  She Bop

6 – All Through The Night

7 – Witness

8 – I’ll Kiss You

9 – He’s No Unusual

10 – Yeah Yeah

Ouça o álbum She’s So Unusual inteiro!

Confira o videoclipe da faixa Girls Just Want To Have Fun

 

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Green Day – Dookie (1994)

Green Day – Dookie (1994)

Olá leitores do A História do Disco! Denis Borges mais uma vez na área, continuando naquela toada vamos para mais um clássico gringo dos anos 90. Mergulharemos na onda Californiana, mais precisamente no ano de 1994, e irei falar sobre uma cena que foi parte constante da minha adolescência: a cena punk. Hoje no AHD teremos o punk californiano do Green Day com seu terceiro álbum de estúdio, Dookie.

Dookie foi o álbum que recolou a cena punk no maistream, daí o termo punk californiano ou pop punk. Bandas que vieram na sequência como, Blink 182 e Sum 41, beberam diretamente da fonte desse grande álbum do Green Day.

Sobre a Banda

Como citado acima o Green Day é uma banda formada na California, mais precisamente em Berkley, trio formado por: Billie Joe Armstrong (vocal e guitarra), Mike Dimt (baixo) e John Kiffmeyer, mais conhecido como Al Sobrante (bateria). Antes do álbum Dookie o Green Day – que já teve o nome Sweet Children -, lançou seu primeiro disco, 1,039/Smoothed Out Slappy Hours em 1990, e em 1992 – já com Tré Cool na bateria – veio o Kerplunk, que assim como o primeiro disco citado foi lançado pelo selo independente Lookout! Com o sucesso do segundo disco de estúdio o Green Day trocou a Lookout! pela Reprise Records, e a troca não foi bem aceita na cena, afinal, se “vender” para o mainstream ia totalmente contra a ideologia punk.

Dookie

Lançado em Fevereiro de 1994, Dookie se tornou o álbum de punk mais famoso dos anos 90 vendendo cerca de 30 milhões de cópias pelo mundo. Além desse expressivo número, o disco também encabeçou diversas listas dos melhores álbuns dos anos 90 ao redor do mundo, aparecendo na lista dos 200 álbuns definitivos do Rock’n Roll Hall of Fame, segundo lugar na parada da Billboard 200 e em 1995 ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Música Alternativa.

As músicas desse em álbum em sua maioria foram escritas por Bilie Armstrong e retratam o seu cotidiano e o dos outros integrantes da banda também. Temas como ansiedade, ataques de pânico, masturbação, orientação sexual, tédio e ex-namoradas fazem parte das letras. O próprio nome do disco, Dookie, é uma gíria para merda, ou cocô se você meu caro leitor preferir. A palavra era muito usada pelos integrantes da banda quando faziam piadas uns com os outros durante as turnês.

Músicas como: Longview, Welcome To Paradise (que faz parte do segundo disco, Kerplunk, mas em uma versão de pior qualidade), Basket Case, She e When a Come Around tocaram a exaustão e fizeram o nome do Green Day não sair das paradas de sucesso, sempre é claro, com o auxílio da finada MTV.

O álbum acabou sendo um divisor de águas para o Green Day e para o punk rock. Com uma levada mais comercial o disco penetrou em camadas onde o punk rock jamais tinha chegado antes, elevou o patamar da banda e o gênero ao mainstream, além de mostrar que o punk também poderia ser comercial e popular. Inclusive eu encontrei uma frase durante a pesquisa para esta resenha, que sintetiza exatamente o que penso e o que escrevi sobre o álbum: Dookie é um álbum punk demais pra ser pop e pop demais pra ser punk.

Ainda sobre a banda, o Green Day lançou mais nove bons álbuns após o Dookie, sendo, em minha opinião, American Idiot (2004), o melhor de todos. Mas essa é uma história pra ser contada em uma outra resenha.

Até a próxima pessoal 😉

Faixas do Disco

1 –  Burnout

2 – Having A Blast

3 – Chump

4 – Longview

5 –  Welcome To Paradise

6 – Pulling Teeth

7 – Basket Case

8 – She

9 – Sassafras Roots

10 – When I Come Around

11 – Coming Clean

12 – Emenius Sleepus

13 – In The End

14 – F.O.D

15 – All By Myself

Ouça o álbum Dookie na íntegra!

Confira o videoclipe da faixa When I Come Around

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Os Paralamas do Sucesso – 9 Luas (1996)

Os Paralamas do Sucesso – 9 Luas (1996)

Salve galera do blog A História do Disco, tudo certo com vocês? Eu sou Alexandre Bottura é um imenso prazer estar aqui novamente para compartilhar com vocês mais um grande álbum. Hoje teremos muitas informações, experiências pessoais e claro, muita música boa.

Prepare-se meu caro leitor, pois trago à você um dos maiores discos de uma das maiores bandas nacionais de todos os tempos, sim, estou falando da banda Os Paralamas do Sucesso, e do disco 9 Luas, um grande clássico dentre todos os álbuns da banda lançados até hoje. O 9 Luas é o oitavo álbum de estúdio da banda e foi em lançado em Julho de 1996 levando o selo da EMI Music. A produção ficou por conta de Carlos Savalla, engenheiro e técnico de som que já havia trabalhado na gravação de discos de grandes artistas como: Djavan, Erasmo Carlos, Legião Urbana e Pato Fu.

O álbum marca a retomada da banda em relação ao pop rock e contando com uma pitada de música latina, bem diferente do anterior, Severino, no qual as canções foram mais voltadas pro reggae, ska e new wave, além de ter uma forte influência da música nordestina. Mas voltando ao disco de hoje, o 9 Luas mostra uma diferenciação na sonoridade e também na linguagem musical, soando como grandes bandas de rock americanas dos anos 90. Na gravação do disco, além dos três integrantes principais da banda – Herbert Viana (Voz e Guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e o mestre João Barone (bateria) – participaram também os músicos de apoio:  João Fera (Teclados), Eduardo Lyra (Percussão) e Chico Neves (Samples na faixa Busca Vida).

Agora vou falar das faixas desse grande disco. A primeira é a clássica,  que ainda é tocada nos shows de hoje, Lourinha Bombril, canção que na verdade é uma versão da música Parate Y Mira (em português, Parar e Olhar) de uma popular banda argentina chamada Los Pericos, esta que foi fundada em 1986 e tendo como influência o reggae e o ska. Posteriormente temos Outra Beleza, uma mistura sonora latina com samba e que contou com a participação do grupo As Gatas, conjunto vocal que se originou na cidade do Rio de Janeiro. Logo após, temos La Bella Luna, canção que expressa toda a influência de reggae que passou a acompanhar a banda ao longo dos anos. A quarta faixa, denominada De Musica Ligeira, traz uma pegada mais rock, é uma versão de uma música da banda Soda Stereo – banda de rock argentina formada em 1982 e que teve sucesso internacional no final dos anos 80 e 90 – e sim meu caro leitor você já deve ter ouvido essa canção com o Capital Inicial, porém é válido citar que a versão do Capital foi lançada em 2002, seis anos depois da versão do Paralamas. Particularmente prefiro a versão do Paralamas.

Continuando a falar das faixas deste disco temos, Capitão da Indústria, que narra as dificuldades e correrias do dia a dia – emprego e demais afazeres – e a rotina pesada que todos nós levamos. Depois temos, O Caminho Pisado, faixa que também contém uma levada mais rock, tem melodia e letra incríveis, em minha opinião é uma das melhores músicas já feitas da banda e que mostra o monótono cotidiano. A sétima faixa não cabe qualquer análise ou descrição, a expressão “obra de arte” é suficiente para explicar sua existência, estou falando de Busca Vida. A oitava faixa se encaixa nos adjetivos das anteriores, e foi concebida com a parceria junto a Nando Reis e Marcelo Fromer (na época, integrantes do Titãs), o que torna a música mais clássica, ela alias foi lançada pelo Titãs no álbum Domingo de 1995, e tem um final que lembra muito bem as linhas de bateria de Sir Ringo Star na música Dear Prudence do antológico White Album.

A nona faixa do disco é Sempre Te Quis, uma balada pop romântica podemos assim dizer. A décima faixa, Seja Você, é um reggae sobre você gostar do jeito que você é, da pessoa que você é. Posteriormente temos, A Nossa Casa, décima primeira faixa do álbum que fala sobre relacionamento – as partes boas e também as ruins. E fechando o disco com chave de ouro temos, Um Pequeno Imprevisto, canção que também pode ser denominada como “obra de arte”, tem melodia e letra inspiradoras que mostram a qualidade e capacidade musical da banda. A beleza da faixa também pode ser explicada pela parceira na composição, onde temos Herbert e Thedy Correa (vocalista do Nenhum de Nós).

Bem meus caros, este álbum marca o auge de uma década de grandes lançamentos e grande artistas no cenário do rock nacional, década que na minha opinião foi praticamente o último suspiro do rock tupiniquim. Por isso, é válido afirmar que esse foi um dos maiores álbuns já lançados, por tudo aquilo que eu já citei acima, por sua sonoridade, qualidade e acima de tudo, maturidade musical. Este álbum é aquele que você deve adquirir em vinil, CD, mp3, etc, ou seja, todos dos formatos possíveis.

A partir desse disco eu tive a certeza de que, tanto a banda quanto o rock jamais seriam apenas mais um grupo ou um estilo musical, confesso que ao atingir um pouco mais de maturidade as canções fizeram mais sentido e também me ajudaram muito em minha formação musical, não temos dúvida de que Os Paralamas do Sucesso são uma escola musical e referência pra qualquer músico.

Com um total de treze álbuns , sete álbuns ao vivo e um acústico MTV, Os Paralamas do Sucesso estão na ativa desde 1983. Uma das fases mais difíceis dessa trajetória foi em 04 de Fevereiro de 2001, onde num acidente trágico Herbert perdeu sua esposa, Lucy. O cantor, guitarrista e compositor ficou gravemente ferido e ainda ficou paraplégico. Porém, isso não o impediu de voltar aos palcos e após um tempo de recuperação Os Paralamas gravaram outro disco antológico, Longo Caminho. A banda continuou e continua até hoje fazendo shows e turnês, e eu tive a honra de vê-los tocar ao vivo e isso eu jamais esquecerei.

Bom meus caros leitores, o que me resta agora é agradecer a oportunidade de analisar este álbum antológico do rock nacional aqui no AHD, obrigado Flávio Oliveira e Bruno Machado.
Viva o Rock ‘n Roll! Viva o Rock Nacional! Viva Os Paralamas do Sucesso. Um Abraço à todos e até a próxima.

 

Faixas do Disco

1 –  Lourinha Bombril (Parate Y Mira)

2 – Outra Beleza

3 – La Bella Luna

4 – De Música Ligeira

5 –  Capitão de Indústria

6 – O Caminho Pisado

7 – Busca  Vida

8 – O Caroço da Cabeça

9 – Sempre Te Quis

10 – Seja Você

11 – Na Nossa Casa

12 – Um Pequeno Imprevisto

Confira o videoclipe da faixa Busca Vida.

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o disco (cd) na íntegra, porém você pode
encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!
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Roxette – Look Sharp (1988)

Roxette – Look Sharp (1988)

Salve salve meus queridos leitores do blog AHD, aqui estou Bruno Machado para mais uma matéria e hoje faremos uma viagem ao fim dos anos 80, saudando uma das bandas que mais fizeram o pop se sustentar por décadas, estou falando do Roxette e do disco Look Sharp.

E antes de mais nada adianto à vocês: O Roxette não veio da Terra da Rainha e muito menos da Terra do Tio Sam, os integrantes eram suecos. Aliás, eles não são os primeiros artistas da Suécia a passar aqui, há um tempinho atrás tivemos o ABBA em nosso blog também.

O disco de hoje é o terceiro de estúdio da carreira da banda, e se destaca por ter alguns hits radiofônicos que fizeram com que a banda aparecesse no cenário mundial e passasse a integrar as paradas de sucesso britânicas, americanas e também brasileiras. Batidas eletrônicas, guitarra geralmente tímida – mas nem sempre-  e vozes marcantes tornarem-se características típicas do Roxette.

Como citado acima o disco é o terceiro de estúdio da banda, os anteriores tiveram maior destaque no país de origem do grupo, a partir deste álbum o Roxette se firmou no mercado internacional e passou a figurar no mapa do pop. Mas vamos falar sobre as faixas desse grande disco, a primeira é a clássica Look, pode falar a verdade meu caro leitor, você já se deliciou muito com essa música na fita cassete, não? Canção com uma batida seca na batera, um riff de guitarra marcante e um lindo entrosamento das vozes de Marie Kredriksson e Per Gessle.

Posteriormente temos a faixa Dressed For Sucess, outra faixa que se tornou um clássico, mais um pop com batida marcante, destaque novamente pra bateria e pra guitarra, é claro. É aquele tipo de música que todo mundo gosta de cantar junto, uma canção que te envolve e faz você se sentir o próprio artista. E logo depois temos Sleeping Single, também contando com a característica da época, a virada da década de 80 pra 90, ou seja a trinca que inicia o álbum mostra que o Roxette vinha pra ganhar de vez as paradas.

Um fato que marcou demais a carreira do grupo foi o fato de Per mudar constantemente seu visual, mais precisamente o cabelo. Pra quem não era adolescente nas décadas de 70/80 e 90 é importante citar que nessas décadas a mudança no visual entre os cantores era algo normal, assim como a questão das maquiagens pesadas, brincos extravagantes e utilização de sobretudos – que diga o Sr. Paulo Ricardo, vocalista do RPM.

Voltando as faixas, temos Cry, faixa um pouco mais lenta e que conta com um baixo marcante que dá todo o ritmo a música, uma baladinha para você dançar junto com sua parceira (o) bem coladinho pra pular de cabeça na época em que o disco foi gravado. Há um saxofone que também dá o ar da graça na faixa, fazendo com a mesma seja mais romântica. Posteriormente, o disco volta a ter uma pegada mais “balada” com a faixa Chances, alias o toque do teclado lembra muito o jogo Top Gear do Super Nintendo – a matéria hoje ta pura nostalgia, não?

Continuando a falar das faixas, temos Dangerous, pra mim aliás é uma das melhores – se não a melhor – faixa do disco. Aquele tipo de música que marca você, por conta da qualidade sonora e da força da canção. Guitarra que se faz presente – com um solo bem interessante por sinal – aquela batida eletrônica totalmente anos oitenta no meio da música e todo o entrosamento Marie e Per nos vocais.

É legal citar que sempre fomos acostumados a ouvir discos com os hits das bandas que gostamos, com o tempo eu aprendi e muito a apreciar os discos de estúdio de grandes bandas, como o Roxette, pois é desta forma que você consegue entender o conceito da banda principalmente no álbum que você está ouvindo e o que ele significou pra época em que foi gravado. Me surpreendi muito quando ouvi esse álbum pois, nele você meu caro leitor percebe a vontade do grupo de se consolidar no mercado fonográfico, uma alta qualidade na gravação das faixas e também na mixagem, não só de hits se faz uma banda, grandes álbuns de estúdio fazem com que ela nunca seja esquecida e que o nome da mesma fique marcado na história, no caso do Roxette, na história do pop.

Já terminando o disco temos (I Could Never) Give You Up, onde Per Gessle solta mais a voz, tem uma faixa praticamente sua, contando com as perfeitas interseções de Marie Kredriksson, e contabilizamos mais uma balada pra conta, contando com belos solos de violão. E pra fechar o álbum temos uma das maiores canções do grupo: Listen To Your Heart. Talvez a maior parte da carreira do grupo foi centrada nessa música, afinal, quando ela tocava todos sabiam que se tratava do Roxette. Eu acredito que a parte mais marcante da faixa aliás é a introdução, é algo misterioso, um drama que nos deixa na expectativa em relação ao caminho que o teclado vai nos levar…e nos leva até uma forte batida, o resto é história né meus caros?
Bom galera, eu vou ficando por aqui e espero que vocês tenham gostado dessa pequena viagem no tempo, que o pop esteja com vocês meus queridos. Até a próxima!

Faixas do Disco

1 –  The Look

2 – Dressed For Succes

3 – Sleeping Single

4 – Paint

5 –  Dance Away

6 – Cry

7 – Chances

8 – Dangerous

9 – Half A Woman, Half A Shadow

10 – View From A Hill

11 – (I Could Never) Give You Up

12 – Shadow Of A Doubt

13 – Listen To Your Heart

Ouça o álbum Look Sharp inteiro!

 

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Novos Baianos – Acabou Chorare (1972)

Novos Baianos – Acabou Chorare (1972)

Olá amigos e amigas do blog AHD, tudo bem com vocês? Eu sou Flávio Oliveira e hoje vamos falar mais de discos – esse artefato que amamos tanto e  que chegamos até a nos endividar para te-lo em nossa coleção.

Pois bem, quero falar de um álbum que me tocou e que soa como um dos mais completos da música popular brasileira, o disco rompeu com todas as manifestações musicais de seu tempo, e hoje em dia o mesmo se mostra muito além de nosso tempo. Prova disso é que o disco foi considerado pela revista Rolling Stone como a melhor obra da música brasileira de todos os tempos. Se preparem, pois hoje tem Novos Baianos com o “famosão” Acabou Chorare de 1972.

O ano de 1972 é marcado pela intensa atividade musical que tínhamos em nosso país. Logo após a ebulição do movimento tropicalista, tivemos uma porrada de artistas fazendo discos consideráveis, fato esse que nunca sabemos se vai ocorrer novamente no Brasil. Segue alguns discos que foram lançados nesta época: Os Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets (o último com Rita Lee Jones), Hoje é o Primeiro Dia do resto de Sua Vida (primeiro disco solo de Rita Lee), Clube da Esquina, Caetanos Veloso com o disco Jam Sessions  Transa, entre outros. Assim, dá pra sentirmos como a música brasileira vivia seus momentos dourados. Levando em consideração essa pincelada que dei nos discos da época, não poderia deixar de falar desse álbum clássico que é o Acabou Chorare.

Esse disco é importantíssimo na carreira da banda, que vinha buscando legitimidade em seu som, e a mesma pode contar com o auxílio de João Gilberto. O primeiro disco da banda É Ferro na Boneca (1970) é uma belíssima obra que conta com o rock psicodélico brasileiro, com guitarras extremamente agudas de Pepeu Gomes e com letras que falavam das viagens dos Baianos. Vale já citar inclusive a formação da banda: Baby Consuelo (Vocal), Moraes Moreira (Vocal e Violão), Pepeu Gomes (Guitarra), Paulinho Boca de Cantor (Vocal), Dadi (Baixo) e Luiz Galvão que junto com Mores compunham as canções da banda. Isso sem contar mais uma galera que fazia parte da trupe chamada Novos Baianos. A banda se formou quando todos se encontraram num espetáculo em Salvador, o que vem depois é história.

O álbum Acabou Chorare ganhou notoriedade e importância no cenário nacional e internacional por mostrar como a sonoridade da banda era autêntica. Além de ser um virtuosíssimo guitarrista – o melhor do país, na minha humilde opinião – Pepeu Gomes conseguia unir o útil ao agradável quando tinha a genialidade  de fazer rock ao estilo Hendrix, misturando-o com baião, xote,  entre outros ritmos regionais de nosso país. Então se você pretende ouvir uma mistura de som, esse é o disco.

Os Novos Baianos pegar a estrada rumo ao Rio de Janeiro com a intenção de melhorar a carreira, chegando lá foram morar num apartamento. Os integrantes da banda viviam num estilo hippie de vida e não era bem vistos pela sociedade moralista da época  – é importante lembrar que o país vivia sob um intenso regime militar, e que ainda hoje o moralismo faz parte da essência social brasileira – e por isso o grupo decidiu morar junto em um sítio em Jacarepaguá É neste momento que a banda é apadrinhada por João Gilberto, que conhecia desde pequeno o jovem Galvão. Chega a ser estranho pensar que João, com todo aquele seu jeito fechado e meio ranzinza ia curtir a galera dos Novos Baianos, digo isso porque seu estilo , a Bossa Nova, tinha elementos que não iam de encontro com o que a banda propunha: sonoridade rock ‘n roll com guitarras bem heavy metal. João gostava tanto da banda que auxiliou no processo de formação do conceito do disco e ajudou o grupo a definir seu estilo, algo que ainda estava em questionamento.

O disco começa com uma canção do artista brasileiro Assis Valente – indicado por João Gilberto – que casou muito bem com o que a banda queria. Sem dúvida alguma é uma faixa que deixa o ouvinte boquiaberto, ainda mais por ser a primeira, e nela fica bem explícito que os Baianos não estavam de brincadeira, eles queriam mesmo era colocar o Tio Sam pra tocar pandeiro. A segunda faixa é Preta Pretinha, composta por Galvão e Moraes. Quem nunca ouviu essa música nos barzinhos afora, hein? Ela é tão tocada até hoje que chegar até a ser um porre (brincadeira gente haha).

Em si o álbum tem seus momentos de alegria, de rock n roll – Tinindo Trincando – e canções feitas por Galvão e João que deixa todos impressionados pela forma de tocar violão e cantar destes integrantes. Na faixa A Menina Dança – que posteriormente seria gravada por Marisa Monte – temos Baby mostrando todo seu talento e fazendo com que a música fosse um verdadeiro sucesso.

Vamos ao nome do álbum, este que veio de uma expressão que João usou para com sua filha, que ao cair no chão começou a chorar e ele em seguida disse: Calma, acabou chorare.

Sem estender a nossa conversa, eu espero que você caro leitor pegue e ouça esse disco imediatamente, eu simplesmente amo esse disco, e não é atoa que na época o mesmo teve vários canções nas rádios e ainda hoje impressiona à todos com sua tremenda sonoridade. Ainda vale citar que, Acabou Chorare é considerado um dos melhores discos da música brasileira e em 2017 ganhou um álbum ao vivo comemorativo, já que a trupe resolveu se juntar novamente. Do mais, é isso gente. Este belíssimo disco é importante, feroz e vocês tem que ouvir. Um forte abraço, até a próxima!

Faixas do Disco

1 –  Brasil Pandeiro

2 – Preta Pretinha

3 – Tinindo Trincando

4 – Swing de Campo Grande

5 –  Acabou Chorare

6 – Mistério do Planeta

7 – A Menina Dança

8 – Besta é Tu

9 – Um Bilhete pra Didi

10 – Preta Pretinha (reprise)

Ouça o álbum Acabou Chorare inteiro.

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Biquíni Cavadão Ao Vivo (2005)

Biquíni Cavadão Ao Vivo (2005)

Salve salve galera, aqui estou Bruno Machado para mais uma matéria no AHD, e hoje trago à vocês mais um álbum ao vivo. Alias, um dos melhores álbuns ao vivo que eu já ouvi até hoje, de uma banda que assim como Titãs, Os Paralamas do Sucesso e Legião Urbana soube aproveitar e muito a onda rock dos anos 80 no Brasil. Estou falando do Biquíni Cavadão e seu primeiro disco ao vivo que foi gravado em Fortaleza em 2004.

Para que vocês meus caros leitores entendam o significado deste álbum eu vou explicar o que veio antes dele. No ano de 2001 o Biquíni havia gravado um disco somente de covers, o 80, homenageando os companheiros que fizeram tanto sucesso quanto a banda nessa época, destaque para a faixa Múmias, que conta com a participação de Renato Russo e o rapper Suave. O disco foi tão bem recebido pela crítica e pelo público que após anos fazendo turnê a banda resolveu gravar um ao vivo para celebrar. O produtor do álbum 80 e também do Ao Vivo foi Tadeu Patolla, guardem esse nome, falarei mais dele ao longo dessa matéria.

Todos sabem que os anos 2000 não foram um mar de rosas para o rock brasileiro e programas como Fama, Ídolos e Popstars dominavam os circuitos de TV e o pop se mostrava forte no rádio, fora que o axé ainda aparecia bastante na mídia, pelo menos no começo da nova década. As bandas dos anos 80 se enfraqueceram e não produziram discos que animassem tanto seu público quanto os críticos e também a mídia. É aí que entra o Biquíni Cavadão mostrando que o rock brasileiro não estava morto e que ainda tinha muita coisa boa por vir.

O álbum foi extraído de dois shows que o Biquíni Cavadão fez no Ceará Music Festival, no mesmo palco que a banda passaram Titãs, Detonautas, Pitty, Engenheiros do Hawaii, Os Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Cidade Negra, Angra, entre outros. Sendo assim meu caro leitor percebemos que esse festival foi do caralho -me perdoem pelo palavrão hahah – e com certeza inesquecível para quem pode participar dele.

O disco contém os grandes sucessos do Biquíni, contém faixas inéditas e ainda conta com a participação especial de Papa Winnie em Vento Ventania e Patrick Laplan da primeira à última faixa tocando baixo. Laplan, aliás, é figura conhecida na música brasileira, já que é multi-instrumentista, foi baixista do Los Hermanos, e já estava junto com o Biquíni deste o álbum 80. Outra participação marcante é o de Walmer Carvalho – sax, percussão e vocais – pois o mesmo é perfeito musicalmente nas faixas em que se faz presente.

Já que no parágrafo anterior falei bastante dos músicos, nada melhor do que destacar os músicos “titulares”, Bruno Gouveia, vocalista, tem uma afinação maravilhosa, além de ser cara extremamente carismático e que demonstra ser uma pessoa totalmente envolvida com a música, Carlos Coelho é um excelente guitarrista e também produtor, e ainda dá umas canjas no vocal durante o show. Completando o grupo temos Miguel Flores nos teclados – fazendo a cama ou mesmo a introdução em várias canções – e Álvaro Birita, baterista simples e objetivo que dita bem o ritmo do show do início ao fim.  Bora falar de algumas faixas marcantes?

Os grandes clássicos da banda marcaram presença nesse álbum, como: Impossível, Timidez, Vento Ventania, Tédio, Janaína e Zé Ninguém – que tem uma pegada monstruosa no fim do show. Nos covers temos: Chove Chuva, Camila Camila – que muita gente acha que é do próprio Biquíni, mas na verdade é do Nenhum de Nós – , Toda Forma de Poder e Carta aos Missionários. Essa última alias é emblemática, uma das canções mais animadas do show e que faz o público entrar em êxtase total. Vamos agora as inéditas!

Estouraram nas rádios as inéditas Dani, Vou Te Levar Comigo e Quanto Tempo Demora Um Mês, com muito mérito, pois as três são faixas de altíssima qualidade e têm a essência da banda. O álbum ainda conta com a faixa bônus Meu Reino, uma balada muito gostosa de se ouvir, onde mais uma vez a voz de Bruno é marcante. Agora se você meu caro leitor puder curtir o DVD desse show, não deixe de se deliciar com a faixa Cai Água, Cai Barraco que é uma faixa de um dos primeiros álbuns do Biquíni e que eles gravaram na passagem de som, pra quem é musicista fica ai a dica já que o instrumental da faixa é fodástico.

Além de tudo isso que contei acima meus caros leitores, eu ainda tive a oportunidade de ir a um show do Biquíni, claro que foi alguns anos depois do lançamento desse álbum ao vivo, porém, devo ressaltar que a pegada no palco é a mesma, o termo “show” realmente se aplica a apresentação da banda, que aliás durou cerca de 2 horas e a energia que eles transmitem ao público é sensacional. E vale citar também que após esse ao vivo o Biquíni lançou mais um contendo apenas covers e mais dois excelentes álbuns de estúdio, sinal de que a banda não parou no tempo e continuo se reciclando e fazendo música de qualidade.

Para finalizar essa matéria vou falar sobre a produção, lembra que no começo eu havia citado o nome de Tadeu Patolla?  Então, esse cara é um importante produtor da música brasileira, foi produtor do acústico MTV do Charlie Brown Jr – tocou da primeira à última faixa no mesmo – em 2003, produziu o álbum 80 do Biquíni que eu citei aqui, e também trabalhou com outros bons cantores do cenário nacional.

Bom amiguinhos, eu vou ficando por aqui e espero que vocês tenham gostado dessa resenha, grande abraço e até a próxima 😉

Faixas do Disco

1 –  Tédio

2 – Janaína

3 – Dani

4 – Vento Ventania/ Rootsie And Boopsie/ You Are My Sunshin

5 –  Vou Te Levar Comigo

6 – Impossível

7 – Chove Chuva

8 – Quanto Tempo Demora Um Mês

9 – Timidez

10 – Quando Eu Te Encontrar

11 – Múmias

12 – Camila Camila

13 – Carta Aos Missionários

14 – Toda Forma de Poder

15 – Zé Ninguém

16 – Meu Reino

Ouça o álbum completo no site oficial do Biquíni Cavadão.

Confira a faixa Cai Água, Cai Barraco!

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Oasis – (What’s The Story) Morning Glory? (1995)

Oasis – (What’s The Story) Morning Glory? (1995)

Fala galera blog A História do Disco! Hoje eu, Denis Borges, venho aqui para falar de mais um clássico dos anos 90, um disco que marcou uma cena importante que estava surgindo na época na Inglaterra, o Britpop.

Com a morte de Kurt Cobain,e por consequência o fim do grunge, todos estavam havidos pelo o que viria. O que emplacaria no mercado? Qual a nova tendência? Que nova cena musical preencheria aquele vazio ali estava? Foi quando em 1994 uma banda britânica chamada Oasis respondeu essas questões com o lançamento de seu primeiro disco, Definately Maybe. Sucesso no Reino Unido, o álbum não teve grande repercussão do outro lado do Atlântico, mas ainda apresentou o grupo ao mundo. Bandas como Supergrass e em seguida o Blur já davam o tom do que seria o movimento Britpop, que alias, se fez realmente presente no mundo todo em outubro de 1995 com a chegada do segundo, mais famoso e para muitos, melhor disco do Oasis: (What’s The Story) Morning Glory?

Sobre a Banda

O Oasis foi uma banda inglesa criada em Manchester, que tinha como pilares os irmãos Gallagher – Noel (guitarra) e Liam (vocal). Ao contrario do que possam imaginar o Oasis foi formado a partir de uma banda chamada The Rain, onde dois amigos de Liam, Paul Arthurs e Paul McGuigan, o chamaram para assumir os vocais, o baterista Tony MacCarrol completava o time. Após um tempo juntos veio de Liam a sugestão para mudar o nome da banda para Oasis.

Nessa mesma época Noel era rodie de uma banda chamada Inspiral Carpets, e após assistir a um show da banda do irmão mais novo vê potencial nos garotos e decide entrar para a banda após o convite de Liam. A única condição para entrar na banda era ser responsável pelas letras e melodias da banda a partir de então. Proposta aceita. A partir daí temos a formação original do Oasis. É fato que o grupo não ficou famoso apenas por suas canções, mas também pelas diversas brigas entre os irmãos Gallagher. No documentário Supersonic, disponível na Netflix, vemos um pouco da vida pessoal, da infância e do começo da carreira dos irmãos. A partir daí passamos a entender um pouco dos porquês dos dois irmãos terem essa personalidade singular.

Finalizando esse resumo sobre o que foi/é o Oasis vale citar que após o álbum (What’s The Story) Morning Glory? o grupo lançou mais cinco discos de estúdio, o último foi Dig Out Your Soul, lançado em 2008.

Sobre o Disco

Depois de um ótimo primeiro disco muito se esperava do Oasis, a expectativa era grande a banda não decepcionou. Lançado em 2 de outubro de 1995, (What’s The Story) Morning Glory? foi sucesso de público, crítica e alcançou números impressionantes – terceiro álbum mais vendido do Reino Unido de todos os tempos – entretanto, mais importante que os números é a qualidade do disco. Temos pelo menos cinco singles de sucesso e três músicas que se tornaram clássicos do rock, que garantem presença facilmente em qualquer lista de clássicos rock dos anos 90 , quiçá de todos os tempos.

A primeira faixa do disco é Hello, bem sugestivo para se abrir um álbum, após belas batidas de violão – que parra nosso deleite , voltaríamos a ouvir na introdução de Wonderwall – a música muda de tom e segue de maneira segura até o fim. Seguindo, Roll With It é uma daquelas músicas explicitamente Oasis de ser, encontramos facilmente a influência dos Beatles nessa faixa, e o bom uso da guitarra e dos backing vocals ditam o ritmo da música. Um fato curioso é que o lançamento de Roll With It foi um dos motivos para a tão falada animosidade entre Oasis e Blur, já que a faixa foi lançada no mesmo dia em que o Blur lançaria Country House, criando assim a primeira rivalidade entre seus conterrâneos. Quem venceu? O Blur, seu single vendeu mais cópias, porém a história mostra qual disco foi mais vendido.

A terceira faixa nada mais é que a música mais conhecida da banda, Wonderwall. Com uma simples e bem elaborada harmonia em consoante com a bela voz de Liam essa balada se tornou um clássico mundial. Dois fatos interessantes sobre a música: a palavra wonderwall não existe, Noel é disléxico (distúrbio mental que compromete a memória e a capacidade de concentração) e na verdade queria escrever wonderful (maravilhosa (o) em português) pois compôs a música para a sua então namorada, Meg Matthews, mas quando foi apresentá-la à banda saiu wonderwall, os caras curtiram e o nome ficou. Outro fato curioso é que Noel queria cantar Wonderwall ou Don’t Look Back Anger, então deu a opção de Liam escolher qual delas gostaria de cantar.

Don’t Look Back Anger é outro clássico dos clássicos , começa com uma bela plagiada de piano, – escutem Imagine de John Lennon e saberão do que estou falando – mas se torna uma bela canção, uma das melhores letras já escritas por Noel. O povo de Manchester “adotou” a música como uma espécie de hino após o atentado ocorrido durante o show da cantora Ariana Grande no dia 22 de maio de 2017. A faixa também é a primeira em que Noel assume os vocais do Oasis.

Após duas baladas nos deparamos com Hey Now, uma espécie de introdução para Some My Say, o primeiro single da banda a atingir o number one  das paradas britânicas. As duas músicas fazem parte do “Made in Oasis” de ser, guitarra e vocal marcantes, respectivamente de Noel e Liam. Posteriormente temos uma homenagem da banda à Richard Aschcroft, vocalista do The Verve e parceiro de Britpop, na faixa Cast No Shadow – mais uma bela balada do disco.

Na faixa She’s Eletric nos deparamos com a influência do Beatles sobre o Oasis, aliás, se tratando de Oasis isso fica evidente em várias canções. Já em Morning Glory, faixa que dá nome ao disco, temos logo de cara um ótimo riff de guitarra que se transforma em uma poderosa música.

A última música é o terceiro clássico do álbum: Champagne Supernova. São mais de sete minutos de pura viagem, uma introdução que começa ao som de águas correntes e em seguida entra a bela voz de Liam acompanhada de acordes de violão. Já no refrão da música Noel e o participante especial da faixa, Paul Weller (The Jam) – amigo e fonte de inspiração para Noel – nos brindam com belos solos de guitarra. Realmente são sete minutos de pura viagem para fechar com chave de ouro a maior obra da banda que dominou o rock de 1995 até 2000 e alguma coisa.

Bom galera, eu fico por aqui e encontro vocês numa próxima resenha aqui no AHD.

Faixas do Disco

1 –  Hello

2 – Roll With It

3 – Wonderwall

4 – Don’t Look Back Anger

5 –  Hey Now!

6 – Bonehead’s Bank Holiday

7 – Some Might Say

8 – Cast No Shadow

9 – She’s Eletric

10 – Morning Glory

11 – Champagne Supernova

Ouça álbum (What’s The Story) Morning Glory completo!

Confira o clipe de Wonderwall.

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Tim Maia Racional – Volume 1 (1975)

Tim Maia Racional – Volume 1 (1975)

Olá pessoal, tudo bem com vocês? Eu sou Flávio Oliveira e estou aqui no meu blog favorito pra falar de música boa.

No disco de hoje temos uma mistura de funk, soul, MPB e um conceito que é um tanto confuso. Hoje é dia de falarmos sobre o álbum Tim Maia Racional Volume I.  Em uma das primeiras matérias do AHD, eu falei sobre o primeiro álbum de Tim, e não poderia deixar passar a oportunidade de falar sobre esse disco conceitual e que destaca por ter nosso querido gordinho em um momento de maior lucidez musical, este disco alias é uma das maiores provas de sobriedade do cantor, pois no ano de gravação do mesmo Tim Maia havia parado de beber e usar drogas, esse fator contribuiu e muito para a qualidade do disco. Então, vamos ao que interessa?

Após o sucesso com vários clássicos (de seu primeiro disco, e dos posteriores), Tim Maia acabou mudando um pouco a sua visão sobre a vida, com isso passou a buscar respostas sobre o universo que estamos inseridos e qual o propósito de nossas vidas. Depois de ter contato com um livro chamado Universo em Desencanto, nosso querido Sebastião Maia passou por uma mudança radical, não só em suas atitudes, como também na parte musical. Eu tive contato com o livro mencionado anteriormente e posso confessar à vocês leitores do blog AHD que achei o enredo da obra extremamente confuso. A obra em si traz o questionamento sobre o universo em que vivemos, de onde viemos e aqueles roteiros religiosos que todos nós conhecemos. E o que torna o livro enfadonho é a quantidade de repetições: Não é uma seita, não é uma religião, não é espiritismo, é um conhecimento transmitido pelo mestre racional superior, e por aí vai. Dizem também que quem segue esse conhecimento fará contato com Ovnis, loucura demais não é!? E o que mais nos deixa intrigado é: como Tim Maia caiu nessa? Em seu livro (Vale Tudo – O Som e Fúria de Tim Maia – 2006) Nelson Motta diz que, através de um amigo próximo Tim conseguiu uma edição do livro Universo em Desencanto e ao se deparar com esse conteúdo espacial e alucinante, ele curtiu a ideia e levou adiante. Vale ainda citar que essa piração de ET’s e Discos Voadores era algo extremamente comum na época. Nosso querido Tim Maia pirou tanto que se jogou de cabeça na seita e passou a ajudar toda a comunidade Universo em Desencanto.

No ano de 1974 Tim já tinha seu material pronto, e alguns músicos que gravaram esse disco afirmam que logo após o cantor ter contato com o livro, ele alterou letras, arranjos e nomes de canções. Como todos sabem, o ‘Síndico’ sempre foi um artista muito exigente e não poupava nem mesmo seus músicos, isso porque sua capacidade musical era muito grande, mesmo ele sendo um autodidata. Todos os arranjos feitos em seus discos eram criados por ele, que reproduzia o som com a boca e passava para os músicos.

Voltando ao disco, nessa onda de autoconhecimento de nosso cantor, ele muda todo o conceito do álbum e chega o momento de levar o material à gravadora. Todos já imaginam a resposta que Tim ouviu, um sonoro não é claro, e a partir dessa “fechada de porta na cara’ nosso garoto racional abriu sua própria gravadora, a SEROMA (sigla referente as iniciais do nome do cantor: Sebastião Rodrigues Maia). Levando isso em consideração, Tim Maia foi percursor no sentido de romper com as grandes gravadoras para assim criar sua própria estética musical e poder criar sua arte como bem entender, inclusive sem ter que ser dependente do mainstream.

Pois bem pessoal, o disco – na parte de letra – basicamente é composto de versos retirados do livro Universo em Desencanto. Aliás, o que mais impressiona no disco não são as letras – é claro! – mas sim a competência musical do cantor e de seus músicos. É nesse disco que a voz de Tim Maia vai ganhar mais projeção, pois como citado anteriormente, em seu “período racional” o cantor parou de beber, fumar e usar drogas, e com isso sua voz ficou limpa. A parte chata com certeza é o fato do disco ser repetitivo, porém a qualidade instrumental é tão extraordinária que a letra se torna um quesito secundário. Particularmente, o que mais me fascina nesse álbum é a parte instrumental, o entrosamento de Tim e de seus músicos. E neste disco também nos deparamos com um Tim executando excelentes falsetes – saudações a grande musa do falsete no Brasil, Mc Melody – e dando uma aula de canto. Os instrumentos de sopro trazem as influências de Tião em relação ao funk e ao soul, ambas adquiridas no período em que o cantor esteve na terra do Tio Sam.

O disco era distribuído pelo próprio Tim Maia e toda a verba arrecadada era revertida para o pessoal do Universo em Desencanto. A fase racional foi dividida em três partes, a mais conhecida delas é a primeira, que traz faixas famosas como ‘Imunização Racional (Que Beleza)’, ‘Bom Senso’ e Rational Culture (que quando você ouve pela primeira nem acredita que são brasileiros tocando). No volume dois temos a faixa ‘O Caminho do Bem’ que pediu passagem no filme Cidade de Deus (2002) e ‘Guiné Bissau, Moçambique e Angola’ que mostra a tentativa de expandir  o conhecimento do Universo em Desencanto (nosso querido Tião queria mesmo que todos entrassem na onda racional, numa relax, numa tranquila, numa boa). Embora o terceiro volume tenha sido perdido no meio do processo de desapego ao conhecimento, existem inúmeros vídeos na internet que mostram a qualidade do último disco da fase racional.

O fim desse “aventura” se dá quando Tim Maia descobre que toda a verba que ele doava à instituição era desviada para o bolso dos líderes da seita (qualquer semelhança com os líderes religiosos de hoje em dia é pura coincidência, ok amiguinho?), ele fica muito puto e resolve destruir todas as cópias do “Projeto Racional” – por isso que hoje em dia é raro encontrar um vinil que seja da época, pois em grande parte ele tacou fogo. Aliás, eu tenho um e é de época 🙂

Bom pessoal, espero que todos tenham gostado das histórias contadas acima e desse bate papo gostoso, eu recomendo vocês ouvirem e curtirem esse disco. Por muito tempo Tim Maia se recusou a falar sobre esse disco, e quem resgatou a cultural racional do cantor foi Marisa Monte em seus discos nos anos 90. Então, não percam tempo e se embalem no Universo em Desencanto.

Faixas do Disco

1 –  Imunização Racional (Que Beleza)

2 – O Grão Mestre Varonil

3 – Bom Senso

4 – Energia Racional

5 –  Leia o Livro Universo em Desencanto

6 – Contacto com o Mundo Racional

7 – Universo em Desencanto

8 – You Don’t Know What I Know

9 – Rational Culture

10 – Ela Partiu

11 – Meus Inimigos

Ouça o álbum Tim Maia Racional – Volume 1 completo!

Assista um trecho do especial Por Toda Minha Vida de Tim Maia na fase racional

Confira matéria do Fantástico sobre Tim Maia Racional.

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Bee Gees – One Night Only (1998)

Bee Gees – One Night Only (1998)

Salve salve galera do blog A História do Disco, aqui estou eu Bruno Machado, para mais uma viagem no tempo, hoje celebraremos uma das maiores bandas pop de todos os tempos, irmãos que fizeram com que a música os unisse durante várias décadas, estou falando do grupo Bee Gees.

Mesmo tendo apenas 26 anos, eu curti muito essa banda e acredito que você meu caro leitor, principalmente se cresceu curtindo música com seus pais assim como eu, também curta. O auge do sucesso do Bee Gees foi na década 70, na qual a Disco Music se destacava, e o real estouro veio com a trilha sonora do filme ‘Os Embalos de Sábado A Noite’, estrelado por John Travolta. Inclusive eu poderia simplesmente falar sobre este álbum da banda, mas o Bee Gees marcou diversas gerações e por isso eu resolvi falar sobre o último álbum ao vivo da banda, o One NIght Only.

Como citei acima e também em outras matérias deste blog, eu cresci ouvindo música com meus pais e por isso mesmo gosto de vários intérpretes mais antigos como o Bee Gees. Lembro que em meados de 2004 eu queria dar um presente de aniversário pro meu pai e o que eu consegui dar foi exatamente o DVD deste show do Bee Gees (infelizmente pirata, eu era muito jovem e não tinha muita grana haha), e eu e minha família curtíamos esse DVD quase todo dia em casa. Posteriormente, quando eu comecei a ser um pesquisador musical eu consegui entender a dimensão do feito do grupo, tudo o que eles tinham construído em tantos anos de carreira e o real significado daquele álbum ao vivo.

Os irmãos Gibb (Barry, Robbin e Maurice) se destacaram em uma época em que grandes banda faziam sucesso, como: The Beatles, ABBA, Led Zeppelin, The Beach Boys, Black Sabbath, entre outros. Não se pode afirmar que o rock dominava o cenário, o pop em determinados períodos “dava sim as cartas” principalmente por conta das danceterias/discotecas espalhadas pelo mundo. O grupo se entregou ao ritmo dançante, criou músicas contagiantes e fez com que afinação do trio se fizesse ouvir pelos quatro cantos do planeta.

O álbum ao vivo One Night Only tem quase duas horas de duração e traz os grandes sucessos da banda que em 1997 já tinha mais de 30 anos de carreira, o trio começou a carreira quando ainda eram adolescentes. O show começa com a clássica You Should Be Dancing, faixa aliás que aparece no fim da animação Meu Malvado Favorito de 2010, da Universal Studios.

Antes de falar mais sobre as faixas deste disco eu gostaria de destacar o estilo dos irmãos Gibb, e não estou falando sobre o musical, mas sim sobre o estilo em relação as roupas, cabelo e barba. OS três sempre foram extravagantes, assim como o grupo ABBA (que aliás, já apareceu aqui em nosso blog), e também chamavam atenção por conta disso. No DVD do One Night Only o grupo está todo em traje fino, e com uma presença de palco sensacional, fora a afinação que continuava absurdamente maravilhosa e também o entrosamento com o restante da banda.

Uma coisa que também chama muita atenção é que Barry, Robin e Maurice se dão muito bem, não há nenhum ego inflado de nenhum dos irmãos, o que acontece no palco entre eles é algo puro, um sentimento de cumplicidade e felicidade, eles passam para a platéia e para os fãs a verdadeira essência da música. Voltando as faixas do disco, temos uma sequência de baladas românticas, clássicos que nos fazem até perder a noção do tempo: Massachusetts, To Love Somebody e Words.

Agora vamos para um fato que eu tenho certeza que você caro leitor não sabia, os irmãos Gibb são ingleses, porém, cresceram na Austrália e começaram a carreira lá, curioso não? Na década de 60 eles lançaram alguns discos e se apresentavam somente na Austrália, a partir de 70 o grupo voltou à Inglaterra e posteriormente ganhou todo o mundo. E já que estamos falando de curiosidades, poucos sabem mas, Maurice e Robin eram irmãos gêmeos, e tinha ainda o irmão Andy Gibb que era o caçula e que teve incentivo de Barry em sua carreira solo nos anos 70. Há uma participação especial de Andy no show One Night Only, através de um recurso tecnologico ele canta junto com o Bee Gees a faixa Our Love, uma das partes mais emocionantes da apresentação. Falando em participação especial, não posso deixar de destacar as participações de Celine Dion, na faixa Immortality, e de Frankie Valli – vocalista do grupo The Four Season, que fez muito sucesso na década de 60 – na faixa Grease.

Não há como negar que o Bee Gees foi um dos maiores fenômenos pop do século, carreira brilhante, coleção de sucessos e simpatia de gente até que não faz parte de seu público mas que respeita demais o legado dessa grande banda. E um detalhe importante que eu não poderia deixar de fora é que, esse mega show foi gravado em Las Vegas, muita classe pra uma banda só não é? E por isso tudo que eu citei nessa resenha, vale muito a pena curtir esse super álbum e entender a importância do Bee Gees para a música pop.

Eu queria falar um pouquinho de cada faixa deste disco, pois ele é especial, por outro lado, ele é  extenso  e eu não quero me estender aqui, o objetivo de nosso blog é lançar em você caro leitor a chama da curiosidade, para que você possa não só ouvir o disco todo e curtir os clássicos que você já conhece como também as faixas que você nunca ouviu mas que podem chamar sua atenção. Então não deixe de ouvir esse grande álbum de uma das maiores bandas pop de todos os tempos!

Bom galera eu vou ficando por aqui e espero que vocês tenham gostado da matéria. Até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 –  Intro/You Should Be Dancing/Alone

2 – Massachussets

3 – To Love Somebody

4 – Words

5 –  Closer Than Close

6 – Islands In The Stream

7 – Our Love (Don’t Throw It All Away)

8 – Night Fever/ More Than A Woman

9 – Lonely Days

10 – New York Mining Disaster 1941

11 – I Can’t See Nobody

12 – And The Sun Will Shine

13 – Nights On Broadway

14 – How Can You Mend A Broken Heart

15 – Heartbreaker

16 – Guilty

17 – Immortality

18 – Tragedy

19 – I Started A Joke

20 – Grease

21 – Jive Talkin’

22 – How Deep Is Your Love

23 – Stayin’ Alive

24 – You Should Be Dancing

Confira a faixa Our Love que conta com a participação de Andy Gibb

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o disco (cd) na íntegra, porém você pode 
encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!